O Filho dos Girassóis IV
Depois que Chan despede-se de Chuy, o rapaz adentra ao solar conservando em sua retina aquela imagem doce da bonequinha de pele porcelanada e cabelos negros.
Ainda em seu ouvido soava o tilintar da campainha e nos olhos, o sorriso oriental como sinal de festa.
Chuy retorna a lembrança dos campos, as montanhas e os girassóis que floriam prenhe a exuberante natureza.
Os gestos singelos de Chan não lhe saiam da mente. A maneira como a jovem conduzia a cesta de flores era ainda a mesma camponesa a colher os girassóis das terras do Mandarim Van-Chan-Chuy.
Aquele dia Chuy resolve sair do solar e talvez por curiosidade extrema do chinesinho, resolve ir à cidade no centro comercial, buscando quem sabe encontrar aquela floricultura onde seu administrador acostumava comprar as flores para ornamentação do solar.
Ao falar com o administrador não faz nenhuma referência a nomes, ainda porque precisava manter em sigilo os seus interesses mais íntimos.
Ao sair do solar estabelece um desejo o de reencontrar sua Chan que o movia num frêmito incontrolável. Afinal parecia estar vivendo todos os invernos outra vez e como podia aquilo estar acontecendo quando não mais de horas ele estivera com Chan.
Era aquele amor inexplicável capaz de mover todo o corpo sem que pudesse frear tão imensurável carinho.
Cada passo pelas ruas da cidade era um reencontro com o seu passado ao mesmo tempo doce e acre como o frio dos invernos vividos pela distância de Chan.
Até que ao chegar ao centro comercial e depois de procurar, avista um enorme girassol que iluminado anuncia a floricultura.
Chuy sorri e se encaminha em direção ao enorme estabelecimento de venda de flores, as mais variadas e exóticas, incluindo as tulipas negras.
Leiam também os contos: I,II,III. ( vem aí o V)