DE MÃOS DADAS COM A FELICIDADE

Marina olhou o sol, mirando o horizonte seguiu em frente. Já era tempo de buscar a felicidade em outro lugar.
Viveu em Cachoeiras por longos anos. Estudou, formou-se. Casou, mas a relação não deu certo. Demétrio não a compreendia e não havia amor para aguentar aquele descaso.
Após a separação, Marina resolveu mudar de ares. Lendo uma revista, viu um anúncio de vagas num escritório particular. Advogada formada, nunca antes tinha trabalhado, pois Demétrio dizia que mulher dele não precisava trabalhar fora, pois ele podia muito bem sustentá-la, dizia com arrogância.
O anúncio dizia que era um serviço iniciante e que o salário anunciado não era dos melhores, mas havia o acréscimo de auxílio para alimentação e transporte.
O trabalho era quase um estágio, mas para ela seria um marco em sua nova vida.
A casa onde morava havia sido passada para o seu nome, numa atitude que longe de feri-la, como queria Demétrio, foi uma bênção.
No ato da separação, ele disse que deixava a casa para que ela nunca mais o procurasse. E com deboche, ainda disse que a sustentaria por seis meses até que ela se estabelecesse e pudesse viver pelas próprias mãos.
Na hora, a humilhação foi tão grande, que Marina abaixou a cabeça e ia dispensar a "gentileza", mas pensando melhor, engoliu em seco e pensou, quem ri por último ri melhor e ela não iria perder aquela gargalhada.
Demétrio despediu-se e partiu para o apartamento que já estava comprado no nome da nova companheira. Fez isso justamente para não dar oportunidade de Marina fazer exercer seus direitos. 
Tudo muito bem feito, transação fora dos bancos, como se pode esperar de um bom canalha. Não deixou nenhum indício legal que o pudesse pegar, pois sua nova companheira é uma pessoa muito bem de vida.
Marina, com nada disso preocupou-se, na realidade queria ficar livre daquele casamento morto, pois há muito vinha sendo traída pelo marido, que fez questão de não respeitar as Leis sob as quais foram criados.
Os vizinhos, cientes da vida que Marina levava, sempre a apoiaram nas horas mais difíceis de sua vida.
Seguindo as normas do anúncio, Marina aprontou-se bem cedo naquela segunda-feira. Na rodoviária perguntou pelo ônibus para Barbados, uma cidade bem maior que Cachoeiras, em franco progresso.
Quando lá chegou, quase após uma hora de viagem, Marina informou-se no guichê na rodoviária, e o atendente lhe disse que em poucos minutos sairia um ônibus que passaria diante do prédio que ela buscava e que poderia esperar ali mesmo.
Lá chegando, Marina foi avisada pelo cobrador do ônibus que já estava em seu destino.
Quando saltou diante do prédio, a moça ficou um pouco assustada diante da suntuosidade, mas logo na recepção viu que lá todos pareciam estar esperando alguma coisa e logo estava conversando com as outras pessoas.
Na sua vez, Marina foi chamada na sala da gerente, que lhe explicou que a firma é uma grande imobiliária que estava sendo aberta, e as vagas estavam sendo preenchidas de acordom com o curriculo de cada candidato.
Vendo a sua formação em Direito, mesmo sem experiência, foi lhe oferecido uma vaga como atendente e ocasionalmente poderia estudar algum caso jurídico, sendo que a equipe de advogados já está formada.
Marina mal pode acreditar na própria sorte. Então a gerente, sorridente, lhe explicou que a maioria das pessoas não possui os requisitos necessários para ocupar as vagas oferecidas, assim fica mais fácil treinar pessoas sem experiência, mas com conhecimento dos sistemas de vendas e jurídico que o departamento imobiliário precisa.
Acertados os detalhes, Marina foi convocada a já se estabelecer para iniciar o estágio, que seria de 60 dias a contar de hoje.
E assim, Marina inicia uma nova vida, com uma nova carreira.

Fim - Parte I
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Estrela Radiante
 
Regina Madeira
Enviado por Regina Madeira em 28/04/2013
Código do texto: T4264250
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