Um homem de coragem. Judia x Alemão em plena segunda guerra mundial

Um homem de coragem

No sangue vingança e honra enquanto na pele calor e mudanças. Um homem deve lidar com escolhas e passos, mas decisões não podem prever futuro, muito menos contratempos.

Milena Miranda

Sebatian e Sandra ensinaram seus filhos que judeus nada mais são que maldição. Hitler domava multidões enquanto pais eram obrigados a servirem e crianças e adolescentes se tornaram massa de manobra, um austríaco queria dominar o mundo e prevalecendo a raça ariana que seria detentora de todo o poder, onde judeus não são bem vindos á Alemanha e não ser assim ou pensar assim cometeriam crime de questão nacional, traindo seu país e deixando de ser patriota ao não ter orgulho do brasão que carrega em memória honrando a farda e sendo o soldado que não para de lutar nunca, pelo menos enquanto existir sangue correndo em seu corpo.

Eles tinham 2 filhos Klaus e Ralf, mas por causa da audácia alemã em meio a uma briga entre alemãs e judeus Klaus foi severamente morto por um judeu que se defendeu de seus ataques. Sebatian por ser um pai protetor e ter ódio mortal por judeus jurou vingança, Sandra sua esposa logo concordou o que transformou Ralf em um homem de guerra, líder de massacres, a favor de lutas corporais, violência cível e morte a base de tortura para qualquer que fosse judeu, mas apesar de seus conceitos, nunca matou crianças e mulheres, algo nele ainda o tornava humano. Klaus era mais que um irmão para Ralf, um melhor amigo talvez, mas o que não pode se duvidar é que pelo sangue ele daria sua vida, seu nome e ainda mais por seu irmão que o ensinou a ler, a buscar verdade e a nunca deixar um judeu que não fosse mulher ou criança vivo, utilizava da filosofia de que todos deveriam ser mortos, mas não seria ele que faria o serviço sozinho.

Toda noite antes de dormi Ralf orava e pedia munição e soldados mais eficazes, seus olhos verdes e sua pele branca nada mais eram que um ariano disposto a valer suas origens. Ele não amava e não sentia dor, um soldado fiel e líder, o único sentimento que tem é por seu pai, mãe e o falecido irmão. Treinava com frequência, queria ser o melhor e seus olhos ardiam fome de vingança e em plena segunda guerra mundial isso é bastante comum. Seu país foi derrotado na primeira guerra, pagou dividas altas, devido ao Tratado de Versalhes que nada beneficiava a Alemanha, apenas diminuíram seu exercito, desequilíbrio financeiro e muitas outras coisas que fizeram com ele e milhares de pessoas quisessem lutar, vencer, conquistar territórios, crescer e se desenvolver economicamente.

Certa noite andava pelo campo, salientava suas táticas de guerra, na verdade eram formas de continuar vivo e matar mais, até que ouviu um barulho vindo das árvores e ele logo seguiu em direção, pronto para matar quem fosse e ao chegar encontrou uma jovem de cabelos pretos, longos, lisos, olhos claros, pele clara, lábios simples e desenhados, perfil singular.

- O que esta acontecendo? – Disse Ralf com uma arma na mão

- Nada ! – Respondeu a jovem assustada ao analisar as vestes de Ralf, as roupas de um caçador de judeu.

- Pode ficar calma, a minha roupa só ameaça judeus. – Sua expressão cheia de confiança, fez com que sentasse ao lado da moça, naquela noite de lua cheia.

- Porque você se sentou ao meu lado? Não deve fazer isso. – Se mostrou assustada a jovem.

- Prazer, meu nome é Ralf. – Disse ele uma frase direta, cortando quaisquer possibilidades de fazer ele levanta-se

- Meu nome é ... – Ela pensava em meio ao silêncio e olhar fixo.

- Qual é seu nome? Porque pensas tanto?

- Meu nome é Eva. – A moça abaixou os olhos, até parecia que o chão a guiava.

- Lindo nome. – O sorriso do soldado, era a prova de que as armas não o tornavam imune.

- Você se sente bem matando pessoas, desfazendo lares de indivíduos inocentes.

- Fala como Judia. – Cuspiu ele no chão de forma desprezível

- E se eu fosse? – A sua firmeza no olhar o desconsertou

Ele olhava fixamente para ela, queria muito acreditar que tinha ouvido mal, e a principio era uma garota de outro mundo. Mas mesmo assim respondeu sem pensar muito. – Se você fosse judia Eva, não teria esse nome e se fosse eu lhe mataria.

- Fica feliz por pensar como todos os outros? Já pensou em comer gente ou atirar na sua cabeça, talvez pudesse comer ‘’ dejetos ‘’.

Ela foi embora depois de insultar Ralf que viu naquela garota, uma mulher que não se impressionava com sua farda e ainda o insultou olho a olho, sem temer sua reação, rotulando-a como uma mulher de fibra.

