Tentação ( parte XCI )
                         
                         (continuação do capítulo anterior)
 
Silveira e Eugênio chegam na Fazenda da Solidão, porque antes que Eugênio fosse para a sua fazenda, Silveira quis lhe mostrar as melhorias que fizera, as instalações dos carneiros hidráulicos, das pias nas cozinhas da Casa Grande e na senzala, a roda d'água, o moinho, e o próprio canal de alimentação d'água.
Agora a sua intenção era voltar a direcionar a água para a seva, porque o sistema não estava funcionando bem, e ele esperava que Moacir, quando viesse, pudesse consertá-lo. Sobre isso é que estavam falando quando entraram em casa e Pulcena lhe deu a notícia de que Machadão tinha sido removido para o hospital. 
- Quando foi isso?
- Hoje de manhã, Jurandir e Ubirajara ainda estão lá com ele.
Depois de Pulcena lhe detalhar como tudo tinha acontecido, Silveira lhe disse:
- Daqui há pouco eu vou para lá, e as crianças como estão?
- Vão bem, eles estão lá fora com Maria Rosa. 
O senhor Eugênio perguntou:
- Quem é o Machadão?
- É o alforriado que veio comigo para cá, você o conhece...
- Aquele negrão forte como um touro?
- Ele mesmo, mas já está meio alquebrado...
Depois que Silveira lhe mostrou as melhorias, Eugênio se foi, ele viu Maria Rosa com as crianças, almoçou e seguiu para o hospital para saber da saúde de Machadão.
 
Logo que Silveira acabou de sair, chegaram Moacir, Maria e Márcio.
Estavam cansados. Na parte final da viagem,  a charrete sacolejava muito devido às irregularidades da estrada, e os três tiveram que se firmar para evitar que se acidentassem. 
Maria conversou com Maria Rosa e Pulcena como se já fossem velhas conhecidas, Márcio sempre muito quieto somente  respondia quando era questionado. As crianças pareciam ser amigas antigas dos dois. 
Depois de algum tempo, Moacir convidou Maria para conhecer as instalações da fazenda, queria mostrar o canal que ele fez, os carneiros hidráulicos que instalou e a água jorrando pela pia da cozinha e dos banheiros. Enquanto isso as crianças ficaram brincando com Márcio, tentando derrubar latas vazias com uma bola de meia atirada contra elas.
Moacir levou Maria para conhecer o moinho, mostrou a grande roda girando acionada pela água que corria do canal e fazendo também girar a pedra de mó, então abriu um saco de milho e demonstrou para ela como era fabricado o fubá. Enquanto ela observava o movimento da grande roda, ele enlaçou-a com os braços e puxou o corpo dela de encontro ao seu e assim ficaram abraçados e se beijaram.
- Estou adorando tudo aqui...
- Você gostou foi do meu beijo...
- Também... Porque, você não gostou do meu?
- Gostei, pode repetir...
Ela lhe deu um beijinho na face e respondeu:
- Contenta com esse porque o outro não é toda hora que dou...
Moacir pensou:
- ( Essa magrela é fogosa... )
 
Mamãe, mamãe! Vem cá, vem logo!
- O que foi, Ana?
- Estou com muita dor, acho que o bebê quer nascer!
- Mas você está com cólica, querida?
- Não, mamãe, é dor!
- Nós vamos ter de chamar o doutor Darci, vou falar com o seu pai...
- Adalberto, temos que levá-la ao doutor, ela está com muitas dores.
- Não Augusta, o doutor me disse que se ela sentisse dores, a levasse para o hospital e avisasse a ele. 
O senhor Adalberto saiu, mandou atrelar o cavalo à charrete, enquanto dona Augusta separava o que ela tinha de levar e foram para o hospital. 
                                                 (continua no próximo capítulo)
elzio
Enviado por elzio em 24/05/2013
Reeditado em 04/06/2013
Código do texto: T4306264
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