Aloha - cap. 9
- E aí, como foi ontem?
Samuka e Ariel estavam sentados em frente ao colégio. Os dois chegaram cedo para conversar com Julian e Emílio. Ariel, por pressão, aceitara trabalhar no jornal.
- Foi legal... - Ariel respondeu
- Quero detalhes, Ariel. - resmungou Samuka.
- O Benício é um cara legal, conversamos muito e ele me ofereceu ajuda...
- Ele disse que tipo de ajuda?
- Pensei que você soubesse... Vocês não são tão amigos? - Ariel lançou um olhar de censura para Samuka, que logo entendeu o porquê, e apenas sorriu. - O Benício trabalha num centro de apoio a jovens homossexuais. E ele disse que eles podem me dar o apoio que preciso.
- Que bacana. E você vai né?
- Não sei... Estou meio confuso e...
Ariel parou de falar ao ver Julian e Emílio vindo até eles. Uma terceira pessoa vinha junto deles, era a Celina, uma das garotas mais popular do colégio e que também fazia parte do jornal. Pelo que Ariel sabia dela era que namorava o Diogo, um boçal do 3° ano, algo estranho. Afinal, ela é inteligente, ganhou um torneio de língua portuguesa com um conto, além disso, é bonita e carismática.
- Bom dia! - disse Samuka todo animado.
- Bom dia. - disse Julian, com certa indiferente a animação do Samuka. - Vamos pra biblioteca, esquematizar essa cobertura do campeonato.
Os cincos jovens entraram no colégio, e se dirigiram para a Biblioteca.
- Bem, eu, a Celina e o Emílio conversamos, e decidimos que a Celina vai fazer a cobertura ao lado do Ariel... - mal eles tinha se sentados na biblioteca, Julian já foi falando.
- Perai, você tinha dito que seria eu a cobrir o campeonato. - indagou Samuka, irritado. Ele queria muito fazer a cobertura. - E isso devia ser discurtido entre nos cinco, e não só por vocês.
- Me desculpa, mas a Celina tem a preferência, e ela pediu pra fazer essa cobertura... E outra, eu, a Celina e o Emílio que somos donos do jornal, somos nos que fazemos a regra. - Julian não escondia a antipatia que tinha por Samuka.
Samuka se calou, mas Ariel conhecia bem o amigo, ele não ia deixar barato aquela afronta.
- Não é tão mal, Samuka, você vai ficar com a pauta social, que era da Celina. - disse Emílio, sempre sorrindo.
- Eu quero a pauta de esporte, vocês sabem disso!
- Eu pensei que você não ia se importar, afinal seu primeiro artigo não é sobre esporte. - Julian nem dava o trabalho de olhar para Samuka.
- Eu fiz o artigo por uma causa especial...
- Tanto faz... A equipe vai ficar assim, Celina e Ariel vão fazer a cobertura do campeonato de futebol, eu e o Emílio ficamos com as notícias gerais, e o Samuka fica com a pauta sociais e matérias especiais. Alguma objeção?
Todos balançaram a cabeça negativamente. Samuka ficou com a cara amarrada, e Ariel também ficou sentido pelo amigo, afinal, ele só tinha aceito trabalhar no jornal pra ajudar o Samuka.
- Então, era só isso mesmo. Nos encontramos de novo no sábado, tudo bem pra vocês? - disse Julian.
- Por mim está ótimo. - Pela primeira vez Ariel disse algo naquela reunião. Samuka apenas balançou a cabeça afirmando.
- Ótimo, até sábado. - Julian se despediu com um aceno de cabeça, e já foi saindo, seguida por Emílio.
- Julian, precisamos conversar... - Samuka levantou apressado, indo atrás da garota.
Ariel também já ia se levantando, Celina o encarava.
- Me dizeram que você fotografa muito bem, é verdade? - perguntou a garota.
- Acho que sim. Eu adoro fotografar, mas ainda não sou profissional. - respondeu Ariel, sorrindo sem jeito.