Uns amigos dele se aproximaram com a informação de que sabiam quem matou Klaus. Logo o mesmo, passou a língua nos lábios, beijou o símbolo da farda, pegou a foto do irmão da carteira beijou e disse perante aos seus amigos que aquela noite haveria guerra e sangue esparramando em suas mãos. Destinados a matar, foram em direção a uma casa no meio do nada, onde pessoas estavam abrigadas e assim que avistou o meliante, Ralf deu passos sozinhos, colocou a mão no ombro do miserável, sorrio e disse chegou a sua vez de conhecer o inferno.

- O que esta acontecendo? Quem é você? – O jovem estava assustado e suando frio.

- Lembra-se desse jovem? – Era a foto de Klaus junto a ele, sorrindo.

- Por favor, clemência! – Eram lágrimas que escoriam daquele jovem de uns 17 anos.

- Você não deu chance ao meu irmão. – Se pudesse, os olhos de Ralf ficaram vermelhos.

- Ele machucou a minha irmã e insultou meu pai. Sou judeu, sou humano e assim como eu, seu corpo tem os mesmos órgãos, comandos e funções. – Apesar do medo, o jovem esta seguro de morreria, mas não antes de dizer suas verdades.

- Eu sou melhor que você. – Ralf, pronunciou cada palavra de forma arrogante.

- Suplico, deixe-me viver. – No fundo tinha esperança de que um milagre os humanizasse

Ralf sem pena e olhando o que estava fazendo, atirou no jovem e ainda no segundo tiro disse – Aprenda aqui é minha casa e ninguém mexe com minha família, se referindo a sua honra e a morte de Klaus.

Dias se passaram e encontrar Eva, estava se tornando cada vez mais comum, pode parecer estranho, mas o frio da escuridão,os aproximavam e lutar contra isso, é ir contra a lei natural.

- Seus olhos são lindos, Eva!

- Eu sou moça de família, sabia? – Logo emergiu um sorriso

- Não fiz nada. – Estava extasiado.

- Esta tentando me seduzir.

- Estou conseguindo?

- Esta. E não deveria, não pode acontecer isso de maneira alguma. – No fundo o desejo de Eva, era atiçar-se nos braços do valente soldado.

- Por quê?

- Nada.- Ela o abraçou forte e derramou algumas lágrimas em seu ombro sem que ele percebesse.

Mas o tempo foi maldito e a cada dia que passava se tornava importante estar ao lado dela, senti o perfume de rosa e alisar seus cabelos, lisos e finos. E sempre que ele tentava algo mais, percebia o olhar da moça se desviar.

Eles se olhavam como-se pudessem entender um ao outro, mas ela é teimosa, ele orgulhoso, ela não quer nada e ele também, mas ambos mentem e se querem.

Ele se aproximou dela, naquela noite de chuva fria, ela não quis fugir, se beijaram em meio as gotas de chuva e as lágrimas de medo.

- Quero conhecer você Ralf? Porque odeia os judeus? Porque quer tanto lutar por uma guerra de superioridade? – Seus olhos claros estavam inundados de esperanças vazias.

- Prazer Ralf Marx. Um judeu matou meu irmão de forma grotesca. Os judeus querem minha casa; meu país e devo lutar para defender a todos. Somos melhores e ninguém pode duvidar disso. Somos mais inteligentes! – Sorrindo e se vangloriando

- Se fossem inteligentes, não pensariam assim.

- E você. Conte algo?

- Meu irmão morreu como um herói salvou minha vida e do meu pai e aprendi com ele a não declarar guerra, a não buscar ódio e tentar sempre semear a paz.

Olhando Eva, Ralf se declarou, confessando estar apaixonado por alguém que só sabe o nome, o gosto do beijo e o brilho dos olhos.

O silêncio manifestou ...

Ela sorriu de forma sutil levantou e disse que precisava ir embora, na verdade fugir das perguntas dele é mais do que necessário.

Ralf não entendia, mas estar perto de Eva, o diminua e o tornava igual. Entender os seus segredos, decifra o que esta acontecendo, o motivo do soldado valente ‘’ pensar ‘’ como um estranho para si mesmo.

No seguinte dia, ele e seus companheiros iriam ao esconderijo ‘’caçar’’ novos judeus. Mas para sua surpresa, enquanto segurava um homem de 58 anos com os soldados, uma mulher pulou por cima dele enquanto estava de costas e pedia para que parassem e não os levassem e mesmo assim levaram o pai da moça, que tentou a todo custo defender sua família. Ainda de costas e sem saber quem é, Ralf já pensava em matar ‘’ a mulher ‘’ que se ousava a falar daquele jeito, iria quebrar seu juramento a qualquer custo, porém quando se virou, deparou-se com olhos claros de noites serenas, fazendo cai diante da jovem ‘’ Eva ‘’ que não demorou para descobrir que na verdade se chamava Bela. Ele não se mexia, não conseguia pensar, não podia matar ela.

- Eva ou Bela? O que esta acontecendo? – Ralf estava decepcionado, precisa não se sentir traído, relutava com suas emoções.

- Eu sou Judia, me chamo Bela e você deve me matar!

- Não posso. – Ele não conseguia acreditar que toda sua força, estava reduzida, todo seu desprezo não se manifestava sobre a moça.

