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O MUNDO NÃO ACABOU, MAS  O SONHO SE REALIZOU
 
            Dia vinte e um de dezembro de dois mil e doze se aproximava. Todos ou quase todos esperavam pela tragédia do Planeta Terra que morreria todo o mundo. Romão e Julinha se amavam. Ele havia tentado viver um amor mas não era feliz. A mulher que vivia ao seu lado não o apoiava nos seus sonhos. Apenas o criticava e o condenava em tudo o que fazia ou tentava fazer. Ela casou-se como uma maneira de fuga. Havia se apaixonado profundamente por um moço na sua cidade na sua juventude, mas terminaram de forma que nem ela sabia explicar o porquê.  A marca profunda ficou. A cicatriz a incomodava...
 
            Um dia conheceu Romão. Cada qual de um Estado diferente. Trocaram correspondências eletrônicas. Descobriram que tinham muitas coisas em comum. Havia perfeita sintonia. Se um estava triste, o outro também sentia mesmo sem terem se comunicado.  Se um estava alegre, o outro estava radiante.  Só na próxima conversa que descobriam a coincidência. O esposo da Júlia por mais que demonstrasse uma vez ou outro algum tipo de afeto e carinho  não conseguia conquistá-la. Ela e Romão combinaram com dois meses de antecedência  que iriam aproveitar o “episódio” do fim do mundo para fugirem. Ele queria ir para Portugal, ela para a Itália. Venceu o segundo.  Julinha tinha parentes lá e uma tia que sabia de toda a história. Era a confidente da mulher. Na casa dela  iriam se hospedar.
 
            - E se o mundo acabar, querida. Vamos morrer...
            -  Meu bem.  Se o mundo acabar pelo menos nos amamos e vamos continuar juntos por toda a eternidade...
 
            Enquanto falava, as lágrimas caíam nos rostos de ambos.
 
            No dia do suposto fim de tudo, os dois embarcaram para a tão sonhada felicidade.
            O mundo não acabou, mas contribuiu para que os dois fossem felizes e realizassem um grande sonho de amor.
 
(Christiano Nunes)