No jardim celeste (Parte 2)
Percebendo ela que eu estava "distante", mesmo estando ali bem ao lado dela, resolvera me contar sobre o acidente. Parece que eu enlouqueci em algum momento da minha vida e acabei perdendo o controle do meu carro por andar em alta velocidade. Bati o carro e só não morri porque DEUS tinha um plano em minha vida. Ela, então, me conheceu quando estava em recuperação. Disse que meu jeito doce e sincero foi conquistando-a dia após dia que me visitava no hospital. Ela dizia que havia uma fé no meu olhar, uma fé que fazia com que ela começasse a acreditar que havia um DEUS no comando de tudo aquilo. Foi então que, quando saí do hospital, ela fora comigo à igreja e conheceu o DEUS de quem eu tanto havia falado. Ela disse que não tinha mais dúvidas: era a vida que ela queria. Agora ela também não estava sozinha, éramos três: Ela, eu e DEUS.
Uma lágrima fora escorrendo de meu rosto. Parecia tudo perfeito. Era a vida que sempre pedira a DEUS e que, por amor a mim, Ele me concedeu. Naquele momento não éramos apenas 3, já eramos 4, pois havia uma linda menininha que nos abraçava com tanto amor a ponto de eu não querer mais sair daquele lugar.
Foi então que ouvi um barulho. Era um barulho diferente, estranho e continuo. Não sabia de onde vinha, mas parecia vir de minha cabeça. Minha cabeça, então, começou a doer e a doer, não sabia o que fazer. Fui sentindo meu corpo sendo sugado como se estivesse saindo de algum lugar fechado. Abri meus olhos, eu estava no hospital. Meu corpo estava dolorido e não sabia porque estava ali. Uma enfermeira chegou até mim e disse que a médica já estava vindo. Quando a médica chegou, senti que reconhecia-a de algum lugar. Mas de onde? Nunca houvera estado naquele hospital antes! Na verdade, não fazia ideia de que hospital eu estava, minha cabeça doía muito e não conseguia fixar meus olhos em algum ponto para poder decifrar onde eu estava.
Aos poucos fui reconhecendo-a. Sim, era ela! Só podia ser ela! A mulher do meu sonho era a médica! Como? Ela veio até mim e perguntou como eu estava me sentindo, disse que bem, graças a DEUS. Ela achou estranho e disse: "Como acreditar em DEUS numa hora dessas? Olha só como você está!". Senti que ela não acreditava em DEUS e comecei a falar um pouco por dia sobre o que eu sabia d'Ele. Os dias foram se passando e meu corpo fora melhorando com o tempo. Mas eu não queria mais sair de lá, a companhia dela me fazia muito bem! O que faria? Perderia ela de novo?
Então convidei-a para sair. Ela me olhou e riu. Insisti dizendo que era verdade, queria jantar ao seu lado. Precisava de duas semanas de fisioterapia para poder sair de casa bem, foi então que combinamos: em 15 dias eu veria seu sorriso novamente.
Passaram-se 13 e os dias foram ficando mais lentos. Comecei a escrever versos e versos, poemas e poemas, e os dias não passavam. Enfim o tão esperado dia chegou. Escolhi minha melhor roupa! Coloquei meu melhor perfume! Fomos a um lugar lindo. Conversamos sobre muitas coisas, nos entendemos muito bem. Por mais que eu não a conhecesse havia muito tempo, algo em mim sabia que havia nela algo especial. Falei daquele mesmo DEUS que comentara na primeira vez em que ela me viu. Ela, então, pediu para que eu falasse mais sobre. Aos poucos fui comentando de minha vida e do amor de DEUS por mim. Algo mexia com ela, mas ainda haviam algumas dúvidas.
Convidei-a para ir à igreja comigo no dia posterior. Fomos e DEUS falou com ela. Senti em seus olhos que DEUS havia falado com ela! Ela me olhou, chorou, me agradeceu e disse que havia encontrado tudo o que sempre quis. Fiquei feliz em vê-la assim. Ela fixou em meus olhos e disse: "Você não entendeu, eu disse que fiquei feliz por ter encontrado tudo o que eu sempre quis!", eu disse a ela novamente que havia entendido e ela me deu um breve beijo e disse: "Quando disse tudo, incluía você também, amor".
Amor? Como ela poderia saber que era amor? Mas não tinha como negar, era de DEUS, era um presente, era minha florzinha. Saímos dali direto para um lugar lindo: uma praça com uma represa que refletia a luz das estrelas durante a noite. Fiz uma loucura, olhei em seus olhos e disse: "Eu também te amo, quer casar comigo?".
Aqui estamos hoje, na maternidade. Aquela linda menininha que me chamou de pai nos meus sonhos estava em meus braços e dizendo: "Papai, agora eu tenho um irmãozinho!". Meu jardim estava completo: minha florzinha, minha linda e perfumada rosa em meus braços e agora um lírio branco que estava nascendo; todos sob o cuidado de DEUS que regou perfeitamente para que tudo fosse lindo.
"Amor, venha ver o Pietro! Ele é lindo!". Olhei nos olhos dela e disse: "Claro, ele tem o seu sorriso! Eu te amo!".