- Porque não pode? – Apesar de tudo, ela não entendia.

- Não tenho forças. – Ralf, estava sendo sincero e em seus olhos toda sua dor.

Ele saiu esperando que outro fizesse o serviço, sentou em um pedaço de tronco e pensou. O soldado então entrou naquela pequena casa disposto a capturar a jovem e Ralf tinha certeza que iria ‘’ abusar sexualmente ‘’ dela, afinal era uma típica garota judia que todo homem sonharia em ter e porque também sempre faziam isso quando a jovem tinha boas feições. Mas ele não conseguia imaginar outro homem tocando ela ao mesmo tempo em que não se admitia sentir algo. Rapidamente correu até a porta, ela ainda estaria lá, afinal não tinha como fugir a casa inteira estava cercado por soldados, então ele precisava de um plano, até que fez vários homens entrar na casa, lutou com um deles sem que ninguém percebesse, pois havia muita confusão, retirou a farda do guarda para que Bela usasse e assim ela fez, levando-os para fora da casa sem causar alarde.

Ralf a levou para sua casa, sem pensar em nada.

- Porque me salvou Ralf?- Expressão de dúvida e segurança.

- Não sei. – Respondeu friamente

- Como você não sabe?

- Eu não sei por que eu quero estar perto de você, não sei porque a mantenho em minha proteção, busco cuidar e não consigo e não admito que nada aconteça você. Pronto é isso que queria ouvir, esta satisfeita. – Falou pausadamente, com raiva e com vontade de não sentir.

- Eu te amo. – Ela se aproximou dele acariciou sua face, olhou bem em seus olhos e sussurrou mesmo com medo.

Não sabiam o que fazer, ela precisava estar perto dele, senti o calor da sua pele, mesmo que querer isso a matasse.

Ele a queria para sentir seu abraço, seus lábios. Era estranho sentir coisas por alguém que deve morrer e que vai contra todos os seus princípios.

Ficaram parados não poderia querer outra coisa, além de estar ali paralisados e completamente indecisos.

Bela

Meu corpo inteiro treme, sinto que perco a voz. Tenho medo do que esta acontecendo, ele é uma alemão e não passo de judia amaldiçoada, mas como se convencer que devo me afastar. Esses olhos verdes de mata, essa boca rosada, essa pele fria e branca, esse corpo forte e pronto para guerra. Como esquecer o que fizeram com minha família, eu não posso admitir, sonhar com alguém que me mataria a qualquer momento.

Ralf

Perfeita aos meus olhos, sinto estar fazendo tudo errado, mas não controlo minhas pernas, não controlo meu corpo perto dela, a minha guerra agora é outra e tem nome de mulher; Bela.

Posso sentir seu medo, a forma com que desliza os dedos sobre minha face, a sutil forma que movimenta os lábios para dizer ‘’ te amo’’ é enlouquecedor. Ela deve se passar por Alemã, se ainda quiser continuar aqui ‘’ viva ‘’ com minha família. Eles parecem que sabem que estou mentindo e ela é uma judia, pela forma que meus pais a olham, eu sinto o desprezo.

- Pai e mãe, esta aqui é minha namorada Eva.

Foi um silêncio assustador.

Depois dos comprimentos fomos até ao meu quarto, ela se sentou na cama e analisou o lugar com olhos pequenos e assustados. Abri as janelas, sentei ao seu lado, a conversa foi áspera. Eu queria muito ter resposta, mas para mim tudo também era novo, não sabia o que estava fazendo, manter ela na minha casa era perigoso, meu pai era um caçador de judeu de primeira mão, mas não havia nenhum outro lugar e enquanto ela fosse Eva, estaria segura. Ouvi alguém chamar por meu nome, a voz era doce, voz de Bela, que acabará de sair do banheiro.

- Sou sua contra mão, preciso ir embora Ralf. – A moça estava insegura, mesmo amando muito e inacreditavelmente confiando sua vida a ele, ela precisava ir.

- Eu sou a única pessoa que pode te manter longe dos campos de concentrações dos nazistas obcecados. – O tom de proteção, mudava o ambiente.

- E meu pai? – Estava ela desesperada.

- Não posso fazer nada por ele. – Ralf deu as costas sem pensar.

- Você ainda vai continuar matando judeus, responde claramente Ralf Marx?

- Esse é meu trabalho, meu código de honra.

- Mas são vidas e sou parte delas. Deve começar por mim. – Tinha olhos enfurecidos e prontos para fuzilar ele.

- Você deveria me agradecer por salvar sua vida.

- Eu sabia da sua chegada toda noite e isso me rasgava com açoite, era mais simples ser simples, mas os olhos ainda se cruzam, os lábios, condenam muitas historias, não podemos negar as folhas rasgadas, os livros escritos, as mentiras mais limpas e as verdades mais seguras. A garota da capa virou a página, mas você ainda faz parte do livro, as cores que mais gosta ainda decoram minhas vontades e tudo o que não disse na verdade, ainda vou dizer, as palavras guardadas, não vão morrer comigo, porque ainda quero ver você sorrir, quando eu disser como te esqueci. – Agora Bela, demonstrava seu desprezo.

