Tentação ( parte XLV )
( continuação do capítulo anterior )
Meus caros amigos, assim começou o doutor Raimundo, quero lhes apresentar os senhores Ubiratan e Moacir, que hoje ilustrarão o nosso encontro com depoimentos marcantes sobre a escravidão no Brasil e principalmente com exemplos de superação.
Conheci o senhor Ubiratan como acompanhante do senhor Silveira, fazendeiro e importador que estavam retornando de uma viagem de negócios , aos Estados Unidos, no mesmo paquete em que eu também viajava.
Em resumo, Silveira era o senhor e Ubiratan era o escravo.
Mas pasmem, senhores, Ubiratan, o escravo, era o tradutor do senhor Silveira...
Os senhores Ubiratan e Moacir são irmãos e poliglotas. Falam com perfeição quatro idiomas.
Por favor, senhor Ubiratan, é sua a palavra.
- Mi bamiredi euyin.
Meu irmão falou em yorubá, nosso idioma natal, explicou Moacir:
- Meus agradecimentos a vocês.
Novamente Ubiratan voltou a falar:
- My congratulations my dear.
Moacir explicou :
- Meu irmão os saudou em inglês:
Minhas congratulações, meus caros.
- Bon soir, enchanté, ravi de vous connaitre...
Em francês, meu irmão disse, arrematou Moacir :
- Boa noite, estou encantado em conhecê-los...
Em seguida Ubiratan tomou a palavra:
- Não vim aqui, meus senhores, fazer demonstração dos meus conhecimentos linguísticos, de uma pretensa sabedoria, porque sei muito bem que estou entre pessoas ilustres e muito melhores qualificadas do que eu, mas o meu depoimento é muito mais um agradecimento sincero à Condessa da Piedade que nos educou a todos nós, seus servos, e que hoje, estando usufruindo desse conhecimento, podemos lhes transmitir que não existe supremacia de raça ou cor, todos nós, se tivermos oportunidades iguais, seremos capazes e auto suficientes...
Ubiratan foi interrompido pelos aplausos entusiásticos dos presentes.
Depois que ele terminou sua fala, foi convidado por um dos participantes para repetir esse seu mesmo depoimento perante uma comissão temática na Câmara Legislativa e ele aceitou de imediato.
Os novos equipamentos chegaram ao porto e foram prontamente liberados, sendo necessárias várias carroças para transportá-los para a importadora.
Ubiratan contratou dois novos vendedores sob forma de comissão, que percorriam as chácaras e fazendas da redondeza com talões de pedidos, dentro da sua filosofia de que tinha que se procurar os interessados, ir ao encontro das necessidades dos clientes e não esperar que eles tivessem de se deslocar até a loja.
Por causa disso os vendedores percorriam determinadas áreas onde se concentravam os clientes, onde passavam para oferecer os produtos, assim, de antemão, os clientes já sabiam que seriam visitados e esperavam pelos vendedores sem se deslocarem até a loja.
O resultado logo apareceu, as vendas aumentaram, o faturamento e o lucro também. A primeira fatura do acordo com os belgas foi paga com antecedência e por causa disso, os belgas voltaram novamente a oferecer os produtos faturados
Foi uma vitória, agora poderiam escolher os fornecedores...
( continua no próximo capítulo )
( continuação do capítulo anterior )
Meus caros amigos, assim começou o doutor Raimundo, quero lhes apresentar os senhores Ubiratan e Moacir, que hoje ilustrarão o nosso encontro com depoimentos marcantes sobre a escravidão no Brasil e principalmente com exemplos de superação.
Conheci o senhor Ubiratan como acompanhante do senhor Silveira, fazendeiro e importador que estavam retornando de uma viagem de negócios , aos Estados Unidos, no mesmo paquete em que eu também viajava.
Em resumo, Silveira era o senhor e Ubiratan era o escravo.
Mas pasmem, senhores, Ubiratan, o escravo, era o tradutor do senhor Silveira...
Os senhores Ubiratan e Moacir são irmãos e poliglotas. Falam com perfeição quatro idiomas.
Por favor, senhor Ubiratan, é sua a palavra.
- Mi bamiredi euyin.
Meu irmão falou em yorubá, nosso idioma natal, explicou Moacir:
- Meus agradecimentos a vocês.
Novamente Ubiratan voltou a falar:
- My congratulations my dear.
Moacir explicou :
- Meu irmão os saudou em inglês:
Minhas congratulações, meus caros.
- Bon soir, enchanté, ravi de vous connaitre...
Em francês, meu irmão disse, arrematou Moacir :
- Boa noite, estou encantado em conhecê-los...
Em seguida Ubiratan tomou a palavra:
- Não vim aqui, meus senhores, fazer demonstração dos meus conhecimentos linguísticos, de uma pretensa sabedoria, porque sei muito bem que estou entre pessoas ilustres e muito melhores qualificadas do que eu, mas o meu depoimento é muito mais um agradecimento sincero à Condessa da Piedade que nos educou a todos nós, seus servos, e que hoje, estando usufruindo desse conhecimento, podemos lhes transmitir que não existe supremacia de raça ou cor, todos nós, se tivermos oportunidades iguais, seremos capazes e auto suficientes...
Ubiratan foi interrompido pelos aplausos entusiásticos dos presentes.
Depois que ele terminou sua fala, foi convidado por um dos participantes para repetir esse seu mesmo depoimento perante uma comissão temática na Câmara Legislativa e ele aceitou de imediato.
Os novos equipamentos chegaram ao porto e foram prontamente liberados, sendo necessárias várias carroças para transportá-los para a importadora.
Ubiratan contratou dois novos vendedores sob forma de comissão, que percorriam as chácaras e fazendas da redondeza com talões de pedidos, dentro da sua filosofia de que tinha que se procurar os interessados, ir ao encontro das necessidades dos clientes e não esperar que eles tivessem de se deslocar até a loja.
Por causa disso os vendedores percorriam determinadas áreas onde se concentravam os clientes, onde passavam para oferecer os produtos, assim, de antemão, os clientes já sabiam que seriam visitados e esperavam pelos vendedores sem se deslocarem até a loja.
O resultado logo apareceu, as vendas aumentaram, o faturamento e o lucro também. A primeira fatura do acordo com os belgas foi paga com antecedência e por causa disso, os belgas voltaram novamente a oferecer os produtos faturados
Foi uma vitória, agora poderiam escolher os fornecedores...
( continua no próximo capítulo )