- Bem, eu estava pensando em irmos no treino do time na sexta a tarde, o que você acha? - Celina ia falando, enquanto eles atravessavam o corredor em direção das salas.
- Pra que?
- Para tirar umas fotos do treino, e conversar com os jogadores antes do começo do campeonato.
- Por mim está ótimo.
- Legal! - disse ela, sorrindo. - Então nos vemos na sexta... Beijos.
Celina entrou na sua sala, e Ariel seguiu para a sua.
O sinal já tinha tocado, quando Ariel entrou na sala de aula e a professora Suzanna já tinha chegado.
Ariel entrou e sentou no seu lugar, Samuka estava distraído escrevendo algo em seu caderno. Ariel olhou pra trás, Benício estava sentado no fundo da sala, ele sorriu e Ariel devolveu o sorriso.
As duas primeiras aulas passaram rápido. O sinal para o intervalo tocou. Ariel olhou seu celular, tinha duas mensagens, uma do Dominick e outra da Pilar. Suas duas vidas estavam a sua procura, ele sabia que aquilo não podia continuar assim, tendo duas vidas. Enquanto respondia as mensagens, Ariel pensava em um jeito de terminar com Pilar sem faze-la sofrer.
- Ei, vocês não vão lanchar? - Benício parou entre os dois amigos.
- Eu não vou, tenho que terminar o esborço de um texto para o jornal. - disse Samuka, sem tirar os olhos do caderno.
- Nossa, você está desde da primeira aula escrevendo. É sobre o que? - Benício tentou olhar o que Samuka escrevia, mas ele fechou o caderno. - É segredo?
- Por enquanto é.
- Tá bom, então... E você, Ariel, não me faria companhia?
- Não. - disse Ariel, vendo que Benício estranhou sua reclusa, ele explicou: - Não posso ir no refeitório, o Dominick e a Pilar estão lá, não quero encontrar com os dois. E outra, não quero que me vejam andando com você, lembra o que meu pai disse?
- Oh sim, você tem razão. Temos que manter nosso caso em segredo...
- O que???
Os três garotos levaram um baita susto com o grito de Pilar. Ela estava parada em frente a porta da sala, com a expressão de uma fera enfurecida. Ariel perdera a cor, seu rosto ficou pálido e estático de espanto. Samuka ficou tenso, presentindo o que viria a seguir. Apenas Benício não estava espantado, seu sorriso irônico ainda estava no rosto.
- Olá, coisinha fofa... - disse Benício, numa naturalidade espantosa. - Antes que você exploda, deixa eu explicar, eu estava brincando com o Ariel...
- Por que você estava brincando com o meu namorado? - perguntou Pilar por entre os dentes. - Ariel, eu não disse para você ficar longe dessa coisa?
- Olha, ela sabe ofender... - Benício estava se divertindo com a situação, e colocou mais fogo na fogueira. - Não sabia que você tinha uma dona, Ariel. Cadê a coleirinha?
Ariel fuzilou Benício com o olhar, não conseguia falar nada, lhe faltava voz e coragem pra abri a boca. Olhou para o Samuka, que estava igualmente espantado, branco feito cera.
- Escuta aqui, sua coisa abominavel... - Pilar se aproximou de Benício, apontando o dedo indicador na cara do garoto. - Fica longe do Ariel, ele é meu!
- Olha só, te achei uma fofa, uma graça, tão educada e meiga. Mas, acho bom você abaixar esse dedo, odeio que me aponte... Sabe, trauma de infância. - Benício estava adorando aquilo tudo, mas sabia o que ia acontecer se continuasse a afrontar Pilar. Ela não abaixara o dedo, e tudo tava caminhando para um desfecho indesejado. - Fofuxa, mesmo sendo bixa, eu odeio ter que bater em uma mulher. Se bem, que estou com dúvida sobre sua sexualidade, né...
- Cala a boca, seu depravado. Acha que eu tenho medo de você?
- Deveria...
- Chega! - gritou Ariel.
