Uma estória de nós um (Agora à dois... Final).
A nova forma de ser daquele rapaz, que prometerá ser cruel e não mais acreditar no amor não durou muito tempo. Ele conheceu uma bela mulher. Na verdade, uma menina, sem qualquer experiência de vida, namoros, essas coisas do coração. Ela se encantou com ele após vê-lo tocar seu violão. Melodias tristes, que ela se identificou em função da própria solidão. Ele, no início, pensou em dá um troco na vida pela perda do antigo amor. Viu naquela criatura frágil uma oportunidade de se sentir “poderoso”, refazer sua autoestima. Marcou com ela, num sábado, ir até a sua casa e iniciar um namoro “oficial”. Ao chegar a casa dela, foi recebido por sua mãe e irmão. Conheceu a casa, tomou um cafezinho, etc. Na hora do ficar sozinhos ele olhou em seus olhos e, teve uma surpresa. Ao invés do ataque planejado e um fim fatal, ele viu nos olhos dela a fragilidade que um dia viu ao se olhar no espelho. Seu coração disparou, sentindo a soma de todos os seus medos. Ela, de forma tímida, tentou se aproximar. Ele de uma forma que nunca poderia imaginar, contou-lhe a verdade. De que não poderia fazer o mal que antes planejava e que ela deveria esquecer tudo que lhe havia dito até então.
Voltando para casa, ele se viu, não apenas só, mas, perdido. Antes era sofrível, agora se sentia suportável. A ideia de que poderia ser uma pessoa solitária e má já se dissipava. Porém, continuava só. Algo mudará. O que sentia antes por aquele louco amor antigo ganhará outro sentido. Justificava essa nova situação na forma como agira com a bela jovem que conheceu. Se ele pode fazê-lo, como poderia julgar o amor antigo.
Daquele dia em diante ele se tornou mais amigável e sociável. Participava das confraternizações, festas e, mesmo que sem uma relação mais íntima, não evitava encontros casuais.
Numas destas festas ele encontrou uma mulher divertida e muito bem relacionada com os seus amigos e amigas. Ele, inicialmente, não prestou muita atenção na conversa que rolava no instante que chegou. Um dos amigos seus lhe apresentou aquela mulher depois de uma piada contada num grupinho. Entre risadas ela olhou para ele, disse seu nome, conversaram animadamente, e assim foi até o final da festa. Ele se dispôs a leva-la para casa. O que ela aceitou. No caminho, amenidades, brincadeiras... Jogavam conversa fora até deixá-la em sua casa.
Passados alguns dias, uma amiga lhe telefona e marca um encontro no barzinho da praça. Era costume da turma um encontro entre dez quinze pessoas. Onde dividiam a conta e botavam a conversa em dia. Ele chegou cedo, pediu ao garçom uma cerveja e ficou na espera do pessoal. Enquanto esperava teve uma lembrança solta, uma imagem daquela garota divertida da festa de alguns dias atrás. Então, por uma daquelas coincidências da vida, eis que surge a bela e divertida garota. Ele, com um sorriso que mal cabia na boca, dando-lhe um abraço e dois beijos, daquele tipo “oi, como vai?”. Sentaram-se. E em meio a um silencio inicial, a surpresa maior. Ela pediu desculpas. Desculpa? Por quê? Perguntou ele sem entender o motivo. Ela, de uma forma angelical, olhou nos olhos dele, e disse: ”Fui eu que pedi para ligarem para você. Queria lhe vê de qualquer jeito. Não consegui tirar você da cabeça durante estes dias...” Ela mal terminou a frase, ele lhe abraçou e se beijaram durante uma pequena eternidade. A partir daquele dia nasceu uma grande paixão. Morreu o descrente da palavra AMOR...