UMA ALEGORIA SOBRE O AMOR

No início da madrugada de 18 de março de 2013

Lembro-me, de repente, de texto escrito à minha moda, em fins de junho de 1990, a partir da leitura de historieta talvez chinesa, quem sabe árabe, ou hebraica... africana...não importa. Seu simbolismo permanece vivo, independente do tempo ou do lugar.

“Era uma vez uma princesa por quem se apaixonou certo plebeu extremamente pobre. Tantas e tantas tentativas ele fez para aproximar-se dela que, em certo momento, enfastiada, ela lhe propôs o seguinte: - Se durante 100 dias e 100 noites o senhor permanecer à espera, sentado à minha porta, debaixo da minha janela, sem fazer absolutamente nada a não ser esperar, na centésima noite abrirei a janela, a porta, e serei sua.”

“O homem concordou e começou a esperar, sentado na soleira da porta do palácio. Em vigília permanente, esperou. Sob sol escaldante e tempestades, esperou. Esperou, sob estrelas e sob noites de breu. Sob neve, esperou. Uma noite, um dia; dez noites, dez dias; cinquenta noites, cinquenta dias; noventa e nove noites, noventa e nove dias. O centésimo dia nasceu. Os ponteiros do tempo foram passando devagar. Quando a lua começou a surgir, no crepúsculo do centésimo dia, o homem se levantou, voltou-se para a janela ainda fechada, curvou-se profundamente diante da referida janela e, sem olhar para trás, pôs-se a caminho, para longe, para sempre."

(*) Esta é uma história com significado em aberto, para que cada pessoa a interprete segundo as suas próprias experiências de vida.

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