REENCONTRO

Numa tarde fria de inverno, um homem e uma mulher se encontram. O cenário uma praça no subúrbio do Rio de Janeiro.

- Fala Altair. Não tenho muito tempo.

- Obrigado por te vindo Cíntia.

- Fala logo, o que está acontecendo de tão urgente?

- Podemos nos sentar?

- Não Altair, não podemos!

- Bem, como te falei por telefone...

- Podia ter concluído pelo telefone mesmo...

- Não, não podia...

- É sobre os meninos?

- Sim...

- Bem... Vamos lá...

- Vivemos juntos por dez anos...

- Há seis nos separamos...

- Temos dois filhos...

- Que bom...

- Minha falta de tempo, que não se justifica, sempre foi para que eles tivessem o melhor...

- Claro... Entendo... Todos os finais de semana, Natais, Passagens de ano...

- Por favor, Cíntia... Não te chamei aqui para me justificar...

- Então fale...

- Estou feliz com o seu novo casamento...

- Ah que bom...

- Por favor, não seja irônica.

- Altair, estou com pressa...

- É que estou com um problema e precisamos estar juntos...

- Como assim, juntos?

- Como pai e mãe dos meninos.

- Por quê?

- Depois de muito tempo, procurei um médico devido àquelas dores de cabeça...

- As dores que te acompanham há anos?

- Olhe estes exames...

- Exames?

- Sim. Tenho uma doença rara que vai me matar em seis meses...

- O quê?

- É isso. Precisamos estar juntos para prepararmos nossos filhos.

- Meu Deus, Altair... Tantos anos de brigas... E agora...?

- Por isso te chamei aqui, pra te pedir que deixemos nossas diferenças pra lá e nos concentremos no que te pedi: Encontrar um caminho juntos para falar com nossos filhos.

- Sim... Sim... Me perdoe Altair...

- Me perdoe Cíntia...

- Pode contar comigo.

- Obrigado.