Tentação ( parte L )
 
                                      ( continuação do capítulo anterior )
                               
Moacir chegou ao Rio de Janeiro cansado, mas muito feliz. Tinha ido na Fazenda Bemposta no Município de Petrópolis para fazer a instalação de um carneiro hidráulico, e o proprietário que assistiu e participou da instalação, perguntou se ele tinha arame farpado para fornecer em grande quantidade, porque havia um trabalho a ser realizado e necessitava do material. Moacir lhe informou que não tinha disponibilidade imediata do arame, mas que voltaria a lhe informar do preço e data em que teria o material.
No Rio de Janeiro Moacir falou com Ubiratan que passou um telegrama para Nova Iorque, onde verificou preço e data de embarque, e com esses dados em mãos, ele conseguiu fechar um pedido milionário e abriu uma nova frente de vendas.
Ubiratan,  por sua brilhante exposição na Câmara, se via cada vez mais requisitado, trabalhava duro durante todo o dia e à noite ia se encontrar com um grupo de poetas, cantores e compositores que se reuniam na parte boêmia da Lapa, bem junto das instalações da firma. 
Ele, com sua inteligência aguçada, naqueles momentos se desligava de tudo e passava a perceber as coisas de modo diferente. 
Um dia levou uns papeis em que havia anotado uma poesia que lhe veio à  mente e mostrou a um poeta seu amigo, Guimarães Passos, que também passara a frequentar a noite em companhia de José do Patrocínio.
- Já lestes as poesias de Bárbara Heliodora?
- Não, nunca ouvi falar em tal poetisa...
- Ela foi casada com um inconfidente, o Alvarenga Peixoto e fala em liberdade do mesmo modo como você a vê...
Você é um grande poeta e ainda não publicou... Vamos soltar suas asas, meu jovem, dê-me essa poesia que José do Patrocínio precisa conhecer... 
 
- Não pense você, meu negrinho, que por ter tido a audácia de levar seu patrão para falar com o senhor Eugênio, vai poder fazer o que bem entender... No meu corpo, para que bem saiba, mando eu, não queira ficar me alisando, quando quiser ser alisada, me achego...
- Então venha para cá e se achegue... Não vou nem morder, nem tirar lascas, minha gente não é canibal, vem cá sua boba, se achegue a mim...
E ela se achegou, deixou que ele tocasse nos seus ombros, e revirou o pescoço docemente, os dedos de Jurandir brincaram no seu colo e buscaram os seios rijos da menina. Sinhá Moça foi se rendendo aos seus carinhos, aceitando a mão dele como se fosse parte do corpo dela, beijou as mãos que a acariciavam e deixou-se ser beijada...
- Espere aí, o senhor está indo longe demais, pode parar por aí, seu negrinho atrevido!
Aquelas últimas palavras dela caíram como uma ducha de água gelada, todo o seu desejo reprimido, se arrefeceu e lá estava a Sinhá Moça que ele bem conhecia, provocante, insinuante, mas dona de si, controladora e sem papas na língua.
 
Silveira sabia que tinha de ir à Fazenda das Pedras, prometera levar as crianças para que Ana Luiza as vissem, mas seu desejo maior era continuar ali, passar a noite com Maria Rosa, ser beijado por ela, receber seus afagos, e mergulhar na volúpia dos desejos que a cada dia o deixava mais emaranhado no jogo em que se  envolvera.
Gostaria de levá-la também, iriam encostados, coxa com coxa, fazendo pequenos toques, aquilo o deixava por demais excitado.
As coxas de Maria Rosa, macias mas ao mesmo tempo rijas, tinham a capacidade de acordar a sua imaginação. Começava sempre assim, pensando nas suas coxas morenas,  com aquela rigidez macia, depois seu pensamento sempre se dirigia aos seus seios, sequiosos de seus beijos e mordidinhas, e depois os seus pelos, como se fossem amortecedores do prazer que brotava dali...
- Que se dane se o senhor Adalberto goste ou não dela, Maria Rosa vai comigo junto com as crianças...    
                                                                      (continua no próximo capítulo )
elzio
Enviado por elzio em 13/04/2013
Reeditado em 23/05/2013
Código do texto: T4238281
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