Recordações

Introdução

Olá caro amigo (a) leitor (a), primeiramente, antes de qualquer coisa que eu possa mencionar aqui nessas breves linhas iniciais, devo deixá-lo ciente que se está à procura por uma dessas histórias meramente românticas onde após vários encontros e desencontros de um belo e jovem casal apaixonado que após tantas idas e vindas ao final acabam ficando juntos e tendo finalmente os seus “felizes para sempre”, sinto muito em desapontá-lo, mas não encontrará isso nas páginas seguintes caso seja forte o suficiente para seguir adiante rumo ao desfecho de tudo que irei aqui compartilhar com você.

Que falta de cordialidade de minha parte não me apresentando corretamente. Bem, eu me chamo Adélia, como o próprio significado do meu nome já diz por aí pelos dicionários de nomes próprios, Adélia é aquela que luta por seu próprio destino, não gostando de depender de ninguém, mas deve conter-se pensando no bem comum. Pouco me leva a crer que quando os meus pais me registraram com esse nome sabiam exatamente o que estavam fazendo, afinal de contas era apenas um nome bonito que a minha mãe ouvira por aí. A meu ver, ao escolherem o nome dos filhos, os pais deveriam colocar muito mais coisas na balança porque será algo que o filho ou a filha levará consigo pelo resto da vida, algo que se não for bem pensado pode se tornar um fardo muito pesado se acaso for um nome muito feio ou quem sabe um com tamanho significado de peso assim como o meu. Enfim, até que eu o acho bonito esse meu nome: Adélia. Meus pais deram um tiro certeiro porque mesmo sem querer, eu faço jus ao meu nome.

Vamos deixar de rodeios e vamos logo ao que interessa, e vou avisando que se prepare porque a partir desse momento conhecerá uma verdadeira história de amor e superação.

Eu me chamo Adélia, tenho 85 anos e tudo começou no verão de 1938, quando eu conheci o David, o meu único e grande amigo e que mais tarde venho a se tornar o meu único e verdadeiro amor...

Capitulo I

Flores Para o Meu Amado

Sete Barras, 20 de Janeiro de 2013.

Faz-se uma manhã ensolarada na pequena cidade paulista chamada Sete Barras, uma cidade que tem como sua principal fonte de renda a plantação e cultivo da banana, o chamado “ouro verde”. Infelizmente, há muito tempo essa minúscula cidade aconchegante de poucos habitantes, vem sendo castigada pelas enchentes que acaba atrapalhando o seu desenvolvimento, motivo pelo qual muitos de seus jovens cidadãos ao completar certa idade, se mudam dali em busca de melhores oportunidades na vida.

No centro da cidade, em uma rua atrás da igreja matriz, há uma velha casa ao estilo anos cinquenta, sua cor amarelada já está desbotada, a porta azul marinho quase sem tinta, um velho portão rangente, um cachorrinho branco com uma mancha marrom no olho esquerdo, de latidos estridentes avisa que a entrega do leite chegara. Ainda nos dias de hoje, nas cidades pequenas, há algumas pessoas que preferem que o seu leite vindo direto do sítio seja entregue em casa.

Som de palmas no portão e um chamado alto que após alguns minutos sem retorno, tem o volume aumentado:

-Dona Adélia!

-Doonaa Adé-é-lia!

Lá de dentro ouve-se um grito:

- Calma meu filho, já tô indo, já tô indo.

Sento na cama, dou uma espreguiçada com os braços, levanto-me, visto as pantufas beges, vou até a penteadeira, dou uma ajeitada nos cabelos brancos que têm muitas histórias para contar, caminho até a porta.

-Bom dia João.

-Bom dia D. Adélia, o leite da senhora.

-Muito obrigada meu filho, tenha um bom dia.

-A senhora também, até mais.

-Até mais.

Fecho o portão, dou um abraço no meu querido companheiro fiel, o Manchinha, entro em casa e abro a janela.

Ao preparar o café, passa um breve filme em minha mente, lembro-me do dia em que conheci o David,... Hoje é dia vinte de Janeiro? Hoje se completam 75 anos que o conheci...

....................................(continua)..............................................

.........Em breve, continuação do primeiro capitulo..............................

Gabi Alves
Enviado por Gabi Alves em 21/09/2013
Reeditado em 06/02/2018
Código do texto: T4491473
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