A HISTORIA DE OLHOS QUE ME VEEM
CAPITULO 02
Na mesma semana arrumaram as malas e iniciaram a viajem quando embarcavam no trem, Sonia olhou bem nos olhos de Quim e disse com um sorriso:
- parece um sonho isso tudo!
- então não pensa nisso! Se for sonho como diz a musica deixa sonhar... vamos viver desse jeito.
Sorriam como se a vida fosse apenas eles, era mágico entender que aqueles olhos de alegria as vezes ficavam pesados tristes até mesmo distantes. Mas a paisagem ajudava muito era lindo aqueles campos enverdecidos após o inverno, ao fundo hora podia se ver um lago hora uma montanha com seu cume ainda nevado, era mágico... alias mágica era a palavra que mais se ouvia na boca deles dois... olhavam incrédulos o caminho que seguiam ao passo que o trem avançava a paisagem parecia mais com os contos de fada, castelos da parte ainda quase que medieval da Inglaterra se apresentavam alimentando ainda mais os sonhos deles dois:
- eu sempre sonhei ser uma princesa dessas dos contos de fadas dos castelos medievais... sonhava com...
- com o príncipe encantado que era sapo?
- não! Com o meu príncipe que viria me buscar em seu cavalo negro de capa e escudo...
- cavalo negro? Não era branco?
- não eu era meio gótica... gostava de sonhar diferente dos outros.
- há tá bom entendi diferente... eu sonhava que um dia eu iria ser um dos cavaleiros da távola redonda do Rei Artur sabe... lutar com dragões e resgatar a Guinevere das mãos dos bárbaros...
- a Guinevere já era do Lancelot? Não?
-há o sonho era o meu... nele ela era minha... vamos descer na próxima estação e visitar o castelo deles?
- vamos vai ser lindo caminhar por onde Merlin, Lancelot, Guinevere e Artur, Ricardo coração de leão andaram... quem sabe não acho um sapo que queira vira príncipe?
- ou eu uma princesa adormecida que desperte com um beijo...
- primeiro beijo de amor...
Eles se olhavam como se palavras não fossem necessárias para falar, eles se entendiam alem da dimensão da realidade, olharam pela janela novamente, e viram ao fundo por trás de um lago o castelo, rodeado de altos pinheiros e uma revoada de pássaros migratórios que começavam a chegar para a primavera, na frente ao pé do lago podia-se ver florzinhas coloridas que adornavam tornando mais mágico o cenário que era contornado por montanhas ainda nevadas. Após parar na estação eles saltaram e pegaram as malas correram para uma pequena pousada com paredes de pedra e portas de madeira que podia-se ver ainda eram as mesmas de séculos atrás no meio da praça existia uma estatua de um homem em um cavalo e uma mulher a seu lado comum cajado e ao pé uma frase me um idioma desconhecido para Quim mas que Sonia reconheceria em qualquer lugar do mundo:
- que quer dizer essa frase? Não conheço esse idioma
- grá thar saol i bhfad níos faide bás. Marcus go deo agus Kate.
- o que isso quer dizer?
-amor alem da vida muito alem da morte. Eternamente Marcus e Kate.
- nossa que lindo! Onde você aprendeu esse idioma?
- é irlandês meu pai era daqui... então aprendi com ele, sempre me contava a historia deles dois do Marcos e da Kate..
- pode me contar?
- claro... ela era uma princesa que fugia da destruição do seu clã na Irlanda no inicio da inquisição, um dia de inverno ela encontrou Marcos que era filho de um conde, com seu pai morto e um sobrinho muito ferido o amor nasceu nesse dia... ele a levou para seu castelo e dia após dia eles lutaram para poder viver esse amor, tentaram matá-la para roubar esta lança que tá na mãe dela, a magia a protegeu de tudo e todos, e eles casaram e foram felizes para sempre.
- você acredita nessa historia?
- eu acredito na magia do amor, a mesma magia que os uniu, eu achava que aconteria algo parecido comigo...
- quem sabe Brigit (deusa celta do fogo) não lhe reserva algo do tipo?
- pode ser... a magia está nesse lugar, olha parece que parou no tempo aqui, as casas rústicas...
- o cheiro de pão na padaria, nossa adoro esse cheiro...
- e esse de biscoito de polvilho nossa adoro... o café ao longe... estou com fome!
- vamos comer alguma coisa ainda podemos ir visitar, o castelo.
- ótimo...
Saíram andando e entraram num restaurante fartaram-se em um bolo de nozes com café, as flores a janela do restaurante davam um ar romântico, a lareira acesa aquecia o ambiente lá fora os pássaros cantavam, e as pessoas andando pela rua devagar, pagaram a conta e saíram andando entraram em uma pequena hospedaria e colocaram as malas nos quartos e saíram, maquinas fotográficas em punho, fotografaram toda a cidade...mas ao chegarem na frente do castelo...