AFINAL, QUEM ERA MINHA NAMORADA?
Geraldo, um baiano que migrou para São Paulo, vivia feliz, vinha de uma vida sofrida, sem a mínima condição de sobrevivência, mas em São Paulo tudo conseguiu. Casa própria, seu carrinho usado mas em bom estado, um bom emprego, claro que antes comeu aquele velho pão que o bicho feio amassou, mas tudo passou, estudou e se tornou mecânico com especialização em hidráulica de máquinas injetoras de plástico, só faltava o principal, arrumar uma bela companheira, constituir família, quem sabe ser pai de uns dois meninos, esse era seu sonho.
Todos os anos, ao gozar férias da empresa sempre ficava nos arredores de São Paulo, costumava ir para as pequenas cidades e procurar um rio para pescar e relaxar. O dia-a-dia na empresa era corrido, acordava muito cedo, e chegada a hora das férias devia aproveitar ao máximo esvaziando a cabeça para ao retornar dar continuidade a vida.
Mas no ano de 1993 decidiu fazer diferente, iria visitar seus familiares no Nordeste, na Bahia, de onde tinha vindo. programou a viagem, iria de ônibus, além de aproveitar as belas paisagens não se cansaria dirigindo e retornaria disposto ao trabalho. Assim marcou as datas, os lugares que iria visitar, o retorno e o dinheiro necessário para aquelas férias curtir e, contar aos parentes todo o seu sucesso.
O dia chegou e cedo estava na rodoviária, o primeiro trecho seria direto para Paulo Afonso, sua terra natal, lá ficaria cinco dias e depois iria para outras cidades menores, onde haviam parentes e amigos.
Viagem longa, mas aprazível, Geraldo com um som nos ouvidos pouco queria saber de estresse, ia curtindo o melhor das músicas românticas, a bem da verdade, além de visitar os parentes e amigos, Geraldo ia mesmo era em busca de uma companhia, considerando que com seu porte franzino e por ser nordestino não tinha muitas chances de arrumar uma paulistana, que na sua maioria são altas e não têm muita queda pelos homens com sotaque diferente. Quem sabe ele encontraria no meio da caatinga aquela que seria sua alma gêmea.
Chegando em Paulo Afonso, foi recebido por amigos e familiares, foi uma verdadeira festa, há muito tempo longe, sem notícias, Geraldo estava muito feliz em reencontrar velhos amigos, os parentes então nem se fala, considerando a forma carinhosa com a qual os nordestinos costumam tratar os seus. Tudo era festa, no primeiro dia mal conseguia dar atenção a todos, foi muito solicitado, tudo era motivo para uma sanfona e uma roda de cantoria, Geraldo estava tão feliz que o velho coração as vezes parecia que ia parar.
Passados alguns dias, Geraldo programou uma visita a um parente que morava em Delmiro Gouveia, uma cidade próxima. Um primo muito querido, se falaram por telefone e marcaram a visita. A caminho da cidade, surge um congestionamento na estrada, os carros se enfileiravam e ninguém conseguia passar, algo acontecia à frente, até que o motorista do ônibus anunciou se tratar de um acidente e que demorariam a liberar a estrada. Alguns passageiros por já estarem próximos dos seus destinos decidiram pegar suas bolsas e irem a pé mesmo, não queriam esperar. Após umas três horas de espera os carros começam a se movimentar. O ônibus mais vazio, porém, alguns passageiros ali no meio da estrada embarcaram para seguirem viagem.
Dentre as pessoas que entraram, senta ao lado de Geraldo, Helena, assim se identificou, disse que lhe faria companhia. Geraldo já gostou do ocorrido, não havia nada melhor que uma companhia feminina. Em poucos minutos começam uma conversa super agradável, a moça conta um pouco de si e pergunta da vida de Geraldo, ele também fala da sua vida e frisa que é solteiro, quem sabe aquela fosse sua tão procurada companheira, já que se declarou solteira.
Geraldo ia pedindo a tudo quanto era santo para ter outro acidente na estrada, claro que sem vítimas, segundo o motorista no último havia uns oito mortos, quem sabe assim, poderia aproveitar a agradabilíssima companhia de Helena. Mas tudo que é bom dura pouco, o ônibus chegou em Delmiro Gouveia e a bela companhia seguiria seu caminho. Geraldo se preocupa em pegar seu nome, endereço, e também fornece os seus dados, mas Helena diz que infelizmente não tem telefone, segundo ela, era artigo de luxo e ela por ser uma pessoa simples ainda não tinha o tão desejado aparelho em sua casa, mas prometeu escrever para Geraldo.
