Confissões.

Em um tempo distinto, havia uma menina.

Tinha 14 anos e não se achava jovem demais para sonhar com amores proibidos. Amores proibidos pois por todas as pessoas que ela poderia se apaixonar, o coração sempre escolhia os mais improváveis. Foi assim com o Carlos, o homem de 27 anos por quem ela manifestou um alvoroço particular. Foi também com o João, o rapariga de 17 que já tinha dois filhos. E também pela Nina, a sua professora de sapateado. Veja só, a confusão que essa menina fazia em sua mente e seu coração! Nem é preciso prolongar mais a estória para saber o seu desfecho... Sempre terminava com lágrimas, alguns textos, e muita introspecção. Mas depois ela tentava se afastar, esquecer. Então rasgava os textos, secava as lágrimas e novamente tentava se socializar. Ela não era de contar para as pessoas os seus desejos e seus amores. Talvez se um dia tivesse contado, seria mais fácil de descobrir que o que realmente ela escondia, era a vontade de amar mas o medo de o fazer. Dessa forma, escolhia os amores mais impossíveis e inalcançáveis para que o sentimento estivesse ali, mas o ato não. Era tudo medo, da jovenzinha, que não estava pronta para o amor.