O cara mais babaca de todos

travis tinha uma personalidade instável,

sua opinião era passageira

e seu fiel ego inquebrável

e suas mentiras,

fizeram com que fosse premiado

com o título “o cara mais babaca de todos”.

o conheci em uma noite, pela cidade.

depois de um tempo distante

de ligações arrependidas, e cartas rasgadas,

o reencontrei.

continuava com o seu egocentrismo inabalável,

e todas as suas histórias de vida,

e suas piadas,

e seu temperamento irritante de lidar.

seu abraço de quem passou uma temporada fora,

com sua tatuagem de coração envenenado,

e seus sorrisos involuntários, me confortavam

ao passo que esses mesmos fatos,

e sua voz trêmula

me sufocavam.

nós sabíamos a verdade,

tudo era apenas uma série de mentiras confortadoras,

atitudes impensadas

e promessas precipitadas.

a vida não é poesia.

o mar, e sua voz,

agora parecem abstratos

e as manchas de batom nos cigarros,

as noites ouvindo música clássica

e gastando o tempo

agora não passam de meras lembranças.

nunca soubemos o que queríamos.

só, o que não queríamos

dois cretinos vivendo a ilusão de um amor

correspondido,

saciando a carência do nosso próprio fracasso.

travis se foi,

com um beijo-não-ocorrido

um toque de mãos frias

e a frase mais filha-da-puta

e adorável já vista:

“Rebecca é o tipo de mulher que eu desejaria nunca mais ver na vida, até a manhã seguinte.”

Nana Calorina
Enviado por Nana Calorina em 28/08/2013
Código do texto: T4456071
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