Com um sorriso de fazer inveja a qualquer um Geraldo chega à casa do parente, e conta que ao que parecia havia conhecido a mulher dos seus sonhos, a felicidade era geral, parentes, amigos e o pensamento não saía da figura de Helena, estava confiante que havia achado sem querer uma pessoa super agradável e que se encaixaria no perfil de sua futura esposa. Geraldo ficou três dias na casa do primo e depois voltou para São Paulo, não via a hora de chegar e escrever para sua nova amiga. Então mandou sua primeira carta, com seu falho português tenta colocar no papel todo o seu sentimento, diz da sua admiração e pede que Helena seja sincera ao responder, se é que ela iria responder.
Geraldo todos os dias que chegava em casa corria para a caixa de correspondência em busca de uma resposta, mas ao que parecia Helena era mais um sonho, até aquela data nada de resposta. Passados quinze dias, já sem esperanças Geraldo vai pegar umas contas na caixa de correios quando se depara com uma bela carta, em papel diferenciado, perfumado, na cor rosa, e com o remetente: Helena. O coração queria saltar fora do peito, nervoso, largou tudo pelo meio do caminho e sentando-se no sofá cuidadosamente abriu a carta, era verdade, Helena havia respondido e também se declarado para Geraldo, contava da sua vida, do seu desejo de conhecer São Paulo, de casar, ter filhos.
Geraldo quase não conseguia dormir, estava muito cansado, foi vencido, mas não largou a carta, na sua grande cama a colocou do seu lado, como se de fato Helena ali estivesse. Teve lindos sonhos, acordou cedo como de costume, mas o dia seria diferente e foi, deu bom dia a todos, estava sorridente, contagiante era sua alegria o que foi notado por todos, Geraldo estava apaixonado, havia se tornado um garoto, em seus sonhos se transportava todos os minutos para aquela estrada, para o minuto exato em que Helena sentou-se ao seu lado, lembrava da sua face, do seu vestido, seus cabelos, suas mãos, enfim, Geraldo estava vivendo em um outro plano, onde o amor era predominante e tudo era possível.
Durante os meses que se seguiram, a cada quinze dias Geraldo recebia e enviava uma carta para Helena, assim foi durante oito meses, até que cessaram as correspondências, Geraldo começou a ficar preocupado, será que ele havia falado algo errado, ou será que Helena havia cansado de esperar, sua fértil imaginação vivia a especular porque Helena não respondeu mais as cartas. Quase em desespero ele decide pedir férias do trabalho e ir até a casa de Helena, queria ouvir dela que o amor havia acabado, ou quem sabe ela estivesse doente. Confuso só havia uma forma de saber, ir até lá e resolver o assunto.
Precisamente um ano depois, Geraldo volta para a Bahia, vai direto para Delmiro Gouveia, Helena morava próximo a cidade, numa pequena vila. Chega e consegue uma condução até o endereço de Helena, ia com o coração na mão, apreensivo, nervoso, não sabia o que lhe esperava. Chega a frente da casa e bate, vem uma senhora e carinhosamente pergunta em que pode ajudar. Geraldo tremulo, consegue perguntar se ali morava Helena, a senhora muda o semblante e com uma voz triste diz que morou, mas que infelizmente Deus a tinha levado. Geraldo sem entender, com lágrimas nos olhos, voz embargada, pede que a senhora seja mais clara. Ela reitera: “faz um ano que ela faleceu em um acidente na estrada quando voltava de um retiro espiritual.”
Geraldo não sente suas pernas, senta-se ao chão, sem entender, coloca as mãos na cabeça e desaba em choro. A senhora corre em seu socorro e pede ajuda ao motorista que o havia levado. Amparado, Geraldo senta-se em um velho banco, a senhora chama por alguém e pede água, inconsolável, confuso, quase à loucura, Geraldo com muita dificuldade pergunta novamente, o que estava acontecendo e quem havia brincado com ele, lhe escrevendo cartas. A senhora sem entender diz que é mãe de Helena e que também não aceitava a forma brusca da perda da filha. Mas Geraldo tinha plena convicção que viu Helena, ao seu lado viajou, conversou com ela e pegou em sua mão, ele não estava louco.
Após umas quatro horas Geraldo explica todo o ocorrido. A mãe de Helena está chorando muito, todos os parentes e vizinhos acompanham a cena, chega mais gente, e em pouco tempo já era uma multidão, alguns rezavam, oravam, outros apenas comentavam, formou-se um alvoroço na frente da casa da falecida Helena. Dois dias depois Geraldo retornou para São Paulo, e na viagem lendo as cartas que Helena lhe enviara havia um trecho interessante: “... eu sabia que você existia, mas não sabia onde te encontrar, chegamos tão perto um do outro, apenas alguns minutos nos separavam, mas o inesperado estava por vir...”
Geraldo nunca casou, se entregou a ajudar orfanatos e entidades de assistência social, costuma dizer que na vida seu grande amor partiu despedindo-se com um simples aperto de mão e treze folhas de papel, nas quais ele acredita ter uma mensagem ainda não decifrada.
