O FRUTO DO AMOR DE VERÃO
Receber uma notícia boa, todos querem, porém, quando essa notícia além de boa vai mexer com sua vida, com seus sentimentos e lhe entregar a responsabilidade de ser pai? O que fazer? Como agir? Ou será melhor ficar quieto e deixar o próprio tempo cuidar de tudo?
No início dos anos oitenta, um jovem, que sonhava com um futuro melhor, pois era vindo de uma vida sofrida, sem pai, apostou todas suas fichas na instrução, estudava feito um louco, dedicado exclusivamente a tecnologia, tudo que era sobre eletrônica e eletricidade ele estava a desvendar, não queria saber de dificuldades, mesmo porque ele já conhecia de cor e salteado sobre o tema. Casou de forma meio que apressada, sem plano algum, mas como marido e pai assumia seus compromissos.
Tudo ia de conformidade com seus sonhos, até que um dia após perder o emprego e esperar uma nova oportunidade foi atender um senhor, amigo de seu irmão, em uma empresa de assistência técnica de motores elétricos. Lá chegando começou a efetuar reparos em controle eletrônico de geradores, em pouco tempo já os reparava em minutos, ganhando um bom dinheiro e dando prosseguimento aos seus sonhos.
Tudo caminhando, sem novidade alguma, muito trabalho, sua dedicação era invejável. Logo chegou o novo emprego, o que deixou o serviço da assistência técnica para um segundo plano, apenas aos sábados tirava o dia para resolver os problemas e ganhar um bom dinheiro.
Certo dia ao chegar na empresa de assistência técnica encontrou meio que por acaso uma filha do dono, a qual nunca havia visto, mesmo porque ela morava em outra cidade e por ali estava em férias. Era casada , mãe de um garoto e levava sua vida normalmente, mas ao que parecia atravessava um problema familiar, as tradicionais brigas conjugais, e em busca de esfriar a cabeça foi visitar o pai, talvez assim, quando retornasse pra casa, as brigas cessassem e a vida poderia continuar.
Mas por sua notável capacidade técnica o jovem sonhador era sempre notado, todos comentavam sua disposição para o trabalho, inclusive, sempre recebendo elogios do dono da empresa, que além de admirar seu irmão era sempre pego fazendo elogios ao jovem técnico. Bastou um elogio do seu pai para que a também jovem senhora passasse a observá-lo, e em poucos dias já eram amigos. Por sua vez, o jovem sonhador passou a trabalhar mais tempo na assistência técnica, mudando do sábado para os dias da semana, pela noite, ou quando podia, lá estava pela manhã. Seu interesse havia aumentado, tanto pelo trabalho quanto pela bela filha do dono da empresa.
Os familiares da jovem senhora passaram a observar seu interesse pelo técnico, seu sorriso quando ele chegava, seu semblante de felicidade, aos olhos de seus observadores aquilo ainda daria confusão, acabariam por se envolverem. O que não demorou muito, uma das irmãs não se conteve e terminou por contar para o jovem técnico da admiração da sua irmã por ele, o que lhe deixou envaidecido. Dali começaram as trocas de gentileza e a cada dia aumentando o que cada um sentia pelo outro.
Passado algum tempo, aconteceu, terminaram por se envolver intimamente, às escondidas, claro que por estarem casados. Mas o sentimento de culpa também estava presente, eles, em conversa, chegaram a conclusão que não estavam agindo de forma correta e que deveriam parar com aquela aventura, pois além de se machucarem poderiam causar uma tremenda de uma confusão, inclusive com suas respectivas famílias. Depois dessa conversa a jovem senhora decidiu então voltar para sua casa, numa cidade distante, embora apaixonada mas havia assumido um compromisso, era casada e não podia fugir dessa realidade.
Despediram-se e prometeram se falar via telefone, prometeram amizade um pelo outro e de certa forma arrependidos ou confusos pelo acontecido. Depois da partida da jovem senhora, ainda se falaram algumas vezes, mas uma coisa normal, como amigos e admiradores um do outro. Assim continuaram suas vidas como se de fato nada tivesse acontecido, tudo ao que parecia não tinha passado de “um amor de verão”, embora proibido, mas aconteceu.
