A Cada Um Sua Verdade
Olga veio para a Praça atrás do homem. Mariema, sua colega de turma, descreveu-o como alguém que tinha muito de Apolo, algo de Hércules, um jeito elegante de andar e que, distinto do resto das criaturas pelo olhar, pela doçura, pela elegância de ser, estar e andar de nenhum modo se confundiria com alguém. E ela ficou no centro dos caminhos, entre as estátuas e a água da Fonte, ao lado do quiosque dos jornais. Viu gente nova, velha, de meia idade, analisou corpos, posturas e olhares, sentiu nas palavras de quem falou, de quem disse e cantou o presente e a vida, a beleza e coisa diferente, o calor e a indiferença, o prazer, a força e a raiva. Também o afeto, mas em ninguém achou o tal que encantou Mariema. Rememorando a descrição concluiu que o amor da amiga que tinha muito de terra, céu e mar não passara por ali.