Os dois pararam de brigar, Pilar bufava como um touro bravo, enquanto Benício mantinha o sorriso irônico. Ariel se levantou, e foi saindo da sala.
- Ei, onde você vai? - perguntou Pilar.
- Pra longe de vocês!
- Espera... - ela fez menção de ir atrás dele, mas Samuka a segurou. - Me salta!
- Não. Deixa o Ariel em paz... Vocês dois. - disse Samuka, olhando sério para Pilar e Benício.
Benício fez um gesto de indiferença com os ombros, e foi se sentar no seu lugar. Samuka ainda segurava Pilar, que tremia de raiva.
Samuka sentia pena pela amiga, sabia que ela gostava do Ariel e ia sofrer quando descobrisse o que estava acontecendo. Ela foi se acalmando, e Samuka a soltou.
- Pilar, dei um tempo por Ariel, ele está precisando...
- Samuka, o que você sabe que eu não sei?
- Acredito que nada... O que eu sei, você também sabe, só não quer aceitar.
- Ele não é gay... - a voz dela saiu baixa, quase um lamento.
Samuka não queria continuar com aquela conversa, apenas abaixou a cabeça e voltou a escrever. Pilar ficou ainda algum tempo ali parada, tentando entender as palavras do Samuka. Seus olhos se encontraram com os de Benício, uma certeza ela tinha, teria que tirar aquele garoto do seu caminho. Saiu da sala resmungando.
O sinal já tinha tocado, mas, Ariel não queria voltar pra sala de aula. E, nem poderia ir embora, sua mochila estava na sala. Ficou sentado num canto do pátio, onde quase não poderia ser visto.
Com os olhos fechados, ele pensava em como sua vida tinha mudado em tão pouco tempo. Tudo estava perfeita, tinha paz e sossego. O Dominick, e agora também o Benício transformaram sua vida em uma agonizante confusão, e ele não sabia por que caminho seguir.
- O sinal já tocou, meu jovem.
A voz do diretor assustou Ariel, que abriu os olhos, que estavam vermelhos e rasos d'água. Aurélio sacou que o garoto estava com problemas.
- O que está acontecendo com você, Ariel? - perguntou o diretor.
- Nada... Já vou voltar pra sala. - Ariel se levantou, as lágrimas estavam correndo pelo seu rosto.
- Espera. É a segunda vez que te pego chorando, quer conversar? Eu posso te ajudar?
- Você pode arrancar a angústia, o medo e as dúvidas do meu peito? - Ariel falou sem pensar, e a sua fala saiu agressiva.
- Estou aqui pra ajudar os alunos. Vem, vamos pra minha sala, lá podemos conversar melhor...
- Eu não quero conversar, Aurélio... Eu quero paz, eu quero viver em paz.... Quero sumi daqui, esquecer o que sou. Você me ajudar a fazer isso?
O choro foi inevitável, Ariel odiava mostrar suas fraquezas para um quase desconhecido, mas, toda aquela angústia estava o corroendo por dentro, precisava jogar pra fora.
Aurélio ficou totalmente sem ação, não esperava uma atitude daquelas de um aluno tão calmo. O garoto a sua frente chorava, e a única atitude sensata que lhe veio a cabeça, foi de acolher e dar proteção aquele menino. Abraçou Ariel, que soluçava de tanto chorar.
Ariel estava mais calmo, sentado numa poltrona na sala do diretor. Estava constragido e com vergonha agora, e não atrevia levantar a cabeça, olhando apenas para suas mãos.
Aurélio sentado em sua cadeira, esperava o garoto se acalmar. Ainda não sabia o motivo do sofrimento dele, mas seja o que for, seria uma conversa dura. E Aurélio estava pronto pra ajuda-lo.
- E, então, o quem te afligindo? - Aurélio começou a falar calmamente. Ariel não se moveu, continuou encolhido e com a cabeça baixa. - Olha, Ariel, eu preciso saber o que está acontecendo pra poder te ajudar.
