O cara mais babaca de todos
travis tinha uma personalidade instável,
sua opinião era passageira
e seu fiel ego inquebrável
e suas mentiras,
fizeram com que fosse premiado
com o título “o cara mais babaca de todos”.
o conheci em uma noite, pela cidade.
depois de um tempo distante
de ligações arrependidas, e cartas rasgadas,
o reencontrei.
continuava com o seu egocentrismo inabalável,
e todas as suas histórias de vida,
e suas piadas,
e seu temperamento irritante de lidar.
seu abraço de quem passou uma temporada fora,
com sua tatuagem de coração envenenado,
e seus sorrisos involuntários, me confortavam
ao passo que esses mesmos fatos,
e sua voz trêmula
me sufocavam.
nós sabíamos a verdade,
tudo era apenas uma série de mentiras confortadoras,
atitudes impensadas
e promessas precipitadas.
a vida não é poesia.
o mar, e sua voz,
agora parecem abstratos
e as manchas de batom nos cigarros,
as noites ouvindo música clássica
e gastando o tempo
agora não passam de meras lembranças.
nunca soubemos o que queríamos.
só, o que não queríamos
dois cretinos vivendo a ilusão de um amor
correspondido,
saciando a carência do nosso próprio fracasso.
travis se foi,
com um beijo-não-ocorrido
um toque de mãos frias
e a frase mais filha-da-puta
e adorável já vista:
“Rebecca é o tipo de mulher que eu desejaria nunca mais ver na vida, até a manhã seguinte.”