13 de Junho

Ele sabia que era ela e ela sabia que era ele, mas a namorada dele não fazia ideia disso. O dia dos namorados chegou e junto à angústia da obrigação de mostrar um amor que não sente e de calar a emoção latente.

Nenhum telefonema, nenhum email. Na praça de alimentação casais se abraçavam e riam. Ela ali, sozinha, bebendo vários goles de água para engolir as cenas dele sendo feliz do outro lado da cidade.

Decidiu aceitar um convite de ir ao cinema e escondeu sua solidão na multidão de apaixonados.

Do outro lado da cidade ele contava para sua namorada que amava outro alguém, sua intenção era ir o mais rápido quanto fosse possível ao encontro dela, mas seu bom senso não poderia deixar uma moça em prantos. E ficou ali entre socos e lágrimas.

Quando o carro chegou onde ela morava, se despediu rapidamente com farrapos de desculpas e subiu sozinha.

Ela encheu a taça de vinho e ficou chorando na janela porque naquela hora ele estaria suspirando prazeres em outros braços. Do outro lado da cidade ele segurava uma long neck de sua cerveja preferida pensando se deveria ou não ligar e ficou indeciso até o sol raiar.

Ela foi trabalhar e achou por bem desligar o celular porque sabia que nada a feriria mais que um telefonema apaixonado no dia 13 de junho.

Ele passou o dia angustiado por não conseguir falar com ela.

No final do expediente ele estava parado na entrada do prédio onde ela trabalhava, ela o avistou lá de cima e entre eles uma longa escadaria.

Má Polidoro
Enviado por Má Polidoro em 13/06/2013
Reeditado em 13/06/2013
Código do texto: T4339027
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