Os anos se passaram e poucas vezes se falaram, o jovem técnico assumiu um novo emprego que lhe tomava muito tempo e pouco atendia o seu velho amigo na empresa de assistência técnica. Prosseguiu sua vida de sonhos, sempre em busca de dias melhores através dos estudos e especializações, a jovem senhora continuava sua vida normal, embora vivendo com certa dificuldade com o esposo tentava de todas as formas manter a família, pois cedia as pressões da família em manter um casamento embora não sendo bom, mas poderia ficar pior, sendo separada.
Após onze anos sem nenhum contato, certo dia ao reencontrar um irmão da jovem senhora, este lhe disse que sua irmã estava na cidade e que muito havia perguntado por ele, e quem sabe ele quisesse encontrá-la, forneceu então o endereço onde poderia falar com ela. Curioso pela forma que o irmão da sua amiga havia lhe falado, achou estranho, como se estivesse insinuando alguma coisa, mas não deu muita importância e curioso para saber como ela de fato estava decidiu ir ao seu encontro.
Então, numa manhã de sol, não foi para o trabalho, foi diretamente ao endereço fornecido pelo irmão da amiga e lá chegando a encontrou, meio que sem jeito, ela desconfiada, disse que estava feliz em vê-lo mas o criticou dizendo que antes de ir a casa de alguém se deve avisar, para se evitar surpresas desagradáveis. Ele sorrindo disse que dispensava o formalismo, que não via necessidade de avisar quando fosse visitar uma amiga e que estava ali para saber da sua vida, e também contar da dele. Nesse instante chega a irmã da amiga que dá um caloroso abraço no visitante e lhe diz baixinho no ouvido: “você nem imagina o que te espera, você vai ficar muito feliz”. Meio que desconfiado, mas imaginando se tratar da separação da irmã, pois o irmão quando lhe forneceu o endereço já havia insinuado.
A conversa então começou, falaram dos seus passados, dos acontecimentos, do trabalho na empresa do pai dela, da vida etc. até que a amiga disse que de fato havia separado do marido e que havia suportado além do seu limite e que agora apenas queria viver, sem ter que fingir ou sofrer calada. E olhando para seu amigo disse: “vou te falar uma coisa muito séria, mas não quero sua piedade, seu amor, ou qualquer outra coisa em virtude disso. Quando nos envolvemos eu fiquei grávida e tive uma filha, a qual foi registrada como filha do meu ex marido, mas ela é sua filha, aliás, nossa filha!” Perplexo, sentado estava, sentado ficou, coração acelerado, a boca secou, sem saber o que dizer encostou no sofá e quando conseguiu dizer alguma coisa perguntou se aquilo era alguma brincadeira de mau gosto, que ele estava sentindo algo inexplicável, mas que ela não brincasse daquele jeito.
A conversa continuou e ela foi explicando todos os detalhes, da gravidez até aquele dia, onze anos depois. Ele colocou a mão no rosto e chorou por algum momento, pensava nos filhos, na nova filha, na vida, na sua ausência como pai, sua filha registrada como sendo de outro pai, enfim, uma verdadeira confusão na cabeça. Mas não havia outro jeito, não podia fugir, devia enfrentar a situação e ver como resolver a vida. E perguntou para ela onde estava a criança, ela respondeu que havia ido a casa de um tio e que pela tarde ele poderia conhecê-la, com uma condição: que tudo permanecesse como estava, sem declarações, sem contar a verdade para ela, assim deveria continuar.
Aceita as condições, o agora jovem senhor, conheceu a filha e a levou para conhecer os irmãos, embora não soubesse, formaram uma bela amizade, mas respeitou todos os desejos da mãe, nada pode contar para a linda garota, apenas estava feliz por saber que ela existia, talvez essa tenha sido a melhor atitude, já que poderia causar um transtorno na cabeça da criança, lhe dizer que era filha de outro.
E assim aconteceu, embora não desejado, mas bem vindo o fruto de um amor de verão. Ainda hoje é mantido o silêncio da paternidade, quem sabe daqui mais uns anos ele decida contar para sua filha, toda a verdade.