- Você sabe como ser flexível e como dizer ‘’ eu te amo ‘’ enquanto crava um punhal em mim. – sorrindo Ralf, tentava manter a calma..

Sai do quarto, ela estava certa, mas eu não poderia trair meu país, meus amigos e minha família por ela, isso não é certo. Na verdade não sei o que é certo mesmo, a tanto tempo desconheço. Vivo como moldura ou retrato de uma guerra, não sei bem analisar os fatos e não posso contar com ninguém só comigo mesmo. Talvez eu deva entregar ela para os militares, fugir com Bela, não sei. Desde que meu pai foi roubado por um judeu, fui criado para odiar qualquer judeu e só piorou conforme os anos, e depois que meu irmão Klaus foi morto por um, meu desejo de vingança estar buscando seu ápice.

Os dias foram passando e conhecer ela era uma aventura constante. Em uma noite dessas brigamos, ela não entendia como eu poderia me orgulhar de ter aquelas medalhas, brigávamos quase todos os dias, mas naquele dia ela me olhou como-se me devorasse, eu a encostei na parede, segurei seu braço e comecei a beijar seu pescoço, apertava sua coxa, a esfrega no meu corpo, a levantei coloquei em cima da mesa, abri sua pernas com força, ela aperta e risca minhas costas com as unhas, eu delirava enquanto a puxava pelo cabelo e fazia gritar como uma mulher enlouquecida para ser minha, ela se esfregava no meu corpo como se limpasse a alma, apertei seus seios, segurei seu pescoço, mordi sua boca, desenhei seu corpo na palma na minha mão enquanto lhe tocava. Ela gemia, me segurava, sentir meus movimentos desdobrava a moça, que rasgou minha roupa. A tirei da mesa, virei ela colando-a de costas para mim e mostrei o outro lado do mundo, era interessante transar com uma judia. Não houve romance, ela se virou, me olhou mordeu a boca e me puxou para cama, parecia indomável e pronta para não parar nunca, acreditava ela que eu era um cavalo e ela deveria montar para viver, sentia gosto pelo que estava fazendo, me revirava os olhos, aquecia minha mão em sua bunda, com tapas nada gentis, éramos estranhos excitados bichos atiçados, extintos sufocados. Sentava no meu colo e fazia o proibido, a lei era nossa, éramos o foco sem lente, irresponsáveis apaixonados nos tornamos. Nada foi visto e tudo foi trocado, eu senti você e vi se contorcer, pedi para não parar, segurava seu cabelo e pedir para não controlar, estava indomada, precisava sentir. Era o estranho, mas seu, o frio da noite nos aquecia, a lua feito sol e tudo escutava seu uivar. Beijos selvagens e grotescos, intensos e finos, doce e ácido, nossos toques de cetim, nossas trocas de animal, feitos de matéria, nos transformamos, os planos se romperam e se formaram o criminoso que logo se fez príncipe e então fizemos amor.

No dia seguinte fui trabalhar, sai antes que Bela acorda-se, não queria uma discussão logo pela manhã, a moça era cheia de ideias revolucionarias e eu um ogro disposto a não ouvi uma palavra se quer. Quando estava reunido com os outros, ouvindo todas as táticas de defesa, como invadir, como matar, como deter, só pensava em qualquer um deles fazendo isso com Bela, e me irritou bastante. Quando fomos capturar alguns judeus, vi uma criança que chorava, tinha medo e pedia para que não a levassem, sua mãe suplicava e pensei no que eu estava fazendo, eram vidas, mas logo esqueci isso, e matei o homem que se identificou como Samuel, o sangue espirrou na minha farda, Depois de capturar todos, fui para casa, quando cheguei encontrei Bela conversando com minha mãe, ela se comportava como alemã, conseguia enganar com facilidade, até eu me passei. Fui para o quarto, tirei da bolsa a farda ensanguentada, só não contava que Bela chegasse na hora e me chamasse de monstro, seus olhos claros estavam tristonhos e aquilo partia meu coração, tentei conversar com ela e a mesma mostrou-se compreensiva. Depois do banho, não encontrei a minha menina, sai desesperado, precisava encontrar antes que outros a encontrassem e depois de dois dias a encontrei.

- Porque veio atrás de mim? Decidiu me captura?

- Para de ser arrogante. Eu apenas quero te proteger, eu te amo Bela, minha Bela. Eu quero sentir sua respiração enquanto me olha, quero sentir seu corpo enquanto existo, quero sentir suas mãos enquanto me aqueço, quero sua boca enquanto respiro. Preciso de você, preciso lhe tocar, lhe sentir e pedir desculpas por todos os meus erros, por todas as vezes que deixei você virar para o lado e fui infantil. Torço por você, sou seu fã numero um e lhe amo incondicionalmente, enquanto esta ao meu lado eu me sinto seguro. Tenho muito medo de perder você, de ir embora porque não fui o suficiente e de desisti de mim. Não sou frio, posso ter feito muita coisa, ter muitos defeitos, mas lhe amo sobriamente. – Pelos olhos dele, podia-se encontrar sinceridade.

