Dialética Amorosa
No princípio foi assim – um olhar perdido, um toque casual... Um “oi” meio preso. Sentiu-se um calor, algo tão bom...
Em meio a milhões de coincidências e tamanhas congruências, duas algumas se convergiram – pelo menos naquele instante – em uma só.
O tempo passa – e passa impiedoso. Vêm os rebentos e frutificou um amor.
Pela correria do dia a dia, vêm as insanas buscas que atordoam as enamoradas almas – e estas não poderiam deixar de sofrer de tal mal, de se sentirem atônitas...
Neste instante, tudo parece à deriva, e ficou assim por um bom tempo. As histórias perderam a graça, as amarguras vividas a dois deixaram de ensinar na mesma intensidade que ensinavam, e perderam o seu valor salutar ao casal – pelo menos aparentemente...
Eis o momento da culpa. Quem é o culpado? Lógico que não seria diferente – e a resposta óbvia – o outro. Assim é mais fácil de responder – assim é mais fácil de concluir – assim é mais fácil – é para se proteger...
Saíram os pombinhos em uma – pretensa – busca maior, primando à felicidade... que tinham a impressão que não morava onde moravam.
Perdem-se os caminhos... E duas almas tão solitárias e moribundas, reencontram-se, e, como se tudo de ruim tivesse se exaurido, renasce um novo amor – renasce o mesmo amor.
(Marcio J. de Lima)
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