Ariel continuou como estava. Seria mais dificil do que Aurélio imaginava, levantou de sua cadeira, e foi se sentar perto de Ariel. Precisava conquista-lo primeiro, então, devia descontruir a figura do diretor, pra ser o amigo do garoto.
- Olha, pra mim, Ariel... - disse ele, pousando a mão no ombro do outro. Ariel, por fim, ergueu a cabeça e fitou o diretor com seus olhos vermelhos. Aurélio voltou a falar. - Eu quero que você me veja como seu amigo, Ariel. Ninguém ficará sabendo do que foi dito aqui, eu te prometo.
Ariel olhava para o diretor, queria falar, contar o que estava acontecendo. Precisava desabafar, dividir suas angústias com uma pessoa que não estava envolvida. Mas, algo o impedia de falar, talvez o medo de ser censurado e criticado.
- Não sei como dizer... - disse ele por fim. - Estou com medo, estou confuso, e não sei que caminho eu devo seguir.
- Essa angústia é natural nessa fase da adolecência. Os jovens tende a ficar sem um norte, sem saber o que fazer ou esperar da vida... - Aurélio respirou aliviado, afinal o problema não é nada grave, apenas uma crise normal de adolecente. - Ariel, sua dúvidas são normais para um garoto de dezesseis anos, e agora que você está tendo contato com as coisas do mundo adulto, mas com a visão ainda um pouco infantil, e...
- Não é nada disso! - Ariel quase gritou. - O que estou passando... O que eu sinto não é normal.
- Não? Mas, qual é o problema? - Aurélio estava confuso e envegonhado pelo seu engano.
Ariel voltou a abaixar sua cabeça, estava juntando coragem falar qual era seu problema.
- Eu sou gay.
Aurélio levou um tempo pra absorver aquela informação. Não que ele visse problema em alguém ser gay, mas imaginou o que estava ocorrendo na cabeça de Ariel, um jovem de família tradicional evangélica. Imaginou o inferno que aquele garoto ia viver em casa, se é que já não estive vivendo.
- Seus pais já sabem? - Ariel balançou a cabeça negativamente, ele voltara a chorar, agora baixinho. - Mais alguém sabe disso?
- Bem, o Samuka, que é meu melhor amigo. O Benício e o Dominick, que é o meu... - Ariel engasgou, não sabia se devia contar que o Dominick era seu namorado, mas já estava ali, ia contar tudo. - Eu e o Dominick estava juntos.
- Vocês estão namorando?
- Sim, mas escondido... Para os outros, eu sou o namorado da Pilar.
- Uau... - Aurélio não tinha ideia do que dizer, aquele garoto estava com sérios problemas. - Você namora a filha do pastor Borges?
- Meus pais fizeram questão desse namoro, e a Pilar sempre gostou de mim... Mas, agora eu estou apaixonado pelo Dominick, e não sei o que fazer.
Aurélio não sabia o que dizer. Aquilo seria um grande produtor de problemas. Em sua cabeça veio todos o caos que viria a seguir, o sofrimento que Ariel sentira, a crise que ia estourar na casa daquela família. Como diretor e educador, ele tinha que fazer algo por aquele jovem, mas o que faria?
- Ariel, primeiramente você tem que entender que, você não é o único garoto que passa por isso. Já tive alguns alunos que sofreram pra aceitar sua sexualidade. Mas, sei que no seu caso tem o agravante da religião, e imagino o medo que você está sentido. - Aurélio tentou ser o mais didático possível, sem perder a postura de amigo confidente. - Se posso te dar um conselho de adulto, que já viveu muita coisa, é que não esconda o que você é. Não viva fugindo de você mesmo, isso só aumenta sua dor. Se tem certeza do que é, seja. Não se esconda atrás de máscaras.
- Você quer que eu me assuma para meus pais? Não posso, prefiro sofrer calado.
- Pensa um pouco, Ariel, você vai sofrer de qualquer jeito. O que vai mudar é sua relação com o mundo.
