Cilada
Depois de um certo tempo passou a observar como vivia seu cônjuge e as atitudes dele iam se infiltrando em sua ira, observava o jeito que ele tinha com as mulheres, as da rua, porque com ela o tratamento era frio... Salvo entre familiares e amigos, pois este vivia de aparências. Podia entender, mesmo não querendo, que haviam vários casos e que as mulheres com quem ele se relacionava eram vulgares e sem dignidade, dessas que gostam de destruir famílias, mal sabiam estas que estavam mesmo era fazendo um favor à ela, e que estavam ajudando a abrir seus olhos e a encarar os fatos com maturidade.
Passou então a tentar entender o que se passava na cabeça oca dele, só podia ser oca, pois tinha em sua vida uma mulher batalhadora, inteligente, super mãe, não tinha a beleza das celebridades, mas um conjunto que em sua obra finaliza uma mulher desejável, digamos até que desejada também em outros carnavais. Em um desses desejos e ainda, por ser tratada tão friamente, deixou se levar pela emoção e consumou o ato, havia se sentido especial, desejada, como queria ser tratada daquela forma carinhosa e em que há muito tempo não vivia... Sentia-se injustiçada, tanto tempo desperdiçado com um sem noção, precisava fazer algo e resolveu pedir o divórcio, aquela vida ela não queria mais e nem tão pouco merecia, houveram algumas chateações, mas ao final, conseguiu se livrar dessa história e passou a conhecer outras vidas, outros amores, outras paixões... Às vezes saia as apalpadelas como que mendigando um pouco de afeto, até mesmo porque, amor, esse ela nunca havia conhecido e vivia assim de paixões. E o amor? Ai ai... O amor... Para ela nunca existiu, nunca se concretizou, ficou para trás, nos romances que ela lia, contudo na realidade dela, esse tal amor foi apenas uma cilada...