Oi :)

Ela era a japonesa mais linda da faculdade. Parecia ser um anjo. Era uma mulher alta, bem bronzeada, com cabelos longos e um corpo de tirar o fôlego.

Por força do destino ou por pura sorte mesmo, ela se sentou bem pertinho de mim na sala de aula. Dava para sentir o cheiro do seu perfume. Ela olhou para mim e respondi prontamente com um sorriso. Ela sorriu de volta. Me apaixonei na hora.

Dia vai, dia vem, não demorou muito para a gente ficar amigos. A gente falava de tudo e de todos. Com a convivência, percebi que além de bonita, ela era meiga, carinhosa, atenciosa e estava sempre de alto astral.

Mas as minhas intenções eram outras. Eu tinha que arriscar para tê-la de vez como a minha namorada. Resolvi chamá-la para jantar em um restaurante japonês. Não tinha como dar errado.

Era sábado à tarde e eu estava de bobeira em casa. Peguei o celular, respirei fundo e mandei logo uma mensagem: “Oi, tô loco para comer um japa com você. Rola?”

Ela não me respondeu. Passou o sábado inteiro, domingo e nada. O jeito era esperar até segunda-feira.

Cheguei rapidamente na sala e a vi quieta no canto. Ela parecia estar brava com alguma coisa. Me aproximei meio tímido e como de costume a cumprimentei:

- Oi... tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

- Nada...

- Te mandei uma mensagem no sábado! Você viu?

- Vi sim e era isso que queria falar com você!!

- Aé?

- Acho que você está misturando as coisas!! Eu sou uma mulher de família.

- Sim..., mas o que...

- Respeito é bom e eu gosto!!! – disse ela em alto e bom som.

- Camila, escuta...

- Chega!!! Saia de perto de mim.

Fiquei triste e arrasado. E confuso porque não entendi o que fiz de errado.

Depois daquele dia, aquela linda japinha nunca mais falou comigo.

O jeito era esquecê-la também. Com o coração apertado, apaguei todas as nossas fotos que eu tinha no celular. Apaguei ainda todas as nossas mensagens, até chegar na última, que sentenciou o fim de uma amizade tão especial.

Vi com atenção e não acreditava no que estava lendo: “Oi, tô loco para comer uma japa como você. Rola?”

Maldito corretor automático de mensagens, que fez ela acreditar que eu era um completo tarado.

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