CONSTANTES COMO O TEMPO.

Sob um silêncio gritante e uma solidão interiora, mais uma vez à noite de Hurick era insólita, triste e acusadora, pois ele pensava tanto que chegava a pesar seu peito, havia um cansaço físico em sua alma apesar dos benefícios da juventude ainda poder gozar. Bela Flor andava distante, além do que era preciso, inundado de pensamentos Hurick se sentia sufocado sem alguém pra conversar.

Sem alternativas, Hurick delira na vida e consigo mesmo passa a conversar, sem saber o que ocorria, dialogava com o que não via e assim ia se livrando das suas cogitações e do que o estava afogar, antes de findar à noite depois de alguns intervalos de acelerados pensamentos recobrou sua lucidez o que só aumentou o tormento, pois acreditava que estava perdendo a capacidade de raciocinar.

Duvidava ele da própria imaginação, pensava que mesmo os que não eram são, dificilmente conseguiriam com o que não viam conversar, tampouco ter um dialogo mútuo consigo mesmo ia Hurick até o espelho tocava o rosto tentando algo confirmar. Admirou-se ao ver sua expressão, as olheiras apesar de mais fortes davam a impressão de estarem a passar.

Mas, seu sorriso refletia a solidão que insistia em acompanhá-lo, agora até sua fala se esvaia sendo Hurick habitado por um enorme silêncio e uma fugaz agonia que o fazia se mover com dificuldades, sendo que agora as tristezas duravam como a eternidade. Por vezes sua respiração não existia, desesperava-se o jovem Hurick e eram insuficientes as tentativas de se acalmar.

As horas passam um pouco mais, anunciava-se um dia igual aos demais, Hurick esperava que cessassem os seus internos questionamentos, apesar de saber que as cogitações dele não se desfazem e que eram constantes como o tempo.