A ÁGUIA E O RATO
(Sócrates Di Lima)

Por instinto de caça, a águia agarrou o rato,
E o levou ao topo da montanha,
Lá perto de Deus,
A águia soltou o rato,
Olhou para ele e disse:
- Que idiotice a minha,
Isto não mata a minha fome.
O rato todo trêmulo e suando em cachoeira,
Queria naquele instante ter asas para voar,
Mas, sabia que, mesmo se as tivesse,
Não escaparia daquele bico pontiagudo,
Nem das garras afiadas.
Olhou então para a águia e disse:
- Senhora, vais me devorar?
E o silêncio ecoou no vasto céu.
- Senhora, vais me comer?
E a águia então respondeu.
- Tu me comerias se estivesse no meu lugar?
Com a  voz, ainda, embargada, o rato responde:
- Sim, se fome estivesse.
Mas, se na proporção em tamanho e força tu estivestes em desvantagem,
Não, dar-te-ia oportunidade para ir embora.
Olha a águia o rato e diz:
-Tão pequeno e tão esperto.
mas, não vou te comer, pois, estaria agindo contra a vontade de Deus,
- E porque? perguntou o rato.
- Porque eu não estou com fome, e tu sabes que nós animais,
não matamos por prazer, por esporte, por nada, só o fazemos por necessidade,
por questão de sobrevivênvência, nem mesmo por disputa de territóiro ou companheira.
Não somos como os homens que matam pelo simples prazer de matar, que batem
em suas fêmeas por machismo absurdo, vingança e por nada.
o rasto respirou fundo e disse:
- Graças a Deus que não estás com fome. Ufa!!!
Enão o que vais fazer de mim?
_ Nada, vou deixar-te ir embora, então vá...antes que eu mude de idéia.
O rato olhou para aquela imensidão e disse:
- Vai dar não dona águia. Vou-me embora não.
- Olha, que esta chance só terá uma vez, daqui a pouco eu posso estar com fome
 aí, nada posso fazer, não estarei pecando. Disse a águia.
- A senhora não tem mais coragem para me comer, disse o rato.
- E por que?
Porque amigo não come amigo, e agora, a senhora é minha amiga.
- Esperto, muito esperto seu rato.
Então dona águia, não tenho todo o tempo do mundo,a
não tenho asas e a senhora me trouxe para muito longe
de minha casa e meus filhos me esperam junto com minha amada., o que faço?
- Hum...coçou o bico a água e disse:
- aiaiaiaiaiai....tá criando asinhas tá!
Suba nas minhas costas, aguarre firme que te levo de volta.
E assim fizeram, e pela força do destino, rato e águia se fizeram amigos,
o rato ganhou respeito e a águia mostrou o tamanho da sua bondade,
Pois, aprendeu que, mais do que o prazer de prejudicar o outro, existe a bondade,
O amor, o respeito a Deus e ao ser vivente e que em nada serviria matar o pequeno rato, apenas por prazer da caça, da sua superioridade e força.
Aprendeu que Deus não os criou para o sacrificio desnecessário, diferente do ser humano que mata pelo simples prazer de matar.
Aprendeu que o amor é gratuito e acontece por acaso, e sábio é quem assim
percebe e por amor se mantém a vida.
Que ninguém é maior do que ninguem, cada um na sua vida, na forma que Deus criou,
não basta ser forte, ter grandeza, acima de tudo, tem que ter humildade e vontade e aprender e exercer as virtudes do saber.
E sempre que podiam, a águia levava o rato para o alto da montanha, só para que
pudesse voar e admirir a criação de Deus, eles e o universo.


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Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 21/03/2013
Reeditado em 21/03/2013
Código do texto: T4201103
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