A Floresta
Da antiga casa de pedra, com seus traços delicados e cabelos dourados, ela surgia iluminando o caminho...
Sua casa já não era mais a mesma, tampouco o seu olhar...
Perdera algo em si que não mais encontrava à sua volta. Não estava nos moveis da casa, no jardim, nas roupas que vestia.
Ela apenas seguia a rotina de todos os dias,
Seu semblante indicava que nada daquilo fazia mais parte dela.
Antes do anoitecer, acendia sua lamparina e saia caminhando sempre na mesma direção...
Seus passos antes pesados, agora ganhavam leveza.
Sua terna face ia se iluminando à medida que se aproximava dos arbustos e árvores que fechavam aquela tão sombria floresta.
Algo a atraia para aquele lugar, algo a chamava...
Logo em seus primeiros passos adentrando a escuridão, ela ouviu aquela voz melodiosa...
- Estava com saudade...
- Também senti sua falta...
- Por que demorou tanto?
- Estava preparando-me para vir ao teu encontro. O que estavas fazendo?
- Tentando esculpir nossos nomes nessa árvore, mas não consegui... E tu, o que fizeste esse tempo todo longe de mim?
- Estava assando um bolo de abacaxi.
- Ah... Sabes que eu adoro bolo de abacaxi, não sabes?
- Sim, por isso o fiz, estava pensando em ti.
- ...
- ...
Átimos de silêncio faziam parte de seus diálogos, silêncios gritantes em suas almas. Ardia neles uma vontade louca de tudo o que não viveram, do beijo, do toque...
As palavras não expressavam todo o querer que os acometia, então viviam de amor e silêncios.
- ...
- ...
- Por que nunca dizes que me amas?
- Isso faria diferença? És um fantasma, uma alma perdida, vagando.
- Eu sei... Não posso voltar a ser como eu era antes, também não posso sair daqui. Tu não podes me amar como sou?
- Mas sempre te amei... Não vês? Carrego-te em meu peito e olhos... Sou feliz somente quando estou contigo.
Por alguns instantes a floresta calou-se junto ao silêncio dos dois
- Sabes... Eu teria dito sim aos teus olhos,
se tua boca tivesse me sonhado
Ao ouvir essas palavras, suas pernas fraquejaram, sentiu o vento borboleteando em seu estomago. Tantos foram os seus pensamentos, suas vontades... Ânsias tomaram-na inteira e absoluta. Sua alma parecia querer sair de seu corpo, flutuando de encontro àquele espectro
Aproximaram-se... Suas respirações pareciam ultrapassar os limites da vida e da morte,
tudo neles bramia pelo toque...
E como todos os dias, mais uma vez eles se desejaram profundamente...
- E eu teria te sonhado, se teus olhos tivessem sido meus.
Entre suspiros, com o coração aos sopros, ela começou a afastar-se antes que a morna lágrima escorresse por seu rosto
- Voltas amanhã?
- ...
- Voltas, amor..?
- Sim, querido... Sempre.
Sua casa já não era mais a mesma, tampouco o seu olhar...
Perdera algo em si que não mais encontrava à sua volta. Não estava nos moveis da casa, no jardim, nas roupas que vestia.
Ela apenas seguia a rotina de todos os dias,
Seu semblante indicava que nada daquilo fazia mais parte dela.
Antes do anoitecer, acendia sua lamparina e saia caminhando sempre na mesma direção...
Seus passos antes pesados, agora ganhavam leveza.
Sua terna face ia se iluminando à medida que se aproximava dos arbustos e árvores que fechavam aquela tão sombria floresta.
Algo a atraia para aquele lugar, algo a chamava...
Logo em seus primeiros passos adentrando a escuridão, ela ouviu aquela voz melodiosa...
- Estava com saudade...
- Também senti sua falta...
- Por que demorou tanto?
- Estava preparando-me para vir ao teu encontro. O que estavas fazendo?
- Tentando esculpir nossos nomes nessa árvore, mas não consegui... E tu, o que fizeste esse tempo todo longe de mim?
- Estava assando um bolo de abacaxi.
- Ah... Sabes que eu adoro bolo de abacaxi, não sabes?
- Sim, por isso o fiz, estava pensando em ti.
- ...
- ...
Átimos de silêncio faziam parte de seus diálogos, silêncios gritantes em suas almas. Ardia neles uma vontade louca de tudo o que não viveram, do beijo, do toque...
As palavras não expressavam todo o querer que os acometia, então viviam de amor e silêncios.
- Por que vens aqui todos os dias?
- ...Talvez para alimentar teu espírito, talvez para alimentar-me de tua alma... Não sei...- ...
- ...
- Por que nunca dizes que me amas?
- Isso faria diferença? És um fantasma, uma alma perdida, vagando.
- Eu sei... Não posso voltar a ser como eu era antes, também não posso sair daqui. Tu não podes me amar como sou?
- Mas sempre te amei... Não vês? Carrego-te em meu peito e olhos... Sou feliz somente quando estou contigo.
Por alguns instantes a floresta calou-se junto ao silêncio dos dois
- Sabes... Eu teria dito sim aos teus olhos,
se tua boca tivesse me sonhado
Ao ouvir essas palavras, suas pernas fraquejaram, sentiu o vento borboleteando em seu estomago. Tantos foram os seus pensamentos, suas vontades... Ânsias tomaram-na inteira e absoluta. Sua alma parecia querer sair de seu corpo, flutuando de encontro àquele espectro
Aproximaram-se... Suas respirações pareciam ultrapassar os limites da vida e da morte,
tudo neles bramia pelo toque...
E como todos os dias, mais uma vez eles se desejaram profundamente...
- E eu teria te sonhado, se teus olhos tivessem sido meus.
Entre suspiros, com o coração aos sopros, ela começou a afastar-se antes que a morna lágrima escorresse por seu rosto
- Voltas amanhã?
- ...
- Voltas, amor..?
- Sim, querido... Sempre.
Denise Matos