Tentação (parte VII) (continuação do capítulo anterior)
Silveira continuava tenso, por mais que Maria Rosa o provocasse, seus pensamentos continuavam focados nos fatos do dia. Como tocar a obra do canal sem o apoio dos gêmeos? Moacir e Jurandir teriam que ser deslocados para as tarefas dos dois irmãos,
a rotina da fazenda não podia parar, o gado teria que ser buscado no pasto, a função de retireiro exigia o esforço de uma mão de obra exclusiva.
- Vem para perto de mim, vem? Dizia Maria Rosa, mas ele fazia que não ouvia...
- Amanhã vai ser outro dia, as coisas vão melhorar, depois quando o senhor se lembrar,vai rir do que aconteceu. Tudo isso por causa de dois cavalos, eles não valem a preocupação do Senhorzinho...
Ela não parava de falar e enquanto falava, acariciava o pescoço de Silveira.
- Está bem, menina, você venceu, mais uma vez você me dominou...
- A minha especialidade é essa, Senhorzinho, dominar as feras que estão dentro do senhor... Vem cá, vou lhe fazer um carinho gostoso, o Senhorzinho vai se esquecer desse dia ruim. Encosta a sua cabeça aqui, bem no meu colo, quero sentir a sua boca aqui nesse peitinho... Beija e chupa gostoso... Isso, assim, quero te sentir todinho, gostoso como o Senhorzinho sabe fazer, vamos, assim, assim, assim...
Silveira respirou fundo e se desmanchou de prazer. Depois colocou a sua cabeça encostada nos ombros de Maria Rosa e dormiu com ela fazendo cafuné...
Quando acordou de manhã, a cama estava vazia, Maria Rosa já tinha ido para o seu quarto há muito tempo.
Como por milagre todas aquelas preocupações também haviam partido...
Levantou-se, foi se lavar e tomar o café, chamou Machadão e Ubirajara para uma conversa.
- Bom dia, Ubirajara, lamento muito o que ocorreu ontem, como está Pulcena?
- Ela está muito sentida, mas tudo passa... O tempo há de resolver, os meninos quando voltarem, serão homens experientes, a vida se ocupa de ensinar, eles estão preparados para o que vão passar...
Silveira achou melhor não mais tocar no assunto, era por demais desgastante para todo mundo.
- Então, Ubirajara, pensou no que poderemos plantar?
- Patrão, pensei muito, o Senhor tem razão,como temos limitação de mão de obra, temos que fazer uma plantação que não nos ocupe o dia a dia, somente uma roçada de vez em quando e de resto colher o fruto. Naquele morro vazio que fica em frente ao nosso observatório, podíamos plantar um bananal...
- E quem vende banana, pode vender também mamão, manga... Completou Machadão.
- Podemos começar com o mamão, que tem um ciclo de reprodução mais rápido, retornou Ubirajara.
- Estou gostando da ideia, disse Silveira.
- Se for decidido, temos que escolher se plantaremos banana prata, maçã, ouro, nanica, da terra... Qual o tipo de manga, espada, ubá, ou rosa... Os mamões grandes ou pequenos? Completou Ubirajara.
Silveira saiu satisfeito da reunião, naqueles momentos se descontraiu e nem pensou no ocorrido no dia anterior. Em determinado momento até riram de tudo o que estavam dizendo, porque nenhum dos dois haviam plantado uma única fruteira em suas vidas. Mas Machadão havia, foi ele quem preparou o pomar. mesmo assim ficaram de estudar sobre a plantação de frutas, Silveira se encarregou de comprar um livro sobre o assunto, e estudar o mercado.
Machadão e Ubirajara saíram e Silveira ficou sozinho no escritório. Pensou na noite anterior, o quanto estava tenso com os fatos acontecidos e como o encaminhamento da solução foi satisfatório, lembrou-se das palavras de Maria Rosa e do efeito obtido. Ela realmente conseguiu dominar as feras que estavam dentro dele.
A gente subestima as pessoas, pensa que elas são somente um objeto de prazer, e satisfação e de repente se surpreende com conselhos e palavras sábias. São pessoas, pensou ele, que viveram dentro de grandes sofrimentos e sabem como sair deles.
Naquela noite, pensou, Maria Rosa se superou, não só pelo seu desempenho sexual, mas principalmente pelo fato de analisar os problemas por outro ângulo e sentiu-se envergonhado por ter valorizado o confisco dos animais enquanto os dois gêmeos estavam sendo levados para a guerra...
Sentiu saudades de Ana Luiza e dos garotos e mandou selar a égua árabe e saiu em direção à Fazenda das Pedras.
