O Amor Sempre é Eterno.
Foi um filme muito bonito.Em determinado ponto as falas cessaram, as vozes se calaram e eu vi apenas as ações...As ações que falaram e falam ainda hoje bem mais que palavras.Era disso que eu precisava, de algo que transbordasse em si mesmo e inundasse tudo a sua volta.
Maria adentrou a cadetral e ficou ali ouvindo-o tocar.Sentado ao piano o homem continuava a tocar alheio aquela gentil presença feminina.Cada nota tocava o coração da mulher de forma pungente; em determinado momento o homem levantou os olhos e a viu.Parou de tocar não por susto ou por que ela fosse muito bela, mas sim por que a reconheceu de muitos anos, de muitas ações passadas.O pianista fechou o piano e continuou a fitá-la a média distância.Os seus corações falaram alto,muito alto a linguagem do amor e do entendimento fraterno.
Como num gesto ensaiado dentro de poucos minutos estavam ambos sentados em frente um do outro.
-Toque pra mim.
José atendendo aquele pedido voltou a tocar uma antiga melodia que encheu os olhos da mulher de um pranto novo dum pranto já tão antigo.
Alheio a todo o resto José tocava inebriado,tomado de paixão em cada nota...Do outro um fraco coração respondia fortemente:
-Eu te amo.Balbuciou surdamente em sua última batida.Estava morta.