Tentação ( parte LXXXII )
 
                                           ( continuação do capítulo anterior )
 
 
Com o retorno de Ana Luiza, Maria Rosa não mais falou com Silveira e nem precisou fazer-lhe a revelação de que decidira não mais trair a amizade que  tinha a Ana Luiza, e com isso ela se tranquilizou. Ficava por horas seguidas com as crianças, tomando conta das suas traquinadas, brincando com elas, mostrando-lhes as coisas da natureza: os frutos, as folhas e os pequenos animais. Cavavam a terra fofa para caçar minhocas, ensinava que elas faziam tuneis por debaixo da terra e se deslocavam por esses túneis. Tirou minhocas para dar aos pintinhos e mostrar aos meninos como eles disputavam cada pedacinho do verme.
Ana Luiza observava a atenção e o carinho que Maria Rosa dispensava às crianças , e em certo dia voltou a tocar no assunto em que tanto a perturbou.
- Maria Rosa, não se esqueça da promessa que me fez. Se eu faltar quero que cuide dos meus filhos...
- Dona Ana, vou providenciar uns filhos e se eu faltar, quero que a senhora me prometa também cuidar deles.
- Ora, pare de brincadeira, menina!
- E quem sabe o dia de amanhã? O futuro a Deus pertence... Não vê, a senhora estava tão murchinha, caidinha, hoje está corada e esperta... Amanhã poderei eu estar caidinha... Vamos pensar nas coisas boas!
 
Ubiratan ficou decepcionado com a dona Alzira, mas começou a tratar a situação como sendo uma aventura que teve e não deu certo.
O trabalho na Importadora pouco tempo lhe permitia para devaneios, além de Moacir mais quatro vendedores visitavam as fazendas, sítios e chácaras, vendendo de tudo, arame farpado, carneiro hidráulico, arado, pá, enxada, facões, foice e um arsenal de pequenas peças de corte. Agora, além de vender os produtos europeus, vindos da Bélgica, tinham os produtos americanos. Um dos fornecedores procurou a Importadora para oferecer caldeiras aquecidas a lenha e carvão, e uma fazenda produtora de cachaça e álcool havia feito uma encomenda. Em breve a dívida com os europeus seria sanada e a empresa entraria na fase da lucratividade. 
Ele havia ido a mais algumas reuniões dos abolicionistas mas elas eram por demais desgastantes, eles não chegavam em acordo entre si, ficavam numa discussão sem fim, quando alguns aceitavam determinadas posições, os outros não as queriam, obstruindo o que já haviam acordado anteriormente, numa discussão interminável. 
Ubiratan por ser prático e objetivo, não aceitava participar desse esquema e preferiu não ir mais às reuniões.
 
Jurandir estava motivado em seu namoro, e Sinhá Moça por mais que relutasse aceitar a realidade, também estava empolgada. Agora já haviam rompido a primeira barreira e começaram a ter uma maior intimidade e se tocavam  com naturalidade. 
Estavam na ilhota, ao por do sol, conversavam o que fariam depois de casados e se deitaram sobre a relva, ela deitou-se de lado e ele colocou o  seio dela  para fora da blusa, não queria somente tocá-lo, queria vê-lo, beijá-lo, chupá-lo. Ela relutou mas aos poucos foi fazendo vista grossa, e quando perceberam já estavam em plena brincadeira. Ela também não se  contentou em somente tocá-lo com as mãos debaixo das roupas, queria vê-lo também e abriu sua braguilha e o pôs à mostra, tocando-o com os dedos e depois com a boca, enquanto os dedos dele brincavam dentro de sua calcinha. Mas havia um acordo tácito, só chegariam ao final depois de casados... 
Enquanto isso, no outro lado do rio, escondido entre moitas de capim, alguém os espionava...
                                                                    ( continua no próximo capítulo )
elzio
Enviado por elzio em 15/05/2013
Reeditado em 23/05/2013
Código do texto: T4291505
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