- Não consigo lhe odiar, somos diferentes e muros nos separam. – Doía muito nela, ver o amado possuído por ódio e agindo de forma desumana.

- Se preciso irei construir pontes. – Ralf, mostrou-se diante de Bela, um homem disposto a tentar tudo.

- Eu desisto de dizer não, cansei de lutar contra. Sinto falta dos olhos que fechavam antes que eu pegasse do sono, sinto falta quando eu me desgarrava de você na madrugada e você na cama me puxava para perto. Quando acordava tudo estava pronto; o café, tinha manhãs que precisava lhe agredir com o travesseiro, para que acordasse, para que eu pudesse admirar seus lindos olhos selvagens ou aquele sorriso inédito. Saudade de você se aproximando, me abraçando com o velho charme de sempre, que me detém.

- Vamos para casa, Bela?

- Não posso, não consigo ouvi seus pais falando sobre minhas origens e ter que renegar quem eu sou. Preciso do meu pai e lá não é o meu lugar. – Percebia-se a dor em dizer cada palavra

- Seu lugar é ao meu lado.

- Não adianta me seduzir querendo me aceitar, não faça exigências, querendo me obrigar sou de beira e aqui não há intenção de ficar. Não sou sua namorada e amante é pouco, não quero ser sua esposa e te perder por agir como louca, não quero seu dinheiro, não aceito sua carência, eu não preciso do seu corpo e não gosto do tom da sua voz, não olhe como se estivesse decepcionado. Lamento dizer preciso de essências que lhe faltam.

- Não precisa ser assim, eu amo você e você me ama.

- Amor é pouco.

- O quer que eu faça, sou feito de carne, sou humano e erro, não aprendi a mudar.

- É eu também não aprendi a viver ao lado de assassinos e pessoas que não aprenderam que ser diferente é o que não nos torna cópias.

- O que você quer de mim?

- Paz!

- Eu dou se você quiser, mas venha comigo.

- Eu só volto se você trouxer meu pai de volta. – Os olhos de Bela encheram de lágrimas.

Ele a colocou contra a árvore.

- Para por favor de complicar as coisas. Não sei o que acontece comigo quando estou com você.

- Deixe-me ir, está me machucando. Não posso ser sua e você não pode ser meu. Faz bastante tempo que só te encontro em cartas rasuradas e lembranças. Lembro-me do seu beijo; da forma com que naquela noite nos tocamos a forma sincronizada que o vento passava e as estrelas iluminavam todo o espetáculo. As coisas não se resolveram, sinto como-se frases não tivessem sido ditas, como se algo não pôde acontecer porque ''você/tempo'' não permitiu oportunidade. Encontrei em seus olhos a minha vida inteira diversas vezes e caiu por terra a imagem de '' pessoa fria'' que tinha. Educado e cheio de opiniões desenfeitava as verdades e simplesmente agradava ouvi sua voz; a forma pausada com que as palavras eram ditas sutilmente. Sim, eu me apaixonei por você, acreditei que tinha sido correspondida, mas nunca sei nada sobre você, seus pensamentos, sua forma de agir, tudo sempre é imprevisível. Quando ouvi sua voz, senti um turbilhão de emoções, havia muita saudade em mim e o jeito que falava sobre '' eu e você '' me deixava surpresa, era alguém menos frio e mais sensível, se eu estivesse louca acreditaria que era voz de alguém apaixonado, alguém que dizia a verdade quando falou sobre pensar em mim todos os dias e sentir muito a minha falta.,

- Amo você, eu queria muito lutar contra isso, mas isso luta contra mim e sempre ganha.

- Quando descobri o que realmente significa amor, me procurei. – Bela, estava decidida a ir embora e

Olhei em seus olhos estava certo de que seria a ultima vez. Não deveria trair meu país por uma mulher que me insulta e demonstra desprezo.

- Você ganhou Bela, cansei vou embora, morra de fome e seja capturada por soldados.

- Não estamos travando uma batalha. Vejo que guerreamos por orgulho, medo e diferença.

- Não me importo com o que pensa. Adeus

- Vá embora e procure o inferno, estou certa que sua estupidez veio de lá.

Furioso, segurou ela pela cintura puxando seu corpo para perto e a beijou, para ele a moça não era apenas uma pessoa qualquer, tinha nome e paralisava sua razão quando estava por perto.

Dias se passaram.

