Sábio Compaixão

Eu, que desde o princípio vos conto história de amores e paixões, vos digo... Almas são tão volúveis quanto o vento, sentimentos como eu, apenas moldam seus limites, impõe muros para que se deparem com a certeza do que procuram. Sou a razão dos olhares se encontrarem por acaso e a razão destes olhares acreditarem que o destino existe. Não acreditar em destino, não quer dizer que sentimentos como eu, não exista... Por que sou perceptível ao contrário de uma concepção lógica mas ainda impalpável que é o destino e o acaso. Mas, confundir é hábito do desconhecer porque almas não reconhecem o instante a seguir como momento de sensibilidade, e é por isso que existo. Digamos que sou um intermediador da verdade sobre os acontecimentos e os sentimentos. Minha verdade para o entendimento das almas é o instinto sobre o que sentir e fazer...

Acredite, que sua procura é real, como sou e não importa os meios, as palavras e o que é certo ou errado. Perceba apenas que é capaz de sentir o que deseja. Irás me encontrar quando de fato desejar de verdade ser feliz. Esta é a única verdade até agora. Suas querências poderão estar permeadas de dúvidas ou suas experiências confusas, mas quando quereremos realmente acreditar, é quando igualmente acertamos.

Para alguns, os Racionais, sou o sentimento que enfrenta a própria resistência em sentir o amor. Almas soberbas em resistência conheceram o lado obscuro do amor e pensam que ele é traidor. Crêem no amor como um sol que cega, mas aquece. Ainda não sabem se é benigno ou leviano. Sua experiência lhe diz que o amor é algo tão grande que não se pode controlar. A concepção de grandiosidade o faz submeter-se a sentir insegurança – “ Como um sentimento nos faz depender do mesmo sentimento de outra pessoa ? ”

Antes de sentirem a força deste sentimento, quer-se entendê-lo como uma emanação de controle, não dependente de alguém para assimilar suas necessidades. Mas todos têem pressa em disseminar as suas virtudes para alguém que lhe tenha como obra prima do amor... Tudo isso dentro de si é uma constelação de descobertas, mas ainda o amor lhe é como uma nebulosa.

Para muitos outros, os Sentimentais, sou a imagem da esperança. Sou a última porta que revela sempre o que queremos acreditar... Estes, também pensam terem sido traídos pelo mesmo sentimento, mas suas decepções apenas possibilitam argumentar a fraqueza do amor. O ponto de vista porém é diferente, vêem o amor como o âmago da simplicidade, algo tão ínfimo em se entender que se torna pequeno em nossas mãos, como grãos de areia. Sua única grandeza é ser notório pelo impressionante fato de existir naturalmente. Estas almas são sensitivas, têem a concepção muito simples sobre sentimentos, por isso são perceptivos às pessoas. Esperam apenas serem especiais para alguém e revelar-se únicos.

Racionais ou Sentimentais, podem não conhecerem a verdade do amor enquanto caminham pela busca. E como já disse em presságio logo de início desta história, vos digo novamente: Um coração solitário e racional não entende que o amor não tem domínios, apenas segredos. Almas sentimentais não entendem que para se ter a alma em paz, é preciso guardar os seus segredos em um lugar tão grande quanto à solidão... um coração.

Eu sou o pensamento de esperança, sou a fé de que o amanhã pode ser como o sonho hoje. Sou a certeza do encontro da felicidade, e mesmo que eu seja piedoso, não sou o pulso do amor. Sou o impulso para se chegar a ele... Eu sou a compaixão. Sois apenas o sino que entoa a razão, mas sem o toque do amor, eu nada seria.