AMOR ORADO

AMOR ORADO

O nome dele era Lucas, mas todo mundo o chamava de Luc, um apelido de infância que pegou. Os pais de Luc começaram a ir à Igreja quando ele tinha uns três anos de idade e foi quando ele fez quatro anos que Maria apareceu um dia na Igreja, levada também pelos seus pais. A pequena idade de Luc não o fazia distinguir claramente porque gostou dela desde o primeiro instante que seus olhos pousaram sobre ela. Mas sem explicação aparente, simplesmente ele gostou. Maria, entretanto, demorou muito tempo para começar a gostar de Luc, só quando ela estava pela metade de seus dezesseis anos é que ela começou a nota-lo, como alguém importante em sua vida, sim, porque todos os que amamos são importantes para nós.

Os que notaram acharam tão engraçadinho, pois Luc não tirava os olhos de Maria, sentadinha, se balançando no banco duro de madeira escura, aqueles bancos compridos que davam até para um homem deitar esticado e dormir. Numa pausa quando o pastor bewbeu água, o pequeno Luc levantou-se de sua cadeira e foi até onde estava Maria, todos, até o pastor, parou para ver o que ele iria fazer; alguns ficaram com medo, pois Maria tinha um problema psicológico, no qual era claro que ela nem sabia onde estava: ela era autista. Lucas achou aqueles cabelos pretos encaracoladinhos tão bonitos e num gesto simples de um menino, colocou a sua mão por sobre a cabeça dela. Os irmãos viram quando Lucas fechou os olhos e começou a orar pela Maria. Lágrimas escorreram dos olhos de algumas pessoas, que sentiram ser aquele gesto um milagre. Deus usava uma criança, para orar por outra criança.

Maria não ia todos os dias ao culto, mas no dia em que ia Luc levantava-se de seu lugar e ia orar por ela e sempre do mesmo jeito, ele colocava a sua mão, enquanto Maria ficava se balançando pra frente e pra traz, fechava o olhos e orava pela cura de Maria. Todas as vezes em que Maria ia ao culto ele fazia isso. Com os dias e meses passando, o gesto incomodou a alguns que reclamaram com os pais de ambos, para não deixarem o costume perpetuar. Todas as vezes em que tentaram impedir Luc de orar por Maria ele fez tanta oposição, que alguns cultos acabaram antecipados por isso, mas ele orou, todas as vezes em que Maria ia ao culto.

Eles cresceram até que com os sete anos de Luc, os pais de Maria mudaram de casa, indo morar em outra cidade. Isso demorou um ano aproximadamente. Nesse tempo o menino ficou cabisbaixo, comendo pouco, dormindo mal. Lá, ao longe, os pais de Maria notaram que ela começava a regredir na sua doença, piorando bastante. Gastaram dinheiro com médicos especialistas e mvárias áreas, mas Maria só piorava. Eles sabiam que na Igreja onde se converteram a alguns poucos anos atrás, Maria estava, de alguma forma, melhorando. A mudança de cidade lhes mostrou isso. Deus lhes dirigia os passos.

Num dos primeiros cultos de um inverno gelado, Luc viu entrar pela porta da Igreja, primeiro a mãe de Maria, seu irmão mais velho, o pai e por ultimo Maria, num lindo vestidinho branco, infantil. Maria estava linda, com seus seis anos de idade. Luc ficou um tempo que parecia uma eternidade sem entender o conflito de seu coração. Ele resistiu o que deu, mas logo após os cânticos ele precisou se levantar e ir até onde estava Maria. Algo o impelia a ir até a menina; Luc sentia uma força, um chamado, alguma coisa o impelindo para isso. Maria parecia pior agora do que quando tinha ido embora, ele notara quando se levantando à frente de todos, foi até onde estava a menina, ficando de pé na sua frente, no primeiro banco da Igreja, próximo ao púlpito. Luc parecia não se lembrar muito dela, pois nunca a tinha visto com olhos de quem estava começando a entender o mundo. Maria ela linda, com olhos azuis, meio esverdeados, uma pele branca lisinha do rosto infantil e meio bobo. Mas Luc viu o que nunca tinha visto nela: pra ele, ela era louca, se balançando pra frente e pra traz, o vestido todo desajeitado, uma bonequinha suja, enrolada num paninho também sujo, contrastando com todo o asseio da menina, que cheirava como a rosas colhidas de a pouco. Como se não fosse ele, Luc viu o seu braço se erguer e ficar sobre a cabeça de Maria e seus lábios começara a orar uma oração muito forte por ela. Quando ele era menor e orava por Maria, ele não entendia o que dizia, nem agora totalmente, mas alguma coisa, ele sabia que era Deus profetizando através de seus lábios, de sua vida, para a Maria, sobre a Maria e sobre as milhares de pessoas que ela ainda iria ministrar pregações. Luc começou a orar cada vez mais alto a sua oração, até eu tomado no espírito de Deus foi batizado com línguas de fogo. Orando por Maria ele foi batizado no Espírito Santo. Ouvindo a sua oração e a sua profecia, a unção que capacita para a obra, foi derramada sobre a congregação, que tomada por quase três horas no Espírito, manifestou vários milagres.

Daquele dia de inverno frio em diante, ninguém ousava impedir a oração de Lucas, por Maria, todos sabiam que era obra do Deus altíssimo.

Mas Lucas foi parando de orar por Maria, enquanto crescia, pois Maria o entristecia cada vez mais: ela não melhorava. No dia em que Maria fez dezesseis anos, Luc dissse a Deus que nunca mais iria orar por ela, pois ela não melhorava, e Deus não estava ouvindo a sua oração. Luc estava tão ansioso e angustiado que queria se livrar logo do fardo, e assim que, a agora linda jovem, Maria entrou, ainda de braços dados com a mãe, Lucas, sem cerimônias, num gesto deselegante e grosseiro, botou sua mão sobre a cabeça da moça e disse que era bom Deus fazer essa obra logo, ou lhe tirasse a vida, de tão desgostoso com aquela história estava. A sua namorada morria de ciúmes de Maria, sem saber o porque, apenas pressentindo algo em seu coração. Quando ele acabou de orar aquela oração grosseira e mal-educada, viu que pela primeira vez Maria olhava pra ele nos olhos e sorria. Pela primeira vez na vida Maria falou com Lucas, quase lúcida e lhe disse: - Oi?! O seu sorrisso era a coisa mais maravilhosa para a alma cansada de Lucas. Era inexplicável o que ele sentiu nauele instante, mas ali ele teve a certeza absoluta, que estava caidinho por ela, Lucas estava perdidamente apaixonado por Maria. Naquele instante ele soube, eu nascera para amar a Maria.

pslarios
Enviado por pslarios em 23/01/2013
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