Reencontro
Não foi qualquer reencontro, não foi qualquer mensagem, não foi inútil o retorno, o cinema. Aquele filme era perfeito e a chuvinha também.
Não foi num dia qualquer – aquele dia era nosso, foi nos dado de presente. Alguém me deu você de presente e eu acho que eu mesma fiz questão de me embrulhar inteira pra ser sua saudade.
E ficou fácil, não ficou? Uma cervejinha aqui, uma conversa fora ali, parecia que estávamos retomando a conversa de onde paramos há alguns anos.
E o seu abraço? Minha nossa, que abraço! Me senti tão adolescente ao ter dois corações acelerados, que suei frio. Sua mão macia embalando a minha por qualquer caminho, eu nem fazia ideia de pra onde ia. Eu ia!
Fui pra Orla da Pampulha, pro samba, pra farra, agarrei a viola e beijei você. Minha voz vibrou com seus acordes e encontrou, na leveza da sua, uma melodia boa pra repousar. Arrepiei...
Um convite, um abraço, o eterno, nossos sabores, risadas, nossos olhos, seus olhos: águas verdes calmas, boas pra mergulho. Eu me afundei sem me preocupar de estar perdendo todo meu ar.
É que não foi qualquer reencontro, era o nosso reencontro. Era eu, com minha carência constante. Era você, com seu abraço no formato certo pra eu caber inteira.