CINCO MESES DE AMOR
CINCO MESES DE PAIXÃO
Alice estava deitada naquela cama de solteiro. Levei o café pra ela e como seus olhos negros estavam inchados de tanto chorar na madrugada tendo apenas a companhia de seu cão. E ela começou a me contar a sua triste historia de amor.
Falou-me de que quando ainda adolescente conheceu um rapaz casado que com ela trabalhou e viveram cinco tórridos meses de intenso amor e de que acabara um noivado de anos por causa daqueles momentos e de que como seus pais a obrigaram a reatar o noivado por não poderem indenizar seu noivo pela casa que ele havia construído no terreno deles e de que quando o padre fez a declaração de marido e mulher e de como chorara naquele dia que não fora de emoção, mas da morte sua alma e de que naquele dia ao chegar a sua nova casa vomitara nos virgens lençóis e de que durante um mês não permitiu que seu marido a tocasse, pois lembrava sempre dos cinco meses de paixão. E de que após anos ela engravidou-se de seus dois filhos para ocupar seus dias e noites de desilusão e que também nesta época se converteu em crente para buscar alivio na fé, mas que nada disto a fez esquecer os cinco meses de amor do passado e de que quantas vezes subiu ate a br para olhar as carretas que ali passavam. E de que após quinze longos anos reencontrou aquele que por quem suspirou e de que ele ela já mais velhos, mas intenso como antes aquele amor e que iria sentir muito pelos filhos ira largar tudo e ressuscitar sua alma outrora morta na igreja nos braços do seu único amor, agora não por míseros cinco meses, mas eternos anos.