Enfeitiçando O Tempo
Ele me olhava com um sorriso de desprezo nos lábios enquanto me aproximava dele, ele estava sozinho na varanda da ala oeste olhando para o céu de um azul negro profundo. Naquela noite a penumbra pairava sobre a imensidão do céu e não havia uma estrela se quer.
Quando o alcancei ele duramente falou; o que você quer? Suas palavras me causaram dor, agora estou cara a cara com ele e digo-lhe; apenas seu coração! Ele me lança um sorriso de escárnio e diz; o que você quer para me deixar em paz? Levanto minha mão até o seu rosto e com um gesto suave o acaricio, deslizo minha mão pelo seu pescoço, percorrendo lentamente até tocar seu peito e com calma respondo-o; certa vez quis você por inteiro de corpo e alma, agora tudo que quero é apenas seu coração!
E com um golpe rápido acerto o meu punhal diretamente em seu peito, ainda olhando-o nos olhos, vejo seu rosto se retorcer em um grito sufocado de dor.
Sim! É isso que eu quero que sinta, dor!
Seus olhos arregalados se reviram enquanto eu lentamente com toda a força que possuo desço o punhal numa linha vertical, fazendo-o cair de joelhos numa tentativa falha de segurar minhas mãos, empurro com mais força o punhal dentro do seu peito e ele finalmente pronúncia umas poucas palavras... ele diz; porque Jane! Ele disse o meu nome, ele nunca disse o meu nome... Jane, Jane, como ele pode pronunciar o meu nome assim tão docemente!
Enfureço-me muito mais, estando de joelhos empurro-o no chão, ele geme de dor, eu o encaro nos olhos e suavemente pouso os meus lábios nos dele, depois sussurro em seu ouvido; você tem o meu coração em troca vim buscar o seu, pois ele é meu por direito.
E assim fico ali do lado dele esperando ela vir, quando a morte o leva para sempre de mim, termino o meu trabalho.
Arranco-lhe o coração e com a alma já perdida, sumindo assim para sempre! Daquele lugar amaldiçoado.