TARDES NA PRAIA. 
 
Todas as tardes os dois se preparavam para o imperdível passeio! O casal caminhava quarteirões para ir à praia. Era para eles a rotina mais prazerosa. Mal chegavam àquele trecho preferido, sentavam-se e passavam a sentir aquele vento gostoso que amenizava o calor do dia. O vento trazia também o cheiro da maresia que no local era tão suave e perfumada. Lá ficavam a olhar para o infinito, miravam o encontro do mar profundo com o céu de puro azul. A paisagem era uma tela delicadamente pintada. Numa certa hora, a costumeira gaivota branca vinha voar perto da praia. Parecia que ela abria ainda mais as suas longas asas para dar um cumprimento especial. A ave tinha a certeza que eles ali estariam para vê-la. Uma tarde, ela não os viu. Voltou no dia seguinte e também lá não estavam sentados. O homem havia partido. Nunca se soube o motivo. Ele parecia tão saudável! A sua mulher se cobriu de tristeza e ficou enclausurada por meses. Uma tarde ela decidiu voltar à praia, porém encontrou somente nostalgia. A paisagem estava acinzentada, e nem a gaivota apareceu.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 26/01/2013
Reeditado em 14/09/2016
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