MEU AMOR EM CASABLANCA
 
 
 
Certa vez ao viajar para uma terra quente e úmida, conheci Maria do Socorro, mas que fazia questão de ser chamada de Socorrinha, uma doce morena, de fala calma, cabelos longos pendente para o castanho, corpo com a silueta de um lindo violão, com 1,70 uma exímia vendedora de produtos alimentícios. A conheci meio que por acaso por termos um amigo em comum. Era noite de lua cheia e lá pelas tantas da madrugada como não conseguia mais escrever fui encontrar com os amigos que costumavam se reunir em uma lanchonete daquela cidade.
Lá chegando fomos apresentados, costumo dizer que quando vejo mulher bonita faço de conta que ela não está presente, talvez assim você tenha alguma chance de conquistá-la. Mas dessa vez foi diferente, o belo sorriso e a forma simples de ser a cada momento me atraía mais, meu amigo percebendo fez o seguinte comentário: “acho que vai dar namoro, estou percebendo certos olhares de ambos”. Foi o suficiente para iniciarmos um diálogo mais intencional, quem sabe ali começava um grande romance.
Após alguns dias nos reencontramos, mas estávamos um pouco com pressa, e logo nos despedimos e marcamos um novo encontro quando eu retornasse a cidade, dali quinze dias poderíamos nos reencontrar. E assim aconteceu, com um detalhe, que não deixamos ninguém saber, inclusive nosso amigo em comum. Vivemos momentos maravilhosos, de fato ela é uma bela mulher no sentido amplo da palavra. O mais intrigante era que morávamos apenas duzentos metros um do outro, mas nunca havíamos nos encontrado.
Ficamos um final de semana inteiro em minha casa, foi inesquecível, tudo pedíamos por telefone, era comer, conversar e vivermos nossas loucuras de amor. Começamos na sexta feira e terminamos no domingo à noite. Com um detalhe, ligávamos o telefone somente para comprar algo, em seguida desligávamos para não sermos importunados. Nunca havia me imaginado vivendo o que vivi.
Na semana seguinte tive que viajar e, portanto, precisava deixar Socorrinha viver sua vida comum, voltada ao trabalho e reservada na sua forma de ser. Porém, antes de partir relembramos uma promessa que eu fizera a ela, que a levaria a Casablanca, a bela cidade de Marrocos. Segundo seus comentários ela vivia um sonho que esperava realizar, visitar o local onde Ingrid Bergman e Humphrey Bogart, em seus personagens viveram um dos maiores romances já produzidos pelo cinema americano, Casablanca.
Expliquei para ela que o seu sonho seria realizado, que para mim era simples, pois ainda detinha a capacidade de comprar duas passagens e levá-la para realizar seu sonho. Acontece que por cargas do destino terminamos brigando por ciúmes e terminamos o namoro. O que de certa forma muito me chocou, pois eu não queria, estava muito tranqüilo ao seu lado. E conseqüentemente não fomos à Casablanca.
Por desígnios de Deus, agora preciso fazer algumas viagens para a África e, dentre os países que tenho negócios acertados está o Marrocos, onde devo ficar uns cinco dias para concretizar uma negociação de importação e exportação. Quando acertei a ida a primeira coisa que veio a mente foi o nome Maria do Socorro, que mesmo estando distante me fez recordar aquele final de semana inesquecível, e como estou solteiro decidi convidá-la para comigo ir, chegaremos a Paris e depois até Marrocos, a Casablanca, assim funciona a rota aérea. Quero lhe retribuir o amor que ela dispensou por mim, por sua amizade, mas acima de tudo realizar seu sonho. Se por um acaso nos envolvermos será por colaboração do destino, mas se nada acontecer para mim não tem problema algum em fazer uma pessoa feliz.
Espero que ela aceite o convite e venha comigo conhecer o palco de um dos mais famosos roteiros cinematográficos, se dará um novo romance, desta feita com nós dois no papel principal, somente o futuro responderá.