DIA DO AVÔ

DIA DO AVÔ

Ontem foi comemorado o Dia dos Avós.

Para mim, particularmente, o Dia dos Avós é comemorado

em 17 de março, dia do nascimento de minha amada neta.

Fui abençoado por Deus, e recebi esse presente 3 meses após me aposentar, e desde então, assumi com todo o amor a função de avô, a melhor que já exerci em toda a minha existência. Não que ser pai, não seja também uma dádiva, mas a época, ainda muito jovem e precisando ir a luta, não consegui dar aos filhos, a mesma dose de presença que dou a neta, coisas da vida. Há pouco tempo escrevi no Recanto uma frase que dizia, “ Avô é uma criança disfarçada de velho “, e explico porque.

Ontem tive um dia de avô completo. A neta dormiu em casa na noite anterior e como já é hábito, dorme comigo e antes de pegar no sono, sempre há leitura e contação de histórias. No dia seguinte acordamos cedo, como sempre, preparei seu leite e suas bisnaguinhas na chapa ( ela adora ) e aí levei-a a escovar os dentes e xixizar, esse ritual dura, em média meia

hora, pois enquanto faz xixi ela pede pra eu contar uma história. Em seguida fomos ao supermercado comprar feijão, um pedido da vovó. Compramos o feijão e além disso um Kinder Ovo, um pacotinho de chicletes de melancia, uma lata de leite, um suquinho para tomar no almoço, “gêneros de primeira necessidade”. No caminho para o supermercado, em uma das ruas, há duas calçadas

cobertas com piso chamado Copacabana, que imitam ondas do mar. Todas as vezes que passamos por ali eu brinco de surfar na calçada e ela fica dizendo – “o vô, para com isso, parece maluco, olha lá, tem gente olhando”, e eu retruco, -“deixa pra lá, vem surfar comigo”, pego-a, abraço-a e faço de conta que estamos surfando juntos e ela morre de rir. Na volta, ela antecipadamente corre para não pagar esse mico e diz de longe, “ surfar sozinho não tem graça, né “.

Chegamos das compras e fomos jogar uma bolinha, ponho o sofá no meio da sala, fazendo de conta que é uma rede e jogamos vôlei com uma bola de gás, com o frio que estava, foi ótimo. A seguir fomos a cozinha e com anuência e ajuda da vovó, fizemos um brownie, receita que ela pegou numa revistinha chamada “Sapeca”. Ela fez tudo direitinho e o bolo ficou lindo.

Aí almoçamos e a vovó fez uma deliciosa carne de panela, seu prato preferido, e a conversa girou sobre o brownie que seria a sobremesa. Todos comeram e acharam delicioso, ela ficou radiante.

Em seguida assistimos um pouco de um DVD do Pica-pau e ela me pediu para montar o barco. O barco é a união de 2 sofás, sobre os quais monto uma cabana usando vassouras, lençóis, travesseiros e mais um monte de coisas que ela vai levar na viagem. O barco viaja pelo mundo e encontra personagens de histórias as quais incorporam-se a viagem. Essa viagem é longa e cansativa, principalmente para o avô que é, segundo ela, sabidamente, o capitão da embarcação.

Ontem, choveu o dia inteiro e não houve como dar uma escapadinha até a praça. Então, depois de ancorar o barco fomos ao banho que ela pediu se podia ser na banheirinha.

E vô nega? Lá vai pegar a banheirinha e fazer bastante espuma com shampoo para ela tomar um banho de artista.

O shampoo vai sumindo e a bronca da vovó vai crescendo, mas quem resiste aquele beijo de netinha.

Após o banho, lá vem a janta na sala, acompanhada de uma história, ontem foi “ O LOBO “ uma narrativa muito bonita de Graziela Bozano Hetzel. Para encerrar o dia assistimos “Chiquititas” e “Carrossel”, com direito a algumas cochiladas, afinal avô não é feito de ferro.

A porta se abre e lá vem o pai e a mãe buscá-la, um beijo e um abraço dão cores finais a mais uma dia de avô, que é comemorado todo dia. Que glória!!

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/07/2013
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