Vidro.

'Alfred dirigia tranquilamente, apesar da chuva,cortando o centro da cidade e a noite escura.Estava frio como a muito tempo não ficava e o céu desabava, uma chuva tão forte que não se conseguia ver nada lá fora além de luzes ofuscadas.Nada alem da minha respiração, a do Alfred, e o barulho das gotas pesadas de chuva batendo na lataria do carro e embalando meus pensamento.Estava com o olhar perdido concentrado na janela embaçada quando de repente em um gesto involuntário levei o dedo indicador ao vidro embaçado e escrevi seu nome.. alguns instantes olhando para aquelas letras desenhadas no vidro gelado...e em um estalo caio em mim e vejo que coisa boba havia feito''Que besteira, que coisa infantil e babaca eu fiz'', e antes de entristecer, levei a mão bruscamente apagando o nome com ferocidade, tentado apaga-lo não só do vidro, mas da minha mente, tentando provar pra min mesma que eu era forte, respirei fundo, era raiva e frustração.

-''Tudo bem senhora''? Perguntou Alfred me olhando pelo retrovisor interno, com aquele olhos preocupados e enrugados pelo tempo , olhos de quem conhecia bem os meus problemas.

-Está sim, sempre está'' Disse de forma firme e fria.Não olhei mais para a janela, cabeça erguida, e olhos baixos.''

Dan Valentine
Enviado por Dan Valentine em 17/01/2013
Reeditado em 24/02/2013
Código do texto: T4090720
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