Sinal do destino
as palavras ainda soam na minha memória, como no dia em que foram ditas, a exatos quatro anos atrás. talvez foi tê-las ouvido da mesma forma tantos anos depois, ou a cena que foi a mesma:
- Ninguém é tão louco pra vim aqui nesse frio! - Ele disse.
- Não importa. - Respondi rindo, não ligava mesmo. era o primeiro dia do inverno. estava tão frio que saia fumaça da boca. Não tinha uma pessoa a vista em todo parque de eventos.
algum tempo depois rindo e falando avistei em alguém:
-viu? - sorri - alguém!
não dava pra ver se era homem, ou mulher, do outro lado onde estávamos, só vi uma sombra, um vulto correndo.
-aproveita e casa com ele. - ele me disse. - Dois loucos vão se dar bem.
Eu sorri. Não dava pra ver muita coisa da pessoa. Então a pessoa terminou a curva e ficou na mesma reta que estávamos. Eu senti meu coração acelerar. Algo como nunca senti antes. Algo como um imã me puxando pra ele. Acelerei o passo para chegar logo a ele. Ele corria mais rápido também. Eu o vi!
O jeito como corria, como batia os pés no chão, como se movimentava... Parecia um deus, perfeito. Imponente no seu jeito de correr. Eu não podia parar de olhar, ele não desviava os olhos.
Passamos um para o outro, viramos ainda pra nos olhar mesmo depois que passamos.
Passamos várias vezes um perto do outro. Toda vez era a mesma coisa.
Foi assim por anos. A mesma sensação. O mesmo amor. A diferença é que nos tacávamos e não resistíamos a ficar um longe do outro.
o tempo passou... Um dia eu me afastei dele, cansei do jogo, do toque e de não avançar, não decidir nada...
um ano e meio depois que me afastei, quatro anos e cinco meses depois
daquele dia. Num mesmo dia frio, lá estava eu e ele outra vez.
-Você é louca sabia! Ninguém vem aqui num frio desses!
o dejavu. Algo despertou em mim.
-Não importa! - Respondi sorrindo.
então olhei então vi ninguém, bateu uma tristeza, uma saudade...
Na minha frente alguém vinha correndo. Aquele jeito único da andar... De se mover... Tinha que ser uma miragem! Não podia ser real. Não depois de tanto tempo! Eu tinha verificado... Ele não ia lá desde que eu parei de ir...
Olhei confusa. Era real?
-Mais um louco como você - Ele disse ao meu lado. - Devia se casar com ele, vão se dar bem.
Outra vez o dejavu. Eu sorri. Ele Passou ao meu lado. Meu coração acelerado. Ele me olhou espantado, eu fiquei muda. Antes teríamos dito um - oi - hoje nada. Passamos perto um do outro outra vez, baixamos os olhos...
Me perguntei se ele ainda sente o mesmo que eu. Talvez sim, talvez não, não sei, mas depois de tanto tempo, a mesma cena, com as mesma pessoas mexeram comigo. Tem que ser um sinal do destino.