Pensar nela é constante, pode ser que sejam os olhos selvagens, as mãos delicadas e macias, talvez os lábios carnudos e detalhados, não sei bem o que é, mas por algum motivo ela me tem por inteiro. Não consigo entender o poder que ela tem sobre mim e como pode me controlar tão bem, sinto que sou difícil de ser entendido, mas vejo ela me descrever com minuciosos detalhes, parece braile, porque ao passar os dedos posso sentir e por mais louco que seja eu posso sentir a intensidade. O modo como cuida de mim e me deixa seguro, a forma que bagunça meu cabelo e me beija, principalmente quando me toca, teus lábios parecem princípios do infinito, suave como o veludo, intenso como um machucado. Majestoso; incrivelmente nobre. Nítido; posso toca-la, senti-la e me desdobrar ao vê-la partir. A amo sem medida, sem liberdade; aprisionado ao meu complemento; ela. Meus olhos ardem dúvidas e minha boca ferve desejo, quando nos abraçamos o coração dela encaixa onde me falta um e o meu onde dentro dela há um espaço vazio. Com ela tenho tudo, inclusive momentos ruins, mas momentos nossos. Eu a amo como toda parte boa de romance e toda veracidade, ela é como uma princesa e em seus olhos me vejo rei. Mas existem muros e eu conheço as leis de Nuremberg de 1935 que proíbe o casamento entre judeus e Alemães, criada no governo de Hitler.

Hoje fomos capturar mais judeus para serem levados aos campos de concentrações, alguns ainda se encontravam no ‘’ gueto de Varsóvia que é um lugar cercado por muros onde passam fome; São obrigados a trabalharem para os alemães de forma escrava, não tem infraestrutura, alguns não resistem e acabam morrendo por si mesmo. As ruas estão cada vez mais sendo desocupados, os judeus já não vivem em sociedade, não têm imóveis, não frequentam a ata da sociedade sem ser perseguidos, vejo que nenhum mais será rico na minha própria casa ‘’. Matar e servi é meu lema, confesso que ver sangue na minha farda não me torna mais homem, mas é preciso. Ao fazer meu serviço, vi uma criança escondida e não tive coragem de entrega-la aos militares, quando um dos meus ‘’ companheiros ‘’ pegou a criança pelo braço e a colocou dentro de um caminhão dizendo que ela iria passear com sua família e inocente foi, eu sabia que o pequeno seria morto de asfixia devido ao veneno toxico que iria respirar dentro daquele automóvel. Fiquei observado como tudo acontecia, homens morriam aos meus pés, crianças mesmo as recém-chegados ao mundo, eram obrigados a deixarem, tudo aquilo por algum motivo era estranho, mas fingi não me incomodar, desde 20 de janeiro de 1942 oficialmente os judeus deveriam ser brutalmente torturados e logo mortos. Nunca mais vi Bela e pretendo não ver, mas espero que ela esteja bem, ela dizia que eu era frio, mas não sabia ela que me tornei isso por sobrevivência.

Uma mulher grávida me segurou pelo braço, pedia ajuda, sentia dor, olhava em meus olhos e perguntava como eu conseguia ser um monstro, como eu poderia matar assim e simplesmente virei atirei na cabeça dela, na verdade, apontei a arma, mas outro fez o serviço, a pobre mulher caiu aos meus pés e apenas a tirei de cima e fui embora, levar alguns judeus para o gueto de Varsóvia. Ainda não conhecia de perto o local e me assustei com a miséria, eles penavam, pareciam sombras e mortos se arrastando. Soube que eles eram obrigados a construírem novas câmaras de gás e ainda eram assistidos morrer pelos soldados e médicos e foi um dos que assistiu eles inalarem todo aquele veneno, gritavam pedindo socorro, se arrastavam e lutavam por sua vidas. Gêmeos eram poupados para experiências médicas, Nesse mesmo dia houve uma rebelião, na qual eles lutavam com armas roubadas e improvisadas, lutei como pude, matei alguns, fui machucado também, era eu ou eles, estavam furiosos e me mataria com louvor, a ultima coisa que lembro foi que levei um tiro na perna e outro no braço e perdi a consciência. Acordei uma semana depois, foi estranho, não conseguia falar, ainda estava muito machucado, o lugar desconhecia, notei um homem de joelhos rezando, era um judeu, aparentemente com uns 50 anos, cabelos grisalhos. Assim que notou meus olhos abertos veio até mim e parecia analisar meu corpo, olhou meus olhos, minha garganta, aparentava ser um médico e eu tinha a certeza que eu seria torturado. Ele veio me deu uma injeção quando comecei a me contorcer de dor, pensei que fosse algo para piorar meu estado...

Depois de cinco dias, acordei e conseguia falar, não sentia dor, estava bem.

- Como se sente rapaz?

- Me sinto bem. O que aconteceu? Quem é você?

- Sou Adam, um médico judeu que salvou sua vida.

- Porque você me salvou, matei milhares dos seus e ainda sou Alemão.

- Porque você mata e eu salvo vidas. Não poderia deixar você caindo ali naquela esquina, onde seria pisoteado, apesar de tudo você é humano e eu tenho fé.

- Não sei o que dizer. Apenas me chamo Ralf

O silêncio rompeu o lugar, juro que até pensei em mata-lo, mas não fiz isso. Na primeira oportunidade, escrevi obrigado e se proteja em um papel sujo que encontrei perto de alguns medicamentos e mancando fui para casa. Quando cheguei encontrei um amigo no meu quarto olhando uma foto minha com uma arma na mão e beijando o símbolo do nazismo.

