O Dilema Sofrido Por Um Vampiro 1ª Parte
Victor olha a sua volta, cansado de ver tanto horror, tantas lutas e morte entre os seus iguais. Por que isso já durava mais de dois séculos de existência entre eles. Tudo começou porque um grupo pensava que só continuaria sobrevivendo se continuasse a sugar sangue humano, o outro achava que através do sangue sintético eles continuariam a sobreviver, que não era mais preciso tirar a vida de nenhum humano ou animal. Porque os humanos também tinham direito a vida e os animais também tinham esse direito, no mais muitos deles já estavam em extinção por causa de tanta matança por causa do sangue.
Ele achou melhor não tomar partido de nenhum dos dois grupos, preferiu ficar neutro, porque já havia vivido muitos séculos para pensar como um tolo, sabia que tanto um grupo como o outro eram seus irmãos, por ser da mesma espécie, vampiros, seres da noite, sem alma, que muitos não tinham sentimentos, só viviam em busca de satisfazer o próprio ego. Muitos deles gostavam de atrair suas vitimas para si, fazê-las ficarem loucas por eles para depois matá-las sem dó nem piedade unicamente para matar sua sede de sangue. Já não suportava mais isso, como também não estava mais agüentando viver correndo se escondendo de um lado para o outro para não ser morto por nenhum dos dois grupos, pois ambos, o queria morto por não aceitar que um vampiro ficasse neutro nesta briga de egos e poder.
Por tudo isso, é que mandou seu criado procurar um lugar longe, do outro lado do mundo para que pudesse tentar viver livre desta briga. Mas tinha que ser um lugar bem improvável, porque se continuasse na Europa ou mesmo nos país mais gelado do lado do Pólo Norte com certeza seria fácil de ser achado porque era nestes lugares que os vampiros viviam. Só eram visto por humanos quando era dos seus interesses porque eles, não eram como os animais que podiam vê-los sempre. O Ser Supremo criador de todas as coisas que era conhecido pelos humanos como Deus. Havia concedido esse poder da visão aos animais para que pudesse tentar se defender do ataques deles, por ser eles diferente da raça humana que eram seres inteligentes e pensantes que com toda certeza se os descobrisse poderiam morrer muitos deles em combate mais iria pensar em inventar um tipo de armamento para se defender dos ataques.
Estava em seu esconderijo meditando em tudo isso quando seu criado chegou dizendo que havia encontrado o lugar ideal para eles poderem ir, que ficava na América do Sul para ser mais exato no Brasil. Victor levou um susto, porque o Brasil era um país tropical impróprio para os vampiros. Nenhum deles havia antes se arriscado a ir para lá por saber que o clima de lá não era propicio para eles. Porque poderia morrer por causa do calor. Mas o seu criado lhe disse que havia visitado o país, que certa região de lá tinha um clima bom, em certa época do ano fazia frio e até neve caia em algumas regiões nesta parte do país. Seu criado sabia de tudo isso porque não era vampiro, era humano, estava com ele há vários séculos é que, ele como vampiro poderia colocar uma pequena dose do seu veneno nele, para fazê-lo servir, mais que não tiraria a sua humanidade, só que ele morreria se o seu amo morresse. Ele já estava com Victor há vários séculos, ainda assim continuava humano, ele não quis transformá-lo por completo. Por precisar dele como humano para andar durante o dia para poder cuidar de seus negócios que eram muitos, porque ao longo dos séculos acumulou uma grande fortuna. Verne era de inteira confiança por estar com ele praticamente desde criança.
Verne contou ao seu amo que nesta região existia uma cidade pequena por nome de Bom Jesus a qual havia visitado. De um clima muito agradável, uma população gentil e pacata. Havia andando pelas imediações da mesma, encontrando um lugar ideal para eles poderem viver, era uma fazenda com um casarão bastante antigo com muito quartos, janelas e um porão poderia servir de esconderijo para o seu amo. Ficou acertado que ele iria para esta cidade, só que havia um problema muito grande se ele resolvesse ir através de viajar pelo espaço do tempo como todo vampiro, ele deixaria rastro para ser seguido, o melhor seria viajar de avião, mais como ele poderia fazer essa viagem se não podia ver a luz do sol. Pelo tempo que a viagem duraria ele iria chegar de dia ao Brasil. Ficou acertado que Verne, iria com os passageiros e ele dentro de sua urna funerária porque assim iria protegido do sol. Verne saiu para arrumar o translado do tio amado que desejava ser enterrado na terra natal. Assim foi feito, quando chegaram ao Brasil Victor ficou dentro da urna até a noite quando Verne foi buscá-lo de carro para podesse seguir viagem até seu destino final. Quando o dia foi raiando, voltou para a urna para continuar a viagem porque tinha presa em chegar ao seu destino. No inicio da noite chegaram a Bom Jesus.
Chegaram no final de semana mas precisamente no sábado em um dia em que os moradores estavam comemorando em grande estilo gaúcho a chegada do inverno. Como era uma festa muito linda de se ver, ele estava vestindo roupas que em nada lembrava que era um vampiro, aliás, mostrava era um homem muito bonito com seus trinta anos de idade. Olhos de um azul profundo que impressionava cabelos muito loiros, alto, corpo atlético bem definido que o tornava um homem de aparência muito bonita. Mandou que Verne parasse o carro, desceu para ver melhor que festa era aquela. Andou pelas ruas cumprimentos alguns moradores com um aceno de cabeça procurando se familiarizar com a língua falada, para poder falar o mesmo idioma que eles, porque esse era um dos poderes que ele tinha de poder falar o mesmo idioma do lugar que se encontrava. Quando deu de frente com uma moça, de pele clara, cabelos escuros, mais o que chamou atenção dele foram os olhos dela, por ser olhos que transmitia paz, bondade e uma serenidade nunca vista por ele antes. Isto mexeu fundo com ele, sentiu algo diferente dentro de si, como se alguma coisa estivesse quebrando dentro dele, era algo novo que nunca havia sentido antes, então soube neste momento o que era amor verdadeiro. Não um amor para pegar sua presa para jantá-la, mais um amor que inspirava desejo, mais também cuidado, carinho, ternura. Soube naquele momento que queria aquela mulher para si, não como uma de sua espécie, mais do que jeito que ela era humana. Neste momento sentiu que iria começar seu sofrimento porque vampiro não podia tocar em uma mortal para tê-la ao seu lado era uma das leis mais sagradas entre eles por vir do Ser Supremo para que sua raça não fosse extinta. Continua...
Lucimar Alves