A vida a(normal) de Marie - Parte 1.

Sou Marie, uma garota totalmente normal, de um bairro muito anormal ao meu ponto de vista, Harrow. Londres.

Como em todos os começos de conhecimento, sou branca, muito branca. É, isso me incomoda. Tenho cabelos castanho avermelhados, olhos verdes meio marrons, e tenho 1,80. O que também me incomoda.

Acho que já chega de falar de mim. Não sou muito amigável, é o que dizem.

Depois da separação de meus pais, tive que sair de Dublin, e vir para cá com a minha mãe, Luisa. Uma mulher que só se preocupa com o trabalho e lucros, e esquece que tem uma filha de dezessete anos. Como se isso importasse.

Pelo jeito ocupadíssimo de minha mãe, que só vive trancada em um escritório 15 horas por dia, adquiri um comportamento rebelde, e isso me mantém fora do colégio faz seis meses. Diria que isso é bem legal.

Tenho alguns amigos aqui já. O que mais me identifico é Larry, ele me entende, e gasta seu tempo a toa me seguindo pela cidade, e lixando as unhas. Sim, ele tem um gosto duvidoso ainda.

Meu cachorro é o Jhon, um Bulldog Francês, que ama comer tudo o que vê pela casa, e está acabando de destruir minha pantufa.

Eu ainda estou falando de mim e da minha vidinha normal. Isso é péssimo.

Pois bem, no verão passado, já aqui em Harrow conheci Artur, um garoto insuportável que adorava me seguir, e brigar comigo. Ele era perfeito e rebelde. Eu jamais tinha me apaixonado por alguém em dezessete anos até ver aquele loiro dos olhos azuis. Confesso que também jamais gostei de loiros, argh. Mas Artur é perfeito, é o garoto que eu sempre quis. Ok, que eu "nunca" quis, mas que quero agora.

A segunda vez que vi Artur, foi na quadra de esportes, quando eu ainda estudava. Após o futebol, veio ele correndo, tirando a camisa como um digno modelo de esportes. Nem tanto assim, mas são exageros do amor. Todo mundo entende.

Após o desfile de sensualidade, Artur jogou a bola na minha cabeça, e eu tive que ir pra enfermaria.

Deitada com os olhos fechados, gritando de dor mesmo não estando com tanta dor assim, vi que na porta estava ele, preocupadíssimo, e adorei aquela cena. Tive a certeza de que ele era o menino levado, que adorava aprontar, meu rebeldezinho.

Eu sou uma pessoa romântica, mas ninguém leva isso no bom sentido. Nem Larry, que baba com as revistas do One Direction.

Todos pensam que é só uma crise, e logo voltarei ao normal, voltarei a ser a garota vingativa e psicopata.

Nesses últimos tempos tenho falado com Artur, de uma forma mais humana, sem beliscões, tapas e mordidas. E isso me fez ver o garoto legal que ele esconde atrás de toda a maldade.

Estou pensando seriamente em voltar para o colégio, não quer dizer que eu queira ser alguém na vida, mas eu ficaria mais próxima dele até a festa de formatura.

Quem sabe não seríamos o príncipe e a princesa da festa, e dominaríamos aquele reino de pessoas iludidas na vida escolar.

Continua.

Maindra Bianca
Enviado por Maindra Bianca em 08/07/2013
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