Receber uma notícia boa, todos querem, porém, quando essa notícia além de boa vai mexer com sua vida, com seus sentimentos e lhe entregar a responsabilidade de ser pai? O que fazer? Como agir? Ou será melhor ficar quieto e deixar o próprio tempo cuidar de tudo?
No início dos anos oitenta, um jovem, que sonhava com um futuro melhor, pois era vindo de uma vida sofrida, sem pai, apostou todas suas fichas na instrução, estudava feito um louco, dedicado exclusivamente a tecnologia, tudo que era sobre eletrônica e eletricidade ele estava a desvendar, não queria saber de dificuldades, mesmo porque ele já conhecia de cor e salteado sobre o tema. Casou de forma meio que apressada, sem plano algum, mas como marido e pai assumia seus compromissos.
Tudo ia de conformidade com seus sonhos, até que um dia após perder o emprego e esperar uma nova oportunidade foi atender um senhor, amigo de seu irmão, em uma empresa de assistência técnica de motores elétricos. Lá chegando começou a efetuar reparos em controle eletrônico de geradores, em pouco tempo já os reparava em minutos, ganhando um bom dinheiro e dando prosseguimento aos seus sonhos.
Tudo caminhando, sem novidade alguma, muito trabalho, sua dedicação era invejável. Logo chegou o novo emprego, o que deixou o serviço da assistência técnica para um segundo plano, apenas aos sábados tirava o dia para resolver os problemas e ganhar um bom dinheiro.
Certo dia ao chegar na empresa de assistência técnica encontrou meio que por acaso uma filha do dono, a qual nunca havia visto, mesmo porque ela morava em outra cidade e por ali estava em férias. Era casada , mãe de um garoto e levava sua vida normalmente, mas ao que parecia atravessava um problema familiar, as tradicionais brigas conjugais, e em busca de esfriar a cabeça foi visitar o pai, talvez assim, quando retornasse pra casa, as brigas cessassem e a vida poderia continuar.
Mas por sua notável capacidade técnica o jovem sonhador era sempre notado, todos comentavam sua disposição para o trabalho, inclusive, sempre recebendo elogios do dono da empresa, que além de admirar seu irmão era sempre pego fazendo elogios ao jovem técnico. Bastou um elogio do seu pai para que a também jovem senhora passasse a observá-lo, e em poucos dias já eram amigos. Por sua vez, o jovem sonhador passou a trabalhar mais tempo na assistência técnica, mudando do sábado para os dias da semana, pela noite, ou quando podia, lá estava pela manhã. Seu interesse havia aumentado, tanto pelo trabalho quanto pela bela filha do dono da empresa.
Os familiares da jovem senhora passaram a observar seu interesse pelo técnico, seu sorriso quando ele chegava, seu semblante de felicidade, aos olhos de seus observadores aquilo ainda daria confusão, acabariam por se envolverem. O que não demorou muito, uma das irmãs não se conteve e terminou por contar para o jovem técnico da admiração da sua irmã por ele, o que lhe deixou envaidecido. Dali começaram as trocas de gentileza e a cada dia aumentando o que cada um sentia pelo outro.
Passado algum tempo, aconteceu, terminaram por se envolver intimamente, às escondidas, claro que por estarem casados. Mas o sentimento de culpa também estava presente, eles, em conversa, chegaram a conclusão que não estavam agindo de forma correta e que deveriam parar com aquela aventura, pois além de se machucarem poderiam causar uma tremenda de uma confusão, inclusive com suas respectivas famílias. Depois dessa conversa a jovem senhora decidiu então voltar para sua casa, numa cidade distante, embora apaixonada mas havia assumido um compromisso, era casada e não podia fugir dessa realidade.
Despediram-se e prometeram se falar via telefone, prometeram amizade um pelo outro e de certa forma arrependidos ou confusos pelo acontecido. Depois da partida da jovem senhora, ainda se falaram algumas vezes, mas uma coisa normal, como amigos e admiradores um do outro. Assim continuaram suas vidas como se de fato nada tivesse acontecido, tudo ao que parecia não tinha passado de “um amor de verão”, embora proibido, mas aconteceu.
