Capítulo 11 - Um fim de viagem nada romântico

O que se faz quando se ama alguém que te magoa, e se faz alguém te amar sem querer, e das duas pessoas você ainda espera ver um sorriso todos os dias, é difícil pensar ou decidir algo assim e por mais que eu tente, não consigo mais entender meus sentimentos, mas chegou a hora de decidir para o meu bem e o de Lya ou Bianca.

O sábado estava ensolarado e o mar brilhava iluminando a praia, todos nós se divertíamos, Lya, seus pais, seus avôs e eu aproveitávamos aquela manhã, fizemos um churrasco perto da praia no deck, depois fui para a casa descansar e se proteger do calor que no meio dia já estava em quarenta e um graus, eu espiava Lya e seu biquíni azul pela varanda, branca ela tinha mesmo que pegar um sol...

Já era noite e os avôs de Lya queriam jantar em um restaurante francês que havia ali perto, nos arrumamos e então fomos até lá, pedi o macarrão mais tradicional que tinha naquele cardápio refinado, e Lya , os pais dela e os avôs fizeram o mesmo, e conversamos à noite inteira sobre diversas coisas.

Então o domingo começou com chuva, o que adiantou nossa viagem de volta a Garden Grave, e então nos despedimos logo pela manhã dos avôs de Lya, as onze já estávamos na estrada e o que eu nunca esperava aconteceu, no outro lado da rodovia vinha um caminhão carregando tubos de concreto dos grandes, um carro freou bruscamente e o motorista teve que desviar, assim invadiu nossa pista e tombou fazendo com que os tubos se soltassem e viessem em nossa direção, é até ai que eu me lembro...

Sherow foi o que li no crachá da enfermeira do hospital, ela disse que eu havia ficado dois dias inconsciente, então eu perguntei sobre os outros, e ela me disse que Lya e sua mãe estavam bem, já seu pai estava em coma. Então me deu novos calafrios, e eu voltei a dormir o som da música que tocava no hospital.

Duas horas depois acordei e vi Lya sentada uma cadeira do lado a minha cama e Bianca encostada na parede perto da porta, ambas choravam por mim, espero, e trocando algumas palavras:

-Quem é você? perguntou Bianca.

-Bem eu sou... amiga do Will, ele foi comigo à praia...

-Eu sei, isso aqui é tudo culpa sua, se ele tivesse ficado aqui comigo não teria acontecido nada.. - Bianca falou furiosa.

Então eu as cortei e disse que ninguém tinha culpa, e as duas vieram correndo até mim engolindo em seco aquele choro triste que dominava seus rostos, Bianca perguntava como eu estava e Lya apenas me olhava com uma certa culpa incerteza e tristeza no olhar, o que me dava medo mas segurei sua mão e disse pra ela não se preocupar e ir ver como estava o seu pai, ela me soltou e se foi.

Bianca me beijou assim que a porta se fechou e se jogou por cima de mim... sinceramente eu gostei, mas foi estranho, mesmo assim aproveitei e pedi desculpas pelas brigas, e ela disse que Paolo nunca mais tinha falado com ela, e que passou o fim de semana chorando por minha causa, então a beijei de novo para não ter que falar mais nada, aproveitamos o momento e logo depois ela também foi embora, Morgana fazia sombra a porta então entendi e a deixei ir.

Dormi mais um pouco e tive um sonho esquisito, estava andando pelo centro de Garden Grave e via meus pais em uma loja e Bianca junto deles, com uma caixa embrulhada, acho que pensei nisso pelo simples fato do meu aniversário estar chegando, e sei lá queria saber o que tinha naquela caixa.

-Will... -alguém disse enquanto eu dormia.

-Oi - era Lya perto de mim.

-Bem esperei ela sair, meu Pai está melhorando, logo logo se recupera, preciso falar com você.

-Que ótimo, bem pode falar.

-Sei que nos beijamos e também sei que isso não foi legal, a Bianca ama você, da pra ver isso nos olhos dela, e você também ama ela de verdade, não estrague isso ta bem?

-Ta bem, mas e nós, vamos voltar a ser amigos?

-Não Will eu não posso mais fazer isso... - ela começou a chorar e saiu do meu quarto devagar.

-Mas por quê? - perguntei

-Você ainda vai entender.

Sai à tarde do hospital e fui direto pra casa, liguei para os meus tios, avisando que iria trabalhar já amanhã, mas eles não aceitaram, já era quarta, e me deram a quinta e a sexta de folga, agradeci e fui dormir mais um pouco dessa vez na minha cama, jantei e fui ver televisão, passava uns episódios de uma série, sobre uma família, mas era mais comédia mesmo, então terminei de assistir e voltei a dormir.

Acordei numa quinta-feira de chuva, tomei café, peguei o guarda-chuva e fui para a biblioteca, esperei cerca de uma hora mas Lya não apareceu, então fui ao hospital, para ver se o pai dela ainda estava lá, estava, mas sozinho, a enfermeira que cuidou de mim, Sherow, disse que Lya e sua mãe tinham acabado de sair, pois ela estava passando mal e tinham que buscar um remédio em casa, então liguei para ela mas ninguém atendeu, liguei novamente e a mãe dela atendeu chorando, me pedindo para ir pra lá com a ambulância.

Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 29/09/2013
Reeditado em 29/09/2013
Código do texto: T4503446
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