- Você esta vivo Ralf.

- É impressão sua, meu caro amigo. Aqui é minha alma.

Abraçamos-nos, senti até um pouco de dor.

- Ralf, eu procurei muito você, vi que foi baleado, mas não consegui chegar até você.

- Porque esta me olhando desse jeito Dirk?

- Seus pais... – Dirk pensava como dizer.

- O que aconteceu? – Ralf, estava sentindo dor e raiva ao mesmo tempo, temia o que Dirk diria.

- Eles foram levados por soldados que os confundiram por judeus, tentei interceder, mas minha voz era baixa demais e a sala já havia sido fechada, quando abriram a câmara de gás já havia os matado.

- Como isso?

- Estavam no lugar errado!

Depois de uma longa conversa Dirk foi embora, fiquei pensando nos meus pais, no meu irmão e me dei conta de que não tinha mais nada, lutei em vão. Fui salvo por judeu, amei uma judia e em ambas as partes o preconceito sempre falou mais alto e por deboche da vida, meu irmão foi morto por um judeu e meus pais por ser confundidos com eles. Quando lembrava da cena que havia visto daquela câmara de gás, das pessoas nuas, implorando por suas vidas, pedindo compaixão, chorando, chegou arder em meu peito algo novo. Pensei em procurar Bela, mas não sabia como, continuei sendo um soldado e sempre que podia boicotava e salvava vidas, tinha esperança de encontra-la algum dia e eu queria salvar aquelas vidas, minha guerra agora se chama justiça, meu mundo foi refeito para vencer e lutar para ajudar os inocentes, salvei crianças, mulheres, homens, grávidas, enfim pessoas que mereciam viver. Muitos já conheciam o boato do ‘’ homem de coragem’’, me tornei lenda entre os judeus e o traidor para os Alemães, todos que foram salvos por mim, me descreviam como herói. Ninguém sabia quem era o traidor, meus amigos e soldados comentavam sobre o assunto, nunca demonstrei a afinidade para ser eu o traidor. Em uma das missões, conheci Amo, que estava ferido; havia sido baleado e precisava de ajuda, levei o até Adam para que salvasse sua vida também.

- Eu sabia que deveria salvar sua vida. Sinto orgulho do homem que se tornou Ralf. – Disse o médico, que era o único ciente da verdadeira identidade do ‘’ herói ‘’

- Eu que devo te agradecer Adam.

Depois de uma conversa curta e proveitosa, fiquei sentado olhando Adam fazer todo o serviço e enquanto limpava o rapaz, notou em seu bolso uma foto um pouco desbotada, mas que ainda dava para visualizar. Quando olhei a foto vi Bela, o senhor que estava sendo cuidado, um jovem que eu reconheceria em qualquer lugar, até no inferno, era o rapaz que matou meu irmão Klaus e sofreu em minhas mãos, na verdade foi morto por mim e vi também uma mulher, era óbvio que era uma família. Fiquei atordoado quando me dei conta do fato de ter matado um membro que deveria ser o irmão de Bela e que foi o mentor de capturar aquele senhor naquela casa simples, onde a minha amada pulou-se em cima de mim, tudo estava claro agora. Assim que o bom homem recuperou a consciência conversamos.

- Você destruiu minha família! – Seus olhos estavam pequenos e cheios de lágrimas.

- Sinto muito. – Eram arrependimentos sinceros.

- Você não sente nada, eu senti na pele o que é perder a família e ser torturado.

- Perdi minha família também, salvei sua vida e me arrependo do mal eu lhe fiz.

Conversamos, contei a ele minha história, ambos se emocionaram. Contei sobre meu romance com sua filha e do que estava disposto por ela.

- Ralf, naquela dia que nos capturou íamos para um acampamento judeu seguro e provavelmente ela deve estar escondida lá, por favor vá atrás dela.

Eu iria até o fim do mundo por ela. Depois de pegar o endereço fui ao lugar e para minha surpresa a encontrei, mas com outro ele que se dizia ser o ‘’ homem de coragem ‘’ e ouvi tudo escondido e achava incrível a forma com que ele mentia. Aproximei e pude senti o perfume de rosas que ela tinha e quando estava só, tentei conversar.

- Como chegou aqui Ralf?

- O coração agora tem mapa! – Ele estava feliz em ver a mulher das noites serenas, a desculpa para sua mudança, a garota sem palavras sutis.

- Para com isso, vá embora. – Ela deu as costas, certa de que era o melhor, afinal era um Alemão em território judeu.

- Ainda amo você sabia? – Fixou os olhos como-se pudesse controlar os pensamentos de Bela.

Uma criança entrou correndo a chamando de mãe, fiquei paralisado tentando entender, notei que havia chegado tarde e que ela já havia formado família, era normal já haviam se passado 2 anos.

- Vá embora por favor.

Entrou o suposto ‘’ homem de coragem ‘’, perguntando o que estava acontecendo, se ela precisava de ajuda, parecia íntimos, provavelmente era o pai do menino de sorriso puro. Eu olhei fixamente para o farsante.