(continua no próximo capítulo)
Silveira continuava tenso, por mais que Maria Rosa o provocasse, seus pensamentos continuavam focados nos fatos do dia. Como tocar a obra do canal sem o apoio dos gêmeos? Moacir e Jurandir teriam que ser deslocados para as tarefas dos dois irmãos,
a rotina da fazenda não podia parar, o gado teria que ser buscado no pasto, a função de retireiro exigia o esforço de uma mão de obra exclusiva.
- Vem para perto de mim, vem? Dizia Maria Rosa, mas ele fazia que não ouvia...
- Amanhã vai ser outro dia, as coisas vão melhorar, depois quando o senhor se lembrar,vai rir do que aconteceu. Tudo isso por causa de dois cavalos, eles não valem a preocupação do Senhorzinho...
Ela não parava de falar e enquanto falava, acariciava o pescoço de Silveira.
- Está bem, menina, você venceu, mais uma vez você me dominou...
- A minha especialidade é essa, Senhorzinho, dominar as feras que estão dentro do senhor... Vem cá, vou lhe fazer um carinho gostoso, o Senhorzinho vai se esquecer desse dia ruim. Encosta a sua cabeça aqui, bem no meu colo, quero sentir a sua boca aqui nesse peitinho... Beija e chupa gostoso... Isso, assim, quero te sentir todinho, gostoso como o Senhorzinho sabe fazer, vamos, assim, assim, assim...
Silveira respirou fundo e se desmanchou de prazer. Depois colocou a sua cabeça encostada nos ombros de Maria Rosa e dormiu com ela fazendo cafuné...
Quando acordou de manhã, a cama estava vazia, Maria Rosa já tinha ido para o seu quarto há muito tempo.
Como por milagre todas aquelas preocupações também haviam partido...
Levantou-se, foi se lavar e tomar o café, chamou Machadão e Ubirajara para uma conversa.
- Bom dia, Ubirajara, lamento muito o que ocorreu ontem, como está Pulcena?
- Ela está muito sentida, mas tudo passa... O tempo há de resolver, os meninos quando voltarem, serão homens experientes, a vida se ocupa de ensinar, eles estão preparados para o que vão passar...
Silveira achou melhor não mais tocar no assunto, era por demais desgastante para todo mundo.
- Então, Ubirajara, pensou no que poderemos plantar?
- Patrão, pensei muito, o Senhor tem razão,como temos limitação de mão de obra, temos que fazer uma plantação que não nos ocupe o dia a dia, somente uma roçada de vez em quando e de resto colher o fruto. Naquele morro vazio que fica em frente ao nosso observatório, podíamos plantar um bananal...
- E quem vende banana, pode vender também mamão, manga... Completou Machadão.
- Podemos começar com o mamão, que tem um ciclo de reprodução mais rápido, retornou Ubirajara.
- Estou gostando da ideia, disse Silveira.
- Se for decidido, temos que escolher se plantaremos banana prata, maçã, ouro, nanica, da terra... Qual o tipo de manga, espada, ubá, ou rosa... Os mamões grandes ou pequenos? Completou Ubirajara.
Silveira saiu satisfeito da reunião, naqueles momentos se descontraiu e nem pensou no ocorrido no dia anterior. Em determinado momento até riram de tudo o que estavam dizendo, porque nenhum dos dois haviam plantado uma única fruteira em suas vidas. Mas Machadão havia, foi ele quem preparou o pomar. mesmo assim ficaram de estudar sobre a plantação de frutas, Silveira se encarregou de comprar um livro sobre o assunto, e estudar o mercado.
Machadão e Ubirajara saíram e Silveira ficou sozinho no escritório. Pensou na noite anterior, o quanto estava tenso com os fatos acontecidos e como o encaminhamento da solução foi satisfatório, lembrou-se das palavras de Maria Rosa e do efeito obtido. Ela realmente conseguiu dominar as feras que estavam dentro dele.
A gente subestima as pessoas, pensa que elas são somente um objeto de prazer, e satisfação e de repente se surpreende com conselhos e palavras sábias. São pessoas, pensou ele, que viveram dentro de grandes sofrimentos e sabem como sair deles.
Naquela noite, pensou, Maria Rosa se superou, não só pelo seu desempenho sexual, mas principalmente pelo fato de analisar os problemas por outro ângulo e sentiu-se envergonhado por ter valorizado o confisco dos animais enquanto os dois gêmeos estavam sendo levados para a guerra...
Sentiu saudades de Ana Luiza e dos garotos e mandou selar a égua árabe e saiu em direção à Fazenda das Pedras.
(continua no próximo capítulo)