- Diretor, você não está entendendo. Se eu me assumi, meus pais vão me odiar, serei excluido do seio da minha família, e meus amigos vão se afastar de mim... Você acha que isso é bom?
Ariel encarava o diretor, como se pedisse que ele disse que não seria assim, que as pessoas continuariam o amando incondicionalmente. Mas, Aurélio nada disse, desviou o olhar. Ele sabia que Ariel estava certo, sua família nunca aceitaria um membro gay. Aurélio não conseguia entender como pais podem colocar uma crença acima da felicidade dos filhos, em seus anos de magistrado, vira muitos casos de pais intolerantes, e em sua grande maioria eram religiosos fevorosos. Para ele, a felicidade de um filho devia ser prioridade, mas nem todos pensam assim.
- E o Dominick? - a pergunta saiu espontânea, Aurélio precisava saber se o outro também estava com igual problema. - Ele é o seu primeiro... Ah, namorado?
- Sim.
- Ele também deve está cheio de dúvidas... - disse Aurélio pra si mesmo.
- Ele não tem problemas como eu... A irmã dele é lésbica, então, a família aceita numa boa.
- Entendo... Ariel, devo confessar que não imaginava uma coisa dessa, não sei como posso te ajudar. Mas, prometo que vou achar uma forma...
- Obrigado, diretor...
Ariel se levantou, e já ia saindo da sala. Estava bem mais aliviado, o diretor não ajudou, mas o ouviu sem julgar e isso era muito bom. Saiu da sala do diretor com um sorriso no rosto, e com a sensação boa de que não estava sozinho no mundo. Benício estava certo, ele sempre teria pessoas que o ajudaria, Samuka, Dominick, o diretor Aurélio, e o próprio Benício e a pessoal da Aloha, que ainda não conhecia mais já tinha um forte apresso por eles.
"Não estarei sozinho no mundo, e isso basta!", ele disse enquanto andava pelo corredor do colégio, todo sorridente.
"Eddie, tem acontecido tantas coisas na minha vida. Estou muito confuso, não sei o que fazer. Me sinto como um corpo inerte à deriva, indo pra onde a onda me manda. Não sei como tudo isso vai acabar, mas tenho muito medo do que possa acontecer.
Preciso arrumar um jeito de terminar tudo com a Pilar, mas não quero magoa-la, ela me ama de verdade. Pensei em dizer a verdade, assim ela saberia que o problema não é com ela, e sim comigo. Mas, acho arriscado contar que sou gay, com certeza ela contaria pra minha mãe.
Minha mãe! Sabe, Eddie, meu maior temor é pensar no que minha mãe irá fazer quando souber que sou gay. Ela vai me amaldiçoar por eu ser assim, vai dizer aquelas coisas horríveis que ela fala sobre os gays.
E se meus pais me expulsar de casa? Pra onde eu vou? O que será de mim sem família? Não quero nem pensar nisso, Eddie. O diretor Aurélio e o Benício estão errados, não posso sair do armário, vou viver me escondendo pra sempre, é mais seguro assim. Não suportaria ser rejeitado pelos meus pais. Por mais que eu tenha o apoio de outras pessoas, eu preciso dos meus pais.
E falando em Benício, devo te dizer que estava errado sobre ele. Eddie, o Benício é um cara legal e inteligente. Nosso encontro foi massa. Teve alguns momentos tensos e chatos, como na hora que eu o derrubei no chão. Ainda bem que ele não ficou com raiva, se ele conseguiu bater no Bruno, imagina o que faria comigo né...
Mas, em vez de brigar comigo, ele me tratou tão bem. Aquele jeito dele de ver as coisas sempre pelo lado positivo é encantador, as vezes meio irritante, mesmo assim encantador... Se eu estou gostando dele? Claro que não, Eddie. Eu amo o Dominick... Não inventa, já estou cheio de problemas, não preciso de mais esse.
Bom, tenho que dormir, estou muito cansado. Boa noite, Eddie."