- se gosta de viver que saia. – Ralf pensou em desmentir o farsante, mas isso iria expor a ele mesmo.

- Quem você pensa que é forasteiro?

- Sou o homem que não tem nada a perder matando você.

- Oh. Eu vou sair porque não quero brigar. – Demonstrou medo ao gaguejar para falar.

- Bela, como pode se relacionar com esse idiota?

Ela ficou calada me olhando e antes que eu pudesse falar, homens fardados conhecidos como ‘’ caçadores de judeus ‘’ invadiram o local, não poderia me defender, pegaram a criança de Bela e logo vi seus gritos suplicando para que deixassem seu filho. Chegaram a me confundir como judeu me levando junto, iríamos para o campo de concentração, tentei me defender, mas foi inútil. Bela segurou o menino, corri até ela, nos pegaram e nos levaram, tentei dizer que era Alemão, mas não acreditava, pois muito judeus diziam isso para se defender. Quando cheguei lá, nos separaram, eu fui para ala de homem, onde trabalharia e posteriormente morreria, apanhava todos os dias, vi crianças morrerem e eu queria muito salvar Bela, seu filho e a todos. Mas os guardas não permitiam nem que eu pensasse, vi levarem Bela na minha frente onde a mataria eu não poderia agir como suicida, então eu aticei fogo em um dos automóveis utilizando o gás atraindo atenção do militares, comecei a atirar consegui através da fumaça, levar a minha moça.

- Por favor, salve Jacob! – Disse Bela, querendo proteger seu filho.

- Quem é esse? – Pensei ser outro homem, talvez o farsante.

- Nosso filho, Ralf.

- Mas eu não tenho filhos.

- Salve-o depois explico. É o menino que você conhece como meu filho.

A deixei em segurança com o médico e seu pai e foi um encontro emocionante. Entrar naquele lugar outra vez, era necessário, meu filho estava em jogo. Fui como soldado e ao entrar nos campos de concentrações procurei onde ficariam as crianças, mas não o encontrei, em meio ao desespero encontrei ‘’ meu filho, escondido dentro do carro de um militar, desde pequeno e já era um louco. Mas para piorar a situação não só fui o único a ver, os soldados, tentaram tirar ele de mim e corri como um condenado para proteger a criança, não poderia admitir que a matassem, foi quando começaram a atirar, por algum motivo só levei um tiro no braço, entrei no carro e dirigir feito um louco, o menino chorava de medo, invadi um acampamento de militares e em meio ao tumulto, sai do carro com o menino, encontrei Dirk que sem entender nos salvou, poderia ser morto também, mas ele me devia isso, conseguimos fugir e agora eu deveria explicar a Dirk.

- O que esta acontecendo Ralf?

- Esse pequeno se chama Jacob.

- Jacob é um nome judeu!

- é sim. É meu filho com uma judia que se chama Bela.

Contei toda historia, pulei algumas partes. Ele saiu horrorizado com tudo que ouvi. Assim que ele saiu, peguei algumas coisas para ir ao encontro de Bela. Quando ouvi um barulho, e Dirk havia nos traído, desci as escadas correndo, sai pela porta do quarto do meu irmão que dava para uma saída secreta até a outra rua e poucos saibam disso. Fiquei decepcionado, mas consegui chegar até o esconderijo, onde Bela correu para meus braços.

- Obrigado por nos salvar e eu sei você é um ‘’ homem de coragem ‘’, sinto orgulho de você, no fundo eu sabia que você tinha coração.

- Na verdade eu não tinha antes de conhecer você. Eu te amo. Porque se escondeu todo esse tempo, porque me tirou o direito de ser pai?

- Tive medo de você fazer algo contra Jacob.

- Eu nunca o machucaria. Nunca nem machuquei você.

- Mas eu tive medo, ele era tudo o que eu tinha do mundo e de você, a minha família se resumia nele.

Cuidamos da criança, o mundo ainda estava em caos, eu já havia me encontrado. Bela, soube que ‘’ eu havia matado seu irmão ‘’, mas depois de uma longa conversa conseguiu me perdoar, ou tentar a paz. Aquela guerra foi terrível, muitos morreram e lutei durante um bom tempo até que por medidas de segurança fomos para o Brasil, onde havia impermeabilidade social e apesar da burocracia, havia tolerância religiosa e aceitavam imigrantes.

Aprendi a não confiar em ninguém, que preconceito é fácil de encontrar, mas que um homem de verdade não se dispõe a aceitar distinção, que ninguém é melhor. Devemos saber lidar com as diferenças porque elas nos tornam especiais, somos donos dos caminhos que devemos trançar. Que estejam em paz minha família, que todos que perderam alguém estejam bem, que aquela guerra sirva de lição, que judeus e negros homossexuais são seres humanos, não devemos privar ninguém a vida. Entendi que amor não é nada do que te disserem. Não há explicação. O amor foi o nome que deram ao X. Não pergunte ao vento porque ele é vento, sinta-o !

Milena Miranda
Enviado por Milena Miranda em 21/05/2013
Código do texto: T4302175
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