Arrependimento
Fizeste-me sentir o vilão da história e exilei-me no interior da nossa casa. Ficava à beira da cama, na raia da tua intimidade e flutuava, cuidadoso, no silêncio para te inibir os insultos. Doía-me que fosse a mesma boca que amava a cuspir tanta raiva e tão violentos anátemas sobre mim. Não sabia que a desilusão e a dor te mudavam em fera como uma mágica cruel ou um feitiço. Jurei que não era eu e implorei-te, em vão, o benefício da dúvida. Desisti depois de muita espera e grande sofrimento. Agora que na tua ausência, finalmente, tinha saradas as feridas voltas, arrependida, à minha procura. Mas… é tarde. Esta fome de ti vai passar com o tempo. Sai da minha vida!