Os anos se passaram e poucas vezes se falaram, o jovem técnico assumiu um novo emprego que lhe tomava muito tempo e pouco atendia o seu velho amigo na empresa de assistência técnica. Prosseguiu sua vida de sonhos, sempre em busca de dias melhores através dos estudos e especializações, a jovem senhora continuava sua vida normal, embora vivendo com certa dificuldade com o esposo tentava de todas as formas manter a família, pois cedia as pressões da família em manter um casamento embora não sendo bom, mas poderia ficar pior, sendo separada.
Após onze anos sem nenhum contato, certo dia ao reencontrar um irmão da jovem senhora, este lhe disse que sua irmã estava na cidade e que muito havia perguntado por ele, e quem sabe ele quisesse encontrá-la, forneceu então o endereço onde poderia falar com ela. Curioso pela forma que o irmão da sua amiga havia lhe falado, achou estranho, como se estivesse insinuando alguma coisa, mas não deu muita importância e curioso para saber como ela de fato estava decidiu ir ao seu encontro.
Então, numa manhã de sol, não foi para o trabalho, foi diretamente ao endereço fornecido pelo irmão da amiga e lá chegando a encontrou, meio que sem jeito, ela desconfiada, disse que estava feliz em vê-lo mas o criticou dizendo que antes de ir a casa de alguém se deve avisar, para se evitar surpresas desagradáveis. Ele sorrindo disse que dispensava o formalismo, que não via necessidade de avisar quando fosse visitar uma amiga e que estava ali para saber da sua vida, e também contar da dele. Nesse instante chega a irmã da amiga que dá um caloroso abraço no visitante e lhe diz baixinho no ouvido: “você nem imagina o que te espera, você vai ficar muito feliz”. Meio que desconfiado, mas imaginando se tratar da separação da irmã, pois o irmão quando lhe forneceu o endereço já havia insinuado.
A conversa então começou, falaram dos seus passados, dos acontecimentos, do trabalho na empresa do pai dela, da vida etc. até que a amiga disse que de fato havia separado do marido e que havia suportado além do seu limite e que agora apenas queria viver, sem ter que fingir ou sofrer calada. E olhando para seu amigo disse: “vou te falar uma coisa muito séria, mas não quero sua piedade, seu amor, ou qualquer outra coisa em virtude disso. Quando nos envolvemos eu fiquei grávida e tive uma filha, a qual foi registrada como filha do meu ex marido, mas ela é sua filha, aliás, nossa filha!” Perplexo, sentado estava, sentado ficou, coração acelerado, a boca secou, sem saber o que dizer encostou no sofá e quando conseguiu dizer alguma coisa perguntou se aquilo era alguma brincadeira de mau gosto, que ele estava sentindo algo inexplicável, mas que ela não brincasse daquele jeito.
A conversa continuou e ela foi explicando todos os detalhes, da gravidez até aquele dia, onze anos depois. Ele colocou a mão no rosto e chorou por algum momento, pensava nos filhos, na nova filha, na vida, na sua ausência como pai, sua filha registrada como sendo de outro pai, enfim, uma verdadeira confusão na cabeça. Mas não havia outro jeito, não podia fugir, devia enfrentar a situação e ver como resolver a vida. E perguntou para ela onde estava a criança, ela respondeu que havia ido a casa de um tio e que pela tarde ele poderia conhecê-la, com uma condição: que tudo permanecesse como estava, sem declarações, sem contar a verdade para ela, assim deveria continuar.
Aceita as condições, o agora jovem senhor, conheceu a filha e a levou para conhecer os irmãos, embora não soubesse, formaram uma bela amizade, mas respeitou todos os desejos da mãe, nada pode contar para a linda garota, apenas estava feliz por saber que ela existia, talvez essa tenha sido a melhor atitude, já que poderia causar um transtorno na cabeça da criança, lhe dizer que era filha de outro.
E assim aconteceu, embora não desejado, mas bem vindo o fruto de um amor de verão. Ainda hoje é mantido o silêncio da paternidade, quem sabe daqui mais uns anos ele decida contar para sua filha, toda a verdade.