ERA UMA VEZ...
Uma linda criança...
Querida, amada, feliz...
Alegre... Sorridente...
Seu pai fazia seus mimos...
Vivia viajando com ela...
No carro já tinha seu colchãozinho.
Ela e o seu pai tinham uma aliança linda...
Viviam felizes juntinhos...
Daí essa menina loirinha
fez 11 aninhos e seu pai disse:
-Vamos na rua comprar o seu presente.
Mais ela sentia que seu paizinho estava doente...
Vivia solitário, pensativo a se embalar numa cadeira.
E pensou ao escolher o presente...
Pai quero esse jogo de taçinhas vermelha
para brindar nossa harmonia...
Ela jamais imaginava o que se aproximava...
E... num dia claro, bem cedo se arrumava para escola
e de repente... Um tiro...todos correram para a rua...
E ela num sentido... Correu no quarto do seu pai...
Que tristeza... Que agonia...
Seu pai suicidou-se... Mais ainda vivo
apertava a mão dessa menina...
Suas mãos já sem forças... As palavras não saiam
Só aquele olhar tão sofrido, ressentido...
Era o grande Amor da menina indo...
Sem entendimento... Só 11 aninhos...
Buscava um alento...
Perdida, só e vazia a igreja era o seu caminho.
Sonhava todos os dias com seu pai dizendo:
-Filha, só tô viajando só, mais logo chegarei...
E todas as vezes ao acordar...
Era só choro de saudades de um não voltar...
Sua mãe um tanto ausente...
Todos a se conformar...
Em uma de suas idas a igreja...
Entre lágrimas...
Pensou e pediu a Deus...
Senhor me traga um alento...
Foi quando surgiu Dio, o homem depois de seu pai
Que passou a ser o presente...
Aos 14 aninhos se casou...
Em suas gravidez pensava...
Não sou sozinha... Uma criança tá dentro de mim...
Sinto...Vibro...Vivo...
Como ela era feliz ao engravidar...
Daí vieram 4 filhinhos... Tão lindos...
Brincavam os cinco como crianças...
E assim ia vivendo...
Depois seus filhos crescidos...
Todos um rumo a tomar...
Essa criança crescida...
Começou a chorar...
Já era uma mulher adulta e não sabia...
Os sonhos já não tinha...
Os parentes e amigos tão ausentes...
Passou de novo a falar...
Meu Deus força e coragem para continuar...
O mundo já não são sonhos...
A realidade tem que enfrentar...
E no meio de erros e acertos...
Perdas e ganhos...
Alegrias e tristezas...
Ressentimentos...
Só dizia...
_ Senhor deixa eu ser aquela Criança!