Cilada

Depois de um certo tempo passou a observar como vivia seu cônjuge e as atitudes dele iam se infiltrando em sua ira, observava o jeito que ele tinha com as mulheres, as da rua, porque com ela o tratamento era frio... Salvo entre familiares e amigos, pois este vivia de aparências. Podia entender, mesmo não querendo, que haviam vários casos e que as mulheres com quem ele se relacionava eram vulgares e sem dignidade, dessas que gostam de destruir famílias, mal sabiam estas que estavam mesmo era fazendo um favor à ela, e que estavam ajudando a abrir seus olhos e a encarar os fatos com maturidade.

Passou então a tentar entender o que se passava na cabeça oca dele, só podia ser oca, pois tinha em sua vida uma mulher batalhadora, inteligente, super mãe, não tinha a beleza das celebridades, mas um conjunto que em sua obra finaliza uma mulher desejável, digamos até que desejada também em outros carnavais. Em um desses desejos e ainda, por ser tratada tão friamente, deixou se levar pela emoção e consumou o ato, havia se sentido especial, desejada, como queria ser tratada daquela forma carinhosa e em que há muito tempo não vivia... Sentia-se injustiçada, tanto tempo desperdiçado com um sem noção, precisava fazer algo e resolveu pedir o divórcio, aquela vida ela não queria mais e nem tão pouco merecia, houveram algumas chateações, mas ao final, conseguiu se livrar dessa história e passou a conhecer outras vidas, outros amores, outras paixões... Às vezes saia as apalpadelas como que mendigando um pouco de afeto, até mesmo porque, amor, esse ela nunca havia conhecido e vivia assim de paixões. E o amor? Ai ai... O amor... Para ela nunca existiu, nunca se concretizou, ficou para trás, nos romances que ela lia, contudo na realidade dela, esse tal amor foi apenas uma cilada...

Jo Trindade
Enviado por Jo Trindade em 27/02/2013
Código do texto: T4162337
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