Geraldo, um baiano que migrou para São Paulo, vivia feliz, vinha de uma vida sofrida, sem a mínima condição de sobrevivência, mas em São Paulo tudo conseguiu. Casa própria, seu carrinho usado mas em bom estado, um bom emprego, claro que antes comeu aquele velho pão que o bicho feio amassou, mas tudo passou, estudou e se tornou mecânico com especialização em hidráulica de máquinas injetoras de plástico, só faltava o principal, arrumar uma bela companheira, constituir família, quem sabe ser pai de uns dois meninos, esse era seu sonho.
Todos os anos, ao gozar férias da empresa sempre ficava nos arredores de São Paulo, costumava ir para as pequenas cidades e procurar um rio para pescar e relaxar. O dia-a-dia na empresa era corrido, acordava muito cedo, e chegada a hora das férias devia aproveitar ao máximo esvaziando a cabeça para ao retornar dar continuidade a vida.
Mas no ano de 1993 decidiu fazer diferente, iria visitar seus familiares no Nordeste, na Bahia, de onde tinha vindo. programou a viagem, iria de ônibus, além de aproveitar as belas paisagens não se cansaria dirigindo e retornaria disposto ao trabalho. Assim marcou as datas, os lugares que iria visitar, o retorno e o dinheiro necessário para aquelas férias curtir e, contar aos parentes todo o seu sucesso.
O dia chegou e cedo estava na rodoviária, o primeiro trecho seria direto para Paulo Afonso, sua terra natal, lá ficaria cinco dias e depois iria para outras cidades menores, onde haviam parentes e amigos.
Viagem longa, mas aprazível, Geraldo com um som nos ouvidos pouco queria saber de estresse, ia curtindo o melhor das músicas românticas, a bem da verdade, além de visitar os parentes e amigos, Geraldo ia mesmo era em busca de uma companhia, considerando que com seu porte franzino e por ser nordestino não tinha muitas chances de arrumar uma paulistana, que na sua maioria são altas e não têm muita queda pelos homens com sotaque diferente. Quem sabe ele encontraria no meio da caatinga aquela que seria sua alma gêmea.
Chegando em Paulo Afonso, foi recebido por amigos e familiares, foi uma verdadeira festa, há muito tempo longe, sem notícias, Geraldo estava muito feliz em reencontrar velhos amigos, os parentes então nem se fala, considerando a forma carinhosa com a qual os nordestinos costumam tratar os seus. Tudo era festa, no primeiro dia mal conseguia dar atenção a todos, foi muito solicitado, tudo era motivo para uma sanfona e uma roda de cantoria, Geraldo estava tão feliz que o velho coração as vezes parecia que ia parar.
Passados alguns dias, Geraldo programou uma visita a um parente que morava em Delmiro Gouveia, uma cidade próxima. Um primo muito querido, se falaram por telefone e marcaram a visita. A caminho da cidade, surge um congestionamento na estrada, os carros se enfileiravam e ninguém conseguia passar, algo acontecia à frente, até que o motorista do ônibus anunciou se tratar de um acidente e que demorariam a liberar a estrada. Alguns passageiros por já estarem próximos dos seus destinos decidiram pegar suas bolsas e irem a pé mesmo, não queriam esperar. Após umas três horas de espera os carros começam a se movimentar. O ônibus mais vazio, porém, alguns passageiros ali no meio da estrada embarcaram para seguirem viagem.
Dentre as pessoas que entraram, senta ao lado de Geraldo, Helena, assim se identificou, disse que lhe faria companhia. Geraldo já gostou do ocorrido, não havia nada melhor que uma companhia feminina. Em poucos minutos começam uma conversa super agradável, a moça conta um pouco de si e pergunta da vida de Geraldo, ele também fala da sua vida e frisa que é solteiro, quem sabe aquela fosse sua tão procurada companheira, já que se declarou solteira.
Geraldo ia pedindo a tudo quanto era santo para ter outro acidente na estrada, claro que sem vítimas, segundo o motorista no último havia uns oito mortos, quem sabe assim, poderia aproveitar a agradabilíssima companhia de Helena. Mas tudo que é bom dura pouco, o ônibus chegou em Delmiro Gouveia e a bela companhia seguiria seu caminho. Geraldo se preocupa em pegar seu nome, endereço, e também fornece os seus dados, mas Helena diz que infelizmente não tem telefone, segundo ela, era artigo de luxo e ela por ser uma pessoa simples ainda não tinha o tão desejado aparelho em sua casa, mas prometeu escrever para Geraldo.
