As mãos de um anjo

As mãos de um anjo

Hoje acordei, olhei da janela ao longe uma nuvem linda. Seu formato era diferente, parecia uma mão.

Achei estranho, nunca tinha visto algo como aquilo, uma nuvem branca em formato de mão.

Pensei em milhares de coisas, será uma miragem, ou será que foi por ter acordado recentemente. Não sabia, mas era algo divino, semelhante a um milagre.

Sai da sala, me dirigi para o banheiro para escovar os dentes, depois sai para comprar pão na padaria. A rua estava movimentada, e muitas pessoas circulavam. As crianças corriam, os cachorros latiam, parecia um dia normal como todos...

Fui em direção a padaria, me sentia muito feliz, tinha acabado o ano da faculdade e meus pais e eu iríamos viajara para o USA e estava namorando com uma pessoa maravilhosa.

Estava quase a chegando na padaria, era só atravessar a rua depois de um semáforo e do outro lado lá estava a padaria, era só entrar. Parei no sinal e muitos carros passavam, também ali era o cruzamento da rua Anchieta com a Sebastião. O sinal fechou, eu atravessei e logo estava no outro lado, quando estava para entrar dentro da padaria, ouvi um grito.

- Socorro! Socorro! Ele foi atropelado, me ajudem...

Logo virei a cabeça, e me deparei com um corpo estendido no chão. Ainda conseguia ver, por que não tinha muitas pessoas, era um jovem de mais ou menos uns 17 anos, cabelos pretos, um e setenta de altura e moreno.

Não demorou muito, logo o cruzamento encheram de pessoas, carros que passavam e também pessoas com bicicletas. Não me contive em ficar ali parado, atravessei novamente a rua e fui entrando entre as pessoas até que chego ao corpo estendido no chão. Não conhecia a pessoa que estava ali, mas percebi que ele não estava bem, seus lábios estavam ficando roxo e estava perdendo muito sangue. Sabia tudo isso por que estava na faculdade de medicina no 5º ano.

As pessoas estavam desesperadas, estavam perdendo o menino, ao lado dele estava uma senhora que chorava muito, provavelmente era a sua mãe. Ela pedia para Deus que salvasse seu filho e clamava por ajuda de alguém. Não consegui mais apenas olhar aquela cena, ajoelhei aos pés do menino e falei para mãe que fazia medicina.

Ela olhou em meus olhos e me disse:

- Ajude meu filho, por favor, ajude meu filho!

O menino estava com a pulsação baixa e morreria rapidamente se não chegasse uma ambulância, peguei o celular e liguei.

Tentei reanimá-lo, mas estava com a respiração ofegante, tentei fazer uma massagem cardiovascular, mas o coração estava parando. A ambulância não chegava e nunca tinha presenciado uma cena como essa na minha vida. A mãe estava desesperada, gritava, chorava e pedia perdão para Deus, que não levasse ele.

Não sabia mais o que fazer, entrei então em desespero, a única coisa que tinha o que fazer no momento era abraçá-lo, cheguei perto de seu ouvido e falei algumas palavras.

- Por favor, não morra! Sua mãe esta aqui do seu lado.

Mas nada mudava e a criança deu seu ultimo suspiro. Em seguida a ambulância chega, os médicos correm em direção do menino e ficam alguns segundos olhando o menino parado e só de ver a pulsação da o diagnostico, ele estava morto.

A mãe não acreditava, estava muito abatida com o que aconteceu, e de joelhos caiu no chão, estava em estado de choque. Eu não tinha passado por nada igual aquilo, e estava pensando se era quilo mesmo que queria para minha vida, ser um médico! Minha reação no momento foi imediata, precisava falar com o menino pela ultima vez, sei que nem o conhecia, mas algo me dizia para chegar perto dele.

Pedi permissão para os médicos, disse que estudava medicina. Olhei para a mãe do menino e dei-lhe um abraço bem forte...

- Mãe ele esta com Deus...

- Eu sei meu jovem, mas queria ele comigo!

Sai em direção ao corpo que estava na maca, cheguei perto e não consegui conter a tristeza e dei-lhe um abraço. Com os olhos já lacrimejando, peguei suas mãos e comecei a orar por ele. Levantei a cabeça e no céu estava aquela nuvem em forma de mão, mas desta vez ela estava diferente, estava duas mãos dadas. Uma segurando a outra...

Abaixei novamente a cabeça minhas lágrimas caiam no corpo do menino enquanto segurava forte a suas mãos, apenas me restaram essas palavras...

- Deus é a força para tudo.

Deixei-o e fui ao encontro de sua mãe, os médico estavam levando-o para dentro da ambulância, quando o menino sem explicação começa a se mexer. Os medico ficam sem entender, começam a fazer exames rápidos e concluem que estava com respiração, seu coração estava batendo normalmente, e sua pulsação normalizou. O menino pede por sua mãe, a não acredita no que vê, só poderia ser um milagre de Deus. Cai aos pés de seu filho que amava muito e começa a agradecer com muita fé pelo milagre que recebeu do divino. Eu apenas fiquei de longe olhando muito feliz aquela linda cena, ele estava muito melhor, precisava ir para o médico fazer exames e antes que ele fosse, precisava dar meu ultimo adeus. Fui chegando perto, ele ainda estava sujo de sangue e de poeira do chão, olhei fixamente em seus olhos e ele o mesmo fazia comigo, até que cheguei.

- Preciso te dizer uma coisa! Deus mandou lhe dizer que você é abençoado.

- Eu, por que? Não fiz nada...

- Você vai saber na hora certa, suas mãos milagrosas e foram elas que me curaram, assim quando tocaram em minhas mãos...

- Eu não fiz nada menino.

- Obrigado! Eu lhe agradeço! Deus te abençoe.

A mãe do menino me agradeceu sem parar, e em seguida todos me olhavam, eu não sabia o que eu tinha feito...

Comprei o pão na padaria, todos que estavam lá dentro me olhavam e me agradeciam por ter salvado o menino. Eu ainda não entendia, só queria ir para casa.

Caminhei todo os percurso até minha casa, quando cheguei entrei pela sala e não vi ninguém, olhei sem querer para a estante e me deparei com algumas fotos minhas e do lado tinha um quadro com uma foto e uma frase...

- Descanse em paz...

Não estava entendendo o que estava acontecendo, sentei no sofá com as mãos na cabeça, fiquei a olhar a porta e ela se abriu e vi meus pais entrar por ela. Tentei contar o que tinha acontecido hoje, mas parecia que ninguém me ouvia. Minha mãe estava parada perto da estante onde estava o quadro e fala para o meu pai.

- Ele faz muita falta em nossas vidas...

Foi ai que eu percebi! Não estava mais aqui, percebi que não precisava mais de respostas. Cheguei até a janela, abri e me joguei. Fui caindo rapidamente e quase chegando ao chão, asas nasceram em minhas costas, se abriram rapidamente enquanto cresciam até que comecei a voar até passar entre as nuvens. Comecei a ver o que estava acontecendo, fui enviando a terra para ajudar um jovem que não era para partir naquele momento. O amor de minha mãe ainda muito grande, me fez voltar minha vida antiga e por isso acabei indo a minha casa. As nuvens em forma de mãos foi um sinal que Deus me deu para curar o menino. Mas só consegui enxergar quando ouvi da boca dele que eu era um anjo...

Sou um anjo enviado por Deus...

Poetadobem
Enviado por Poetadobem em 28/11/2012
Reeditado em 31/05/2013
Código do texto: T4009250
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