AMOR CONFESSO
E ele chegou de mansinho para não acordar Maria, que de olhos fechados buscava seu sono naquela noite fria. Chegou caladinho, pois ela merecia depois da fadiga daquele longo dia. Maria de longe ouvindo o pulsar de seu coração, adormeceu em devaneios com o calor daquele corpo a cobri-la para os restos de seus dias. E ele aconchegou-se no corpo de Maria ficando de conchinhas, naquela noite fria.
O fogo da lareira, ainda em brasas vivas, aquecia o teto de dois enamorados. E os alicerces daquele casarão sustentavam as paredes dos dois corações.
Ele buscou a mão de Maria e segurando-se - seguro - adormeceu em seus braços.
Como quem embalados pelo amor perderam-se no tempo sem saber se era madrugada ou se já amanhecia o dia.
Maria não sabe dizer o valor deste gesto que mesmo de forma muda ecoa nos cantos daquela casa - Eu te amo – confesso.
Albertina Chraim