Com um sorriso de fazer inveja a qualquer um Geraldo chega à casa do parente, e conta que ao que parecia havia conhecido a mulher dos seus sonhos, a felicidade era geral, parentes, amigos e o pensamento não saía da figura de Helena, estava confiante que havia achado sem querer uma pessoa super agradável e que se encaixaria no perfil de sua futura esposa. Geraldo ficou três dias na casa do primo e depois voltou para São Paulo, não via a hora de chegar e escrever para sua nova amiga. Então mandou sua primeira carta, com seu falho português tenta colocar no papel todo o seu sentimento, diz da sua admiração e pede que Helena seja sincera ao responder, se é que ela iria responder.
Geraldo todos os dias que chegava em casa corria para a caixa de correspondência em busca de uma resposta, mas ao que parecia Helena era mais um sonho, até aquela data nada de resposta. Passados quinze dias, já sem esperanças Geraldo vai pegar umas contas na caixa de correios quando se depara com uma bela carta, em papel diferenciado, perfumado, na cor rosa, e com o remetente: Helena. O coração queria saltar fora do peito, nervoso, largou tudo pelo meio do caminho e sentando-se no sofá cuidadosamente abriu a carta, era verdade, Helena havia respondido e também se declarado para Geraldo, contava da sua vida, do seu desejo de conhecer São Paulo, de casar, ter filhos.
Geraldo quase não conseguia dormir, estava muito cansado, foi vencido, mas não largou a carta, na sua grande cama a colocou do seu lado, como se de fato Helena ali estivesse. Teve lindos sonhos, acordou cedo como de costume, mas o dia seria diferente e foi, deu bom dia a todos, estava sorridente, contagiante era sua alegria o que foi notado por todos, Geraldo estava apaixonado, havia se tornado um garoto, em seus sonhos se transportava todos os minutos para aquela estrada, para o minuto exato em que Helena sentou-se ao seu lado, lembrava da sua face, do seu vestido, seus cabelos, suas mãos, enfim, Geraldo estava vivendo em um outro plano, onde o amor era predominante e tudo era possível.
Durante os meses que se seguiram, a cada quinze dias Geraldo recebia e enviava uma carta para Helena, assim foi durante oito meses, até que cessaram as correspondências, Geraldo começou a ficar preocupado, será que ele havia falado algo errado, ou será que Helena havia cansado de esperar, sua fértil imaginação vivia a especular porque Helena não respondeu mais as cartas. Quase em desespero ele decide pedir férias do trabalho e ir até a casa de Helena, queria ouvir dela que o amor havia acabado, ou quem sabe ela estivesse doente. Confuso só havia uma forma de saber, ir até lá e resolver o assunto.
Precisamente um ano depois, Geraldo volta para a Bahia, vai direto para Delmiro Gouveia, Helena morava próximo a cidade, numa pequena vila. Chega e consegue uma condução até o endereço de Helena, ia com o coração na mão, apreensivo, nervoso, não sabia o que lhe esperava. Chega a frente da casa e bate, vem uma senhora e carinhosamente pergunta em que pode ajudar. Geraldo tremulo, consegue perguntar se ali morava Helena, a senhora muda o semblante e com uma voz triste diz que morou, mas que infelizmente Deus a tinha levado. Geraldo sem entender, com lágrimas nos olhos, voz embargada, pede que a senhora seja mais clara. Ela reitera: “faz um ano que ela faleceu em um acidente na estrada quando voltava de um retiro espiritual.”
Geraldo não sente suas pernas, senta-se ao chão, sem entender, coloca as mãos na cabeça e desaba em choro. A senhora corre em seu socorro e pede ajuda ao motorista que o havia levado. Amparado, Geraldo senta-se em um velho banco, a senhora chama por alguém e pede água, inconsolável, confuso, quase à loucura, Geraldo com muita dificuldade pergunta novamente, o que estava acontecendo e quem havia brincado com ele, lhe escrevendo cartas. A senhora sem entender diz que é mãe de Helena e que também não aceitava a forma brusca da perda da filha. Mas Geraldo tinha plena convicção que viu Helena, ao seu lado viajou, conversou com ela e pegou em sua mão, ele não estava louco.
Após umas quatro horas Geraldo explica todo o ocorrido. A mãe de Helena está chorando muito, todos os parentes e vizinhos acompanham a cena, chega mais gente, e em pouco tempo já era uma multidão, alguns rezavam, oravam, outros apenas comentavam, formou-se um alvoroço na frente da casa da falecida Helena. Dois dias depois Geraldo retornou para São Paulo, e na viagem lendo as cartas que Helena lhe enviara havia um trecho interessante: “... eu sabia que você existia, mas não sabia onde te encontrar, chegamos tão perto um do outro, apenas alguns minutos nos separavam, mas o inesperado estava por vir...”
Geraldo nunca casou, se entregou a ajudar orfanatos e entidades de assistência social, costuma dizer que na vida seu grande amor partiu despedindo-se com um simples aperto de mão e treze folhas de papel, nas quais ele acredita ter uma mensagem ainda não decifrada.