A HISTORIA DE OLHOS QUE ME VEEM
Capitulo 05
Deve parecer piegas falar tanto em Amor mas sabe que seria da humanidade se não fosse o Amor?
Os nossos jovens personagens, apesar das intempéries da vida conseguiram, se encontrar, a noite era fria na pequena cidade, mas as ruas de arquitetura rústicas fervilhavam de visitantes, ouvia-se musica nas casinhas e hospedarias da vila, pessoas cantavam e dançavam, faziam juras de amor a luz da lua:
- Quim? E agora que eu já sei que você vai morrer como vai ser?
- você me pediu para viver o dia de cada vez sem pensar no passado no amanhã, apenas viver... então vamos viver...
- mas me diz o que você tem?
- juro que não é nada contagioso minha princesa. Mas eu não quero falar disso. Quero apenas viver o que eu não vivi... o que é certo é que eu não vou...você me pediu para não dizer mais isso, então não vou mais falar certo?
- certo, mas assim que chegarmos a Itália iremos ao medico. Certo?
- lembra-se de um conto chamadas “como queiras”?
- lembro não perfeitamente, mas, lembro. Por quê?
- pois eu vos digo minha amada como queiras...
Riram alto vendo a lua resplandecer no fundo negro do riacho, a noite, era muito linda o céu estava muito limpo sem nuvens, sem neblina apenas frio, mas nada que um chocolate quente não pudesse resolver, andaram devagar até a estatua e Quim falou:
- eles realmente se amavam não é? Dá pra ver nos olhos dele e nos dela também.
- sim. Foi a historia mais linda que já ouvi em toda minha vida.
- eu te juro que será igual com a gente...
-igual? Não!!!
- porque?
- na historia ela quase morre nas mãos de um bandido por causa de uma prima dele. Igual não, pode ser melhor...
Eles riam como duas crianças do fato de não terem reparado no detalhe da historia dos personagens. E seguiram viagem ao chegar na estalagem decidiram que na manhã seguinte voltariam ao castelo para conhecer melhor o lugar.
Com só primeiros raios de sol entrando pela janela, Sonia levantou-se vestiu-se com pressa e encontrou, Quim já todo arrumado cabelo escovado roupa trocada e perfumado, aquele cheiro que se misturava a atmosfera de magia que a cidadezinha inspirava.
- bom dia! Como dormiu? Sente-se bem?
- ei calma princesa não vou morrer agora. Ainda quero viver mais...
- sabe. As vezes tenho a impressão de que essa sua historia de morrer é só brincadeira sua para me deixar preocupada com peninha de você e não te largar no meio do caminho.
- serio? Mas garanto não é brincadeira minha. É verdade juro princesa. Nossa você tá linda esse tom de vermelho, fica ótimo em você.
- há não... isso não...
- o que?
- você entende de moda? De cores?
- há entendi!!! Com ar de “delicado” admiro o esmalte rosa claro sabe?
- para com isso. Não brinca com coisa seria!
- não to brincado princesa... me empresta seu rimel?
- quer meus brincos também?
Riram alto enquanto andavam pelos corredores da pensão. Tomaram um café rápido e saíram apresados. Ainda rindo da brincadeira que Quim fizera logo que se encontraram.
Lá estavam eles diante do castelo ao amanhecer, era possível ver que na frente do castelo tinha uma enorme árvore um chorão centenário, ainda florido, com um balanço, convidativo, andaram até ele e sentaram juntos e balançaram depois como duas crianças brincado no balanço, o perfume das flores silvestres, era magnífico e deixava mais romântico aquele lugar, até que de repente, Quim levantou os olhos e viu um falcão voando:
- falcão?
- é sim aqui era comum criar falcões para caça, nesse castelo mesmo havia um viveiro, será que é seguro ir até lá?
- vamos tentar?
Saíram correndo, entraram pela porta da frente e seguiram pelo corredor, apesar de conhecer apenas a lenda do casal, e algumas partes descritas no livro, parecia que eles já conheciam que sempre moraram naquele castelo. Seguiram pelo corredor de pedras, as portas fechadas, algumas abertas as escadarias clareadas por algumas telhas que faltavam eram iguais ao que Sonia sempre imaginara. Deram de cara com a grande torre, de portas grandes e abertas, as gaiolas enegrecidas pelo tempo ainda estavam ali, os poleiros, e algumas ferramentas também, a mesa estava ali em um lado iluminado por uma enorme janela sem vidros:
- dá pra imaginar como era esse lugar quando morava gente aqui, devia ser lindo...
Do nada uma ave surge na janela, pousa em um dos poleiros e grita calmamente, mas não ataca os visitantes, quando olha em um canto da sala Quim nota que ali esta um ninho de gaviões, era incrível aquele animal mantinha seus filhotes aquecidos ali sempre que precisava sair dentro de uma gaiola bem fixada num canto da sala:
- será que posso pegar um dos filhotes sempre gostei de aves.
- pergunta pra mãe deles. Se ela deixar...
A ave grita mais uma vez:
- desculpa se o senhor for o pai?
A ave agora sai do local deixando eles e os filhotes sozinhos. Sonia pega a pequena ave ainda com poucas penas e coloca no colo olha para Quim que esta do outro lado da sala. Anda até ele e mostra-lhe a pequena ave. Agora era uma daquelas horas em que ele estava triste. Serio sem falar nada sentado numa cadeira num canto:
- o que foi?
- nada!
- essa não é a primeira vez que te vejo com essa cara, me diz o que foi?
- eu fico imaginando... o que será que eu não vou fazer?
- como assim?
- será que eu ter tempo de casar? Ter filhos? Pegar eles no colo feito... essa ave defendeu seus filhotes...
- ei calma vai dar tudo certo...
- não ai eu sei que não...