Me dê um amor.

Manchete: "Dia 22\02\2012 - uma garota foi encontrada gravemente ferida, não se sabe quem foi o autor deste crime, a policia investiga o caso."

Se eu disser que um cupido nasce no interior de uma rosa, quando um orvalho toca o coração dela numa noite de lua cheia, e ao surgir o sol, o raio solar mais caloroso tocar as pétalas dessa flor para ela abrir lentamente e nascer a criatura que faria nascer a paixão e o amor entre os seres humanos... seria muito encantado, e muito ludico não é? pois bem, se tornar cupido é um processo muito mais doloroso e cruel... do que simplesmente surgir no meio de uma bela rosa vermelha.

Existia, um lindo anjo, que não sabia que era anjo, nascida na terra, era tão linda que reis e rainhas se curvariam diante de sua beleza, sua pele alva, seus cabelos platinados, e seus olhos profundos e claros como as águas mais límpidas espelhadas em diamantes, um dia esse anjo se apaixonou por um humano comum, e viveu um lindo romance um lindo amor, mas esse amor, era somente dela, e de mais ninguem, quando descobriu que o amor era verdadeiro somente para ela, seu coração partiu, como se fosse um pequeno coração de vidro derrubado por acidente no chão, e então percebeu, que doia muito muito.

Essa dor aumentava conforme o tempo, e assim em suas costas que já queimavam, conforme os dias, foram saindo espinhos, e logo após esses espinhos se tornaram pequenas penas, quando se viu passado muito tempo e a dor do coração de vidro tivesse acabado, as asas já estavam formadas.

Esse lindo anjo percebeu, que a dor de amar era uma sensação cruel mas divina, feliz mas dolorosa e assim foi lhe concebida a mágica.

O anjo queria que o amor existisse, não apenas por um, mas sim pelo mutuo... o pequeno anjo construiu um arco e uma flexa, preparava a sua pontaria, e de repente acertava os seres humanos aleatoriamente, o olhar deles pediam um amor sincero, e assim as pessoas se apaixonavam de forma encantadora.

O anjo satisfeito com o seu feito, com o tempo percebeu os casais e sua felicidade, o sorriso atribuido a cada casal, enquanto rodopiavam de mãos dadas em meio a risos e olhares afetuosos e totalmente fora de noção da realidade, percebeu que um dia, já se sentiu assim... mas não era correspondida...a dor voltou...

"Me dê um amor...Me dê um amor..." ela orava aos céus desejando um amor verdadeiro, e então a sua procura começou entre becos, ruas, lugares e então percebeu que talvez não existisse um amor para ela, mesmo que ela procurasse.

Quando o coração é fragil como vidro, ele estremece até quebrar, ou então alguem o parte, nesse momento, o coração que já quebrado agora estremecia até se reduzir a pó, por que não lhe foi concedido a permissão para amar, por que será que a tristeza invadia seus olhos de tal forma em que seu coração de vidro parecia transbordar as lagrimas por suas raxaduras e buracos, e então surgiu, a ponta daquela seta, que para mais ninguem apontava.

Talvez seja uma maldição ser um cupido, porque um cupido aprende a amar pra ensinarem outros a amarem, mas por saber coisas tão tristes e crueis do amor, ele resolve fazer uma mágica tão intensa capaz de apenas ensinar a parte boa dessa aventura e então as nuvens negras desse sentimento seriam descobertas depois de toda a intensidade do mágico, talvez o cupido seja apenas alguem que ilude as pessoas a acreditarem no amor, sendo que ele mesmo percebe que não existe o amor... e então depois de todos os pensamentos, o cupido de tão triste fechou lentamente seus olhos na solidão, e perfurou com a sua própria flecha o seu coração.

Seu olhar ficou turvo, abria e fechava e várias vezes, até então suas asas voarem pelo quarto, brilhando como pequenos raios de sol, alguns minutos se passaram, prestes a fechar os olhos, viu alguem, um jovem que a segurou nos braços e fez seu coração pulsar forte, o olhar sonolento e turvo não se via mais o rosto e nem mais nada, só ouvia bem de longe uma vós, que se afastava.

Dias depois no hospital, continuando ainda internada, ercebeu um vaso de flores na sua cabiceira, seu coração bateu forte de alguma maneira, e a primeira vez que se olhou no espelho, a cor do seu cabelo havia mudado, e a sua pele estava mais corada. percebeu que seus cabelos continuavam claros, mas agora eram loiros, e seu olhar continuou como de uma rainha do gelo.

A porta do quarto de hospital era quase intocada, ninguem batia ou entrava, até ele chegar e pedir licença, era aquele moço, o moço que a salvou... e então se sentavam e conversaram a hora de visita inteira, e isso se repetiu no dia seguinte, e no dia seguinte, e na semana seguinte...

porem para esse anjo que se tornou cupido, e logo depois se tornou um ser humano, isso já é uma outra história...

Karina KF
Enviado por Karina KF em 22/03/2013
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