Na última vez que fui ao Rio de Janeiro, um amigo levou-me a uma boate no centro, prometendo que íamos assistir a show maravilhoso. A boate era de porte médio, com atmosfera francesa, estilo Moulin Rouge. Na entrada uma exposição de fotografias do Rio antigo, algumas da belle - époque, praça XV e outras bastante interessantes. Dentro era aconchegante e um pianista tocava e cantava Milles Davis. Pedi meu drink preferido, martini bianco gelado com uma cereja dentro e viajei junto com a música.
Uma mesa perto do palco já estava reservada para nós e uma hora depois a boate já estava lotada. Com um atraso de meia hora o show foi anunciado e começou. As cortinas se abriram e uma drag queen linda, tendo como cenário um camarim, parecia estar se preparando para o show, cantou,não dublou, "sonhos de um palhaço" e me deixou emocionado com sua interpretação. Durante uma hora e meia ela cantou, dançou com bailarinos e desfilou um repertório que foi do jazz, passando pela MPB, Madonna e terminou com uma estupenda interpretação da música "smile" do grande Charles Chaplin. Cenários, iluminação, figurinos todos eram perfeitos e às vezes nos intervalos de uma música para outra, poesias de Fernando Pessoa. Petra Von Kant, nome artístico dela, foi aplaudida de pé e eu engrossei os gritos de bravo que ecoaram pela boate. Estava fascinado, mas fiz uma ressalva: Ela tinha uma certa melancolia no olhar.
Após o show fomos recebido por Petra no seu camarim. Oefereceu-me uma taça de vinho e elogiei o show e disse que para ficar perfeito só estava faltando na banda um saxofonista. Ela bebeu o resto do seu vinho e falou com um olhar distante: Eu tenho um saxofonista, você apenas não o viu. Não entendi nada, mas calei-me.
Na rua, voltando para casa, meu amigo contou-me a história de Petra. Ela conheceu Cacá, um saxofonista e foi amor à primeira vista. Na época ele era noivo de uma moça e por amor, largou tudo um mês antes do casamento causando um escândalo e revolta na sua família, eram tradicionais, até mesmo pelo fato dela ser uma drag. Percebendo o talento do seu amor, Cacá que já era músico resolveu investir na carreira dela. A parceria tanto amorosa, quanto profissional deu certo e rendeu bons frutos. A sintonia entre eles era tão grande que nunca brigaram. O show que eu tinha visto, foi idealizado e dirigido por Cacá que tinha morrido três meses antes num acidente de carro.
Um dia antes de viajar fui vê-la novamente e enquanto ela cantava jazz, simulei estar tocando sax e ela sorriu. Antes de cantar a última música ela fez um pequeno discurso: Quero dedicar essa música a meus dois saxofonistas. Petra cantou olhando para mim e no telão apareciam fotos dela e de Cacá. A boate explodiu em aplausos e gritos de bravos.
Saí da boate feliz, mas ao mesmo tempo triste pelo preconceito que ainda existe no Brasil. Petra é uma talento que esse preconceito não deixa o povo conhecer.
Uma mesa perto do palco já estava reservada para nós e uma hora depois a boate já estava lotada. Com um atraso de meia hora o show foi anunciado e começou. As cortinas se abriram e uma drag queen linda, tendo como cenário um camarim, parecia estar se preparando para o show, cantou,não dublou, "sonhos de um palhaço" e me deixou emocionado com sua interpretação. Durante uma hora e meia ela cantou, dançou com bailarinos e desfilou um repertório que foi do jazz, passando pela MPB, Madonna e terminou com uma estupenda interpretação da música "smile" do grande Charles Chaplin. Cenários, iluminação, figurinos todos eram perfeitos e às vezes nos intervalos de uma música para outra, poesias de Fernando Pessoa. Petra Von Kant, nome artístico dela, foi aplaudida de pé e eu engrossei os gritos de bravo que ecoaram pela boate. Estava fascinado, mas fiz uma ressalva: Ela tinha uma certa melancolia no olhar.
Após o show fomos recebido por Petra no seu camarim. Oefereceu-me uma taça de vinho e elogiei o show e disse que para ficar perfeito só estava faltando na banda um saxofonista. Ela bebeu o resto do seu vinho e falou com um olhar distante: Eu tenho um saxofonista, você apenas não o viu. Não entendi nada, mas calei-me.
Na rua, voltando para casa, meu amigo contou-me a história de Petra. Ela conheceu Cacá, um saxofonista e foi amor à primeira vista. Na época ele era noivo de uma moça e por amor, largou tudo um mês antes do casamento causando um escândalo e revolta na sua família, eram tradicionais, até mesmo pelo fato dela ser uma drag. Percebendo o talento do seu amor, Cacá que já era músico resolveu investir na carreira dela. A parceria tanto amorosa, quanto profissional deu certo e rendeu bons frutos. A sintonia entre eles era tão grande que nunca brigaram. O show que eu tinha visto, foi idealizado e dirigido por Cacá que tinha morrido três meses antes num acidente de carro.
Um dia antes de viajar fui vê-la novamente e enquanto ela cantava jazz, simulei estar tocando sax e ela sorriu. Antes de cantar a última música ela fez um pequeno discurso: Quero dedicar essa música a meus dois saxofonistas. Petra cantou olhando para mim e no telão apareciam fotos dela e de Cacá. A boate explodiu em aplausos e gritos de bravos.
Saí da boate feliz, mas ao mesmo tempo triste pelo preconceito que ainda existe no Brasil. Petra é uma talento que esse preconceito não deixa o povo conhecer.