O elefante e a borboleta
O amor do elefante pela a borboleta que todos os dias batia suas lindas asas coloridas nos arredores de um jardim zoológico nostálgico aumentava a cada dia.
A borboleta adorava voar e vagar como se dançasse uma valsa celestial investindo em movimentos mágicos sua despretensiosa existência sem notar que despertava no coração do imenso mamífero, palpitações de alegria por presenciar atenciosamente a linda bailarina delicada em suas apresentações.
Ao aproximar-se do grande e esquisito animal a borboleta com cautela e discrição admirava suas formas arredondadas e o imenso território livre que dispunha para aproveitar o ar fresco que soprava ao entardecer.
O elefante sonhava todas as noites em declarar seus sentimentos para aquele sublime ser, mas os enormes contrastes faziam com que ele apenas a admirasse de longe.
O amor do elefante pela borboleta foi tornando-se cada vez maior e certo dia numa noite iluminada ele resolveu declamar um soneto que fizera pensando nela.
A borboleta ouviu tudo silenciosamente, com um pequeno sorriso no canto da boca. Seus olhos refletiam uma admiração recíproca e ao mesmo tempo se encheram de lágrimas ao ouvir aquele monstro tão gentil e simpático se abrindo em belas palavras.
Num voo rápido a borboleta pousou bem na ponta da tromba do elefante. Os dois se olharam e nada mais foi preciso para justificar aquela relação e o sentimento que os unia.
Nem todas as diferenças.
Nem todas as limitações.
Nem a sensação de que controlas a vida
pode impedir que a semente de um amor verdadeiro
seja semeado quando existe cumplicidade e respeito.
Alguns mais